Ananse: diferenças entre revisões
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'''Ananse''', ou '''Anansi''', é uma lenda [[África|africana]]. Conta um caso interessante, no qual no [[mundo]] antigo não havia histórias e por isso viver aqui era muito triste. |
'''Ananse''', ou '''Anansi''', é uma lenda [[África|africana]]. Conta um caso interessante, no qual no [[mundo]] antigo não havia histórias e por isso viver aqui era muito triste. |
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Houve um tempo em que na [[Terra]] não havia histórias para se contar, pois todas pertenciam a [[Nyame]], o Deus do Céu. |
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Kwaku Ananse, o Homem Aranha, queria comprar as histórias de [[Nyame]], o Deus do Céu, para contar ao povo de sua [[aldeia]], então por isso um dia, ele teceu uma imensa teia de [[prata]] que ia do céu até o chão e por ela subiu. |
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Quando Nyame ouviu Ananse dizer que queria comprar as suas histórias, ele riu muito e falou: |
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- O preço de minhas histórias, Ananse, é que você me traga [[Osebo]], o [[leopardo]] de dentes terríveis; [[Mmboro]] os [[marimbondo]]s que picam como [[fogo]] e [[Moatia]] a [[fada]] que nenhum homem viu. |
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Ele pensava que com isso, faria Ananse desistir da idéia, mas ele apenas respondeu: |
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- Pagarei seu preço com prazer, ainda lhe trago Ianysiá, minha velha mãe, sexta filha de minha avó. |
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Novamente o Deus do Céu riu muito e falou: |
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- Ora Ananse, como pode um velho fraco como você, tão pequeno, tão pequeno, pagar o meu preço? |
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Mas Ananse nada respondeu, apenas desceu por sua teia de prata que ia do Céu até o chão para pegar as coisas que Deus exigia. Ele correu por toda a [[selva]] até que encontrou [[Osebo]], [[leopardo]] de dentes terríveis. |
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- Aha, Ananse! Você chegou na hora certa para ser o meu almoço. |
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- O que tiver de ser será - disse Ananse - Mas primeiro vamos brincar do jogo de amarrar? |
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O leopardo que adorava jogos, logo se interessou: |
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- Como se joga este jogo? |
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- Com cipós, eu amarro você pelo pé com o cipó, depois desamarro, aí, é a sua vez de me amarrar. Ganha quem amarrar e desamarrar mais depressa. - disse Ananse. |
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- Muito bem, rosnou o [[leopardo]] que planejava devorar o Homem Aranha assim que o amarrasse. |
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Ananse, então, amarrou Osebo pelo pé, pelo pé e pelo pé, e quando ele estava bem preso, pendurou-o amarrado a uma [[árvore]] dizendo: |
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- Agora Osebo, você está pronto para encontrar [[Nyame]] o Deus do Céu. |
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Aí, Ananse cortou uma folha de [[bananeira]], encheu uma [[cabaça]] com água e atravessou o mato alto até a casa de [[Mmboro]]. Lá chegando, colocou a folha de [[bananeira]] sobre sua cabeça, derramou um pouco de água sobre si, e o resto sobre a casa de [[Mmboro]] dizendo: |
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- Está chovendo, chovendo, chovendo, vocês não gostariam de entrar na minha [[cabaça]] para que a chuva não estrague suas asas? |
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- Muito obrigado, Muito obrigado!, zumbiram os marimbondos entrando para dentro da cabaça que Ananse tampou rapidamente. |
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O Homem Aranha, então, pendurou a cabaça na árvore junto a Osebo dizendo: |
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- Agora [[Mmboro]], você está pronto para encontrar Nyame, o Deus do Céu. |
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Depois, ele esculpiu uma boneca de [[madeira]], cobriu-a de cola da cabeça aos pés, e colocou-a aos pés de um [[flamboyant]] onde as [[fada]]s costumam dançar. À sua frente, colocou uma tigela de [[inhame]] assado, amarrou a ponta de um [[cipó]] em sua cabeça, e foi se esconder atrás de um arbusto próximo, segurando a outra ponta do [[cipó]] e esperou. |
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Minutos depois chegou [[Moatia]], a fada que nenhum homem viu. Ela veio dançando, dançando, dançando, como só as fadas africanas sabem dançar, até aos pés do [[flamboyant]]. Lá, ela avistou a boneca e a tigela de [[inhame]]. |
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- Bebê de borracha. Estou com tanta fome, poderia dar-me um pouco de seu [[inhame]]? |
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- Bebê de borracha, se você não me responde, eu vou lhe dar outro tapa." |
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E como a boneca continuasse parada, deu-lhe um tapa ficando agora, com as duas mãos presas. Mais irritada ainda, a fada tentou livrar-se com os pés, mas eles também ficaram presos. Ananse então, saiu de trás do arbusto, carregou a [[fada]] até a árvore onde estavam Osebo e Mmboro dizendo: |
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- Agora Mmoatia, você está pronta para encontrar Nyame o Deus do Céu. |
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Aí, ele foi a casa de Ianysiá sua velha mãe, sexta filha de sua avó e disse: |
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- Ianysiá venha comigo vou dá-la a Nyame em troca de suas histórias. |
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Depois, ele teceu uma imensa teia de prata em volta do [[leopardo]], dos [[marimbondo]]s e da [[fada]], e uma outra que ia do chão até o Céu e por ela subiu carregando seus tesouros até os pés do trono de Nyame. |
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- Ave Nyame! - disse ele -Aqui está o preço que você pede por suas histórias: Osebo, o [[leopardo]] de dentes terríveis, Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum homem viu. Ainda lhe trouxe Ianysiá minha velha mãe, sexta filha de minha avó. |
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Nyame ficou maravilhado, e chamou todos de sua corte dizendo: |
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- O pequeno Ananse, trouxe o preço que peço por minhas histórias, de hoje em diante, e para sempre, elas pertencem a Ananse e serão chamadas de histórias do Homem Aranha! Cantem em seu louvor! |
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Ananse, maravilhado, desceu por sua [[teia]] de [[prata]] levando consigo o [[baú]] das histórias até o povo de sua aldeia, e quando ele abriu o baú, as histórias se espalharam pelos quatro cantos do [[mundo]] vindo chegar até aqui. |
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== Ver também == |
== Ver também == |
Revisão das 19h07min de 28 de maio de 2008
Ananse, ou Anansi, é uma lenda africana. Conta um caso interessante, no qual no mundo antigo não havia histórias e por isso viver aqui era muito triste.
Lenda
Houve um tempo em que na Terra não havia histórias para se contar, pois todas pertenciam a Nyame, o Deus do Céu. Kwaku Ananse, o Homem Aranha, queria comprar as histórias de Nyame, o Deus do Céu, para contar ao povo de sua aldeia, então por isso um dia, ele teceu uma imensa teia de prata que ia do céu até o chão e por ela subiu.
Quando Nyame ouviu Ananse dizer que queria comprar as suas histórias, ele riu muito e falou: - O preço de minhas histórias, Ananse, é que você me traga Osebo, o leopardo de dentes terríveis; Mmboro os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum homem viu.
Ele pensava que com isso, faria Ananse desistir da idéia, mas ele apenas respondeu: - Pagarei seu preço com prazer, ainda lhe trago Ianysiá, minha velha mãe, sexta filha de minha avó.
Novamente o Deus do Céu riu muito e falou: - Ora Ananse, como pode um velho fraco como você, tão pequeno, tão pequeno, pagar o meu preço?
Mas Ananse nada respondeu, apenas desceu por sua teia de prata que ia do Céu até o chão para pegar as coisas que Deus exigia. Ele correu por toda a selva até que encontrou Osebo, leopardo de dentes terríveis. - Aha, Ananse! Você chegou na hora certa para ser o meu almoço. - O que tiver de ser será - disse Ananse - Mas primeiro vamos brincar do jogo de amarrar? O leopardo que adorava jogos, logo se interessou: - Como se joga este jogo? - Com cipós, eu amarro você pelo pé com o cipó, depois desamarro, aí, é a sua vez de me amarrar. Ganha quem amarrar e desamarrar mais depressa. - disse Ananse. - Muito bem, rosnou o leopardo que planejava devorar o Homem Aranha assim que o amarrasse.
Ananse, então, amarrou Osebo pelo pé, pelo pé e pelo pé, e quando ele estava bem preso, pendurou-o amarrado a uma árvore dizendo: - Agora Osebo, você está pronto para encontrar Nyame o Deus do Céu.
Aí, Ananse cortou uma folha de bananeira, encheu uma cabaça com água e atravessou o mato alto até a casa de Mmboro. Lá chegando, colocou a folha de bananeira sobre sua cabeça, derramou um pouco de água sobre si, e o resto sobre a casa de Mmboro dizendo: - Está chovendo, chovendo, chovendo, vocês não gostariam de entrar na minha cabaça para que a chuva não estrague suas asas? - Muito obrigado, Muito obrigado!, zumbiram os marimbondos entrando para dentro da cabaça que Ananse tampou rapidamente.
O Homem Aranha, então, pendurou a cabaça na árvore junto a Osebo dizendo: - Agora Mmboro, você está pronto para encontrar Nyame, o Deus do Céu.
Depois, ele esculpiu uma boneca de madeira, cobriu-a de cola da cabeça aos pés, e colocou-a aos pés de um flamboyant onde as fadas costumam dançar. À sua frente, colocou uma tigela de inhame assado, amarrou a ponta de um cipó em sua cabeça, e foi se esconder atrás de um arbusto próximo, segurando a outra ponta do cipó e esperou. Minutos depois chegou Moatia, a fada que nenhum homem viu. Ela veio dançando, dançando, dançando, como só as fadas africanas sabem dançar, até aos pés do flamboyant. Lá, ela avistou a boneca e a tigela de inhame. - Bebê de borracha. Estou com tanta fome, poderia dar-me um pouco de seu inhame?
Ananse puxou a sua ponta do cipó para que parecesse que a boneca dizia sim com a cabeça, a fada, então, comeu tudo, depois agradeceu: - Muito obrigada bebê de borracha.
Mas a boneca nada respondeu, a fada, então, ameaçou: - Bebê de borracha, se você não me responde, eu vou te bater.
E como a boneca continuasse parada, deu-lhe um tapa ficando com sua mão presa na sua bochecha cheia de cola. Mais irritada ainda, a fada ameaçou de novo: - Bebê de borracha, se você não me responde, eu vou lhe dar outro tapa."
E como a boneca continuasse parada, deu-lhe um tapa ficando agora, com as duas mãos presas. Mais irritada ainda, a fada tentou livrar-se com os pés, mas eles também ficaram presos. Ananse então, saiu de trás do arbusto, carregou a fada até a árvore onde estavam Osebo e Mmboro dizendo: - Agora Mmoatia, você está pronta para encontrar Nyame o Deus do Céu.
Aí, ele foi a casa de Ianysiá sua velha mãe, sexta filha de sua avó e disse: - Ianysiá venha comigo vou dá-la a Nyame em troca de suas histórias.
Depois, ele teceu uma imensa teia de prata em volta do leopardo, dos marimbondos e da fada, e uma outra que ia do chão até o Céu e por ela subiu carregando seus tesouros até os pés do trono de Nyame. - Ave Nyame! - disse ele -Aqui está o preço que você pede por suas histórias: Osebo, o leopardo de dentes terríveis, Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum homem viu. Ainda lhe trouxe Ianysiá minha velha mãe, sexta filha de minha avó.
Nyame ficou maravilhado, e chamou todos de sua corte dizendo: - O pequeno Ananse, trouxe o preço que peço por minhas histórias, de hoje em diante, e para sempre, elas pertencem a Ananse e serão chamadas de histórias do Homem Aranha! Cantem em seu louvor!
Ananse, maravilhado, desceu por sua teia de prata levando consigo o baú das histórias até o povo de sua aldeia, e quando ele abriu o baú, as histórias se espalharam pelos quatro cantos do mundo vindo chegar até aqui.
Ver também
- Os Filhos de Anansi, livro do escritor britânico Neil Gaiman