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[[Image:Ratzinger Szczepanow 2003 10.JPG|left|thumb|150px|[[Cardeal]] Ratzinger presente [[Papa Bento XVI]]: Escrivá superou de alguma forma o que "se pode chamar a grande tentação de nosso tempo": a crença "que depois do big bang Deus se «retirou».]] |
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O espírito do Opus Dei incentiva a cultivar a oração e a penitência, como meios de manter o empenho por santificar as ocupações habituais. Por isso, os fiéis da prelatura incorporam à sua vida determinadas práticas assíduas: meditação, assistência diária à Santa Missa, |
O espírito do Opus Dei incentiva a cultivar a oração e a penitência, como meios de manter o empenho por santificar as ocupações habituais. Por isso, os fiéis da prelatura incorporam à sua vida determinadas práticas assíduas: meditação, assistência diária à Santa Missa, confissão sacramental freqüente, leitura e meditação do Evangelho, etc. A devoção a Nossa Senhora ocupa um lugar importante nos seus corações. Igualmente, para imitar Jesus Cristo, fazem sacrifícios, em especial os que favorecem o cumprimento fiel do dever e tornam mais agradável a vida aos outros, bem como a renúncia a pequenos prazeres, o jejum, a esmola, etc. |
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===Mortificação=== |
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Revisão das 23h29min de 20 de setembro de 2008
A Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei ou simplesmente Opus Dei (em latim Obra de Deus) é uma instituição hierárquica da Igreja Católica, uma prelazia pessoal, composta por leigos, na sua maior parte casados, e por uma pequena porcentagem de sacerdotes. Tem como finalidade participar da missão evangelizadora da Igreja. Concretamente, o Opus Dei procura difundir a vida cristã no mundo, no trabalho e na família, a chamada universal à santidade e o valor santificador do trabalho cotidiano. No dia 28 de novembro de 1982 o papa João Paulo II constituiu o Opus Dei em "prelatura pessoal".[1]
A prelatura segue uma via de conduta que passa pela santificação do trabalho cotidiano, nas palavras do fundador "o trabalho é santo, santifica-nos e santifica os outros". Assim, todo e cada um, homem ou mulher, é chamado à santificação pelo trabalho que exerce cotidianamente, encontrando Deus nas coisas ordinárias da Terra.
Segundo o papa João Paulo II: Esta natureza hierárquica do Opus Dei, estabelecida na constituição apostólica com a qual erigi a prelazia (cf. "Ut sit", 28 de novembro de 1982), pode servir-nos de ponto de partida para considerações pastorais ricas em aplicações práticas. Desejo enfatizar, antes de mais nada, que a pertença dos fiéis leigos, tanto à sua Igreja particular como à Prelazia, à qual estão incorporados, faz com que a missão peculiar da Prelazia desemboque no compromisso evangelizador de toda Igreja particular, tal como previu o Concílio Vaticano II ao criar a figura das prelazias pessoais. [2]
Fins
Segundo o fundador "o Opus Dei tem por fim promover entre pessoas de todas as classes da sociedade o desejo da plenitude da vida cristã no meio do mundo. Quer dizer, o Opus Dei pretende ajudar as pessoas que vivem no mundo — o homem vulgar, o homem da rua — a levar uma vida plenamente cristã, sem modificar seu modo normal de vida, nem seu trabalho ordinário, nem suas aspirações e anseios." [3]
"Por isso se pode dizer, como escrevi há muitos anos, que o Opus Dei é velho como o Evangelho e, como o Evangelho, novo. É lembrar aos cristãos as maravilhosas palavras que se lêem no Gênesis: Deus criou o homem para trabalhar. Detivemo-nos no exemplo de Cristo, que passou quase toda a vida na terra trabalhando como artesão numa aldeia. O trabalho não é apenas um dos mais altos valores humanos e meio com que os homens devem contribuir para o progresso da sociedade; é também caminho de santificação." [3]
História
O Opus Dei foi fundado por Josemaría Escrivá de Balaguer em 2 de Outubro de 1928 em Madrid, na Espanha. "A Obra de Deus não foi imaginada por um homem", escreveu Monsenhor Josemaria; "Há muitos anos que o Senhor a inspirava a um instrumento inepto e surdo, que a viu pela primeira vez no dia dos Santos Anjos da Guarda, no dia 2 de outubro de 1928." [4]
Em 14 de Fevereiro de 1930, o fundador compreendeu que a instituição também deveria desenvolver o apostolado entre as mulheres, e posteriormente para receber e atender ao clero da Prelazia foi fundada, em 14 de Fevereiro de 1943, a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, composta exclusivamente de clérigos e inseparavelmente unida ao Opus Dei.
Governo central
Segundo a Constituição Apostólica Ut sit o Governo central da Prelazia tem a sede em Roma, ficando erigido, como Igreja prelatícia o oratório de Santa Maria da Paz, que se encontra na sede central da Prelazia e onde se encontra o Prelado.
No governo da prelazia o prelado é auxiliado por dois órgãos centrais que também têm sede em Roma: o Conselho Geral composto pelos integrantes da seção masculina, e a Assessoria Central integrado apenas por mulheres. Na pessoa do prelado se mantém uma unidade indivisível de espírito e jurisdição. Por direito o prelado é também o Presidente geral da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.
A prelatura está dividida em regiões que são administradas por um vigário ou conselheiro regional. As regiões por sua vez podem ser subdivididas em delegações e centros, os centros são a "estrutura de base" da prelatura.
À época do falecimento do fundador, em 26 de Junho de 1975, a prelatura já se estendia pelos cinco continentes, contando com mais de sessenta mil membros de 88 nacionalidades.
O fundador foi sucedido no governo da prelazia pelo Bispo Dom Álvaro del Portillo e, após o falecimento inesperado em 23 de março de1994, por Mons. Javier Echevarría Rodríguez, atual prelado nomeado pelo Papa em 20 de abril de 1994 e sagrado bispo por João Paulo II no dia 6 de janeiro de 1995 na basílica de São Pedro. Está previsto no direito próprio que a investidura no cargo de prelado é vitalícia.
Características
"O Opus Dei é uma organização internacional de leigos, a que também pertencem sacerdotes seculares (uma exígua minoria em comparação com o total de sócios). Seus sócios são pessoas que vivem no mundo e nele exercem a sua profissão ou ofício. Não entram no Opus Dei para abandonar esse trabalho, antes, pelo contrário, para encontrar uma ajuda espiritual que os leve a santificar o seu trabalho ordinário e a convertê-lo também em meio de santificar-se e de ajudar os outros a santificar-se.
Não mudam de estado — continuam a ser solteiros, casados, viúvos ou sacerdotes —, mas procuram servir a Deus e aos outros homens dentro do seu próprio estado. O Opus Dei não está interessado em votos[5] ou promessas; o que pede aos seus sócios é que, no meio das deficiências e erros próprios de toda a vida humana, se esforcem por praticar as virtudes humanas e cristãs, sabendo-se filhos de Deus." [3]
O Opus Dei tem como lema "encontrar Deus no trabalho e na vida cotidiana". Procura a santificação de cada cristão no meio do mundo, através do exercício profissional cotidiano e no cumprimento dos deveres pessoais, familiares e sociais de cada um, de maneira a que cada indivíduo se torne um fermento de intensa vida cristã em todos os ambientes em que se encontre inserido.
Para essa finalidade a prelatura proporciona os meios de formação espiritual e atendimento pastoral aos próprios fiéis e também a muitas outras pessoas. Através desse atendimento pastoral, as pessoas são estimuladas a colocar em prática os ensinamentos do Evangelho, mediante o exercício das virtudes cristãs e a santificação do trabalho.
Isto significa, para os fiéis da prelatura, trabalhar segundo o espírito de Jesus Cristo: realizar as próprias tarefas com perfeição, como forma de dar glória a Deus e servir aos outros, e, deste modo, contribuir para santificar o mundo, tornando presente o espírito do Evangelho em todas as actividades e realidades temporais. Os membros da prelatura praticam também as chamadas normas de piedade, que consistem em, por exemplo, rezar o terço todos os dias, visitar Deus no sacrário ou confessarem habitualmente.
Os fiéis da prelatura realizam pessoalmente a sua tarefa evangelizadora nos vários âmbitos da sociedade em que estão inseridos. Por conseguinte, o trabalho que levam a cabo não se limita a um campo específico, como a educação, o cuidado de doentes ou a ajuda a deficientes. A Prelatura propõe-se recordar que todos os cristãos, seja qual for a actividade secular a que se dediquem, devem cooperar na solução cristã dos problemas da sociedade e dar testemunho constante da sua fé.
Vida diária
O cristão está chamado a procurar a santidade, isto é, a identificação com Jesus Cristo, através das circunstâncias da sua vida e das atividades em que se ocupa regularmente. Segundo o fundador do Opus Dei: "A vida corrente pode ser santa e plena de Deus; o Senhor chama-nos a santificar as ocupações habituais, porque também nelas se encontra a perfeição do cristão".[6]
Portanto, todas as virtudes são importantes para o cristão: a fé, a esperança e a caridade, apoiadas nas virtudes humanas: como a generosidade, a laboriosidade, a justiça, a lealdade, a alegria, a sinceridade etc. É pelo exercício das virtudes que o cristão vai-se configurando com Jesus Cristo.
Outra conseqüência do valor santificador da vida corrente é a transcendência das coisas pequenas que preenchem a existência de um cristão comum. "A santidade grande está em cumprir os deveres pequenos de cada instante",[7] ensinava São Josemaria Escrivá. São coisas pequenas, por exemplo, os detalhes de serviço, de boa educação, de respeito aos outros, de ordem material, de pontualidade etc.: quando se vivem por amor de Deus, esses detalhes não são de pouca relevância para a vida cristã.
Dentre as realidades quotidianas sobre as quais um cristão corrente deve edificar a sua santificação e às quais deve dar, portanto, uma dimensão cristã, encontram-se — para a maioria das pessoas — o matrimônio e a família. "Para um cristão, o matrimônio não é uma simples instituição social, e menos ainda um remédio para as fraquezas humanas: é uma autêntica vocação sobrenatural(...) Os casados estão chamados a santificar o seu matrimônio e a santificar-se a si próprios nessas união (...). A vida familiar, as relações conjugais, o cuidado e a educação dos filhos, o esforço necessário para manter a família, para garantir o seu futuro e melhorar as suas condições de vida, o convívio com as outras pessoas que constituem a comunidade social, tudo isso são situações humanas, comuns, que os esposos cristãos devem sobrenaturalizar".[8]
Caridade e apostolado
Os fiéis do Opus Dei se esforçam por dar testemunho da sua fé cristã por ocasião das suas atividades ordinárias e do seu relacionamento humano. O seu apostolado dirige-se a todos os homens e mulheres, e é exercido, em primeiro lugar, com o exemplo pessoal e depois mediante a palavra. O desejo de dar a conhecer Jesus Cristo, conseqüência direta da caridade (isto é, do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos), é inseparável do desejo de contribuir para a solução das necessidades materiais e dos problemas sociais do ambiente.
O apostolado do Opus Dei, é de natureza à conversão individual, não visa conversões em massa. Prima ele pelo trato natural que existe entre amigos.
Amor à liberdade
Os fiéis do Opus Dei são cidadãos que gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos às mesmas obrigações que os outros cidadãos, seus iguais. Nas suas atuações profissionais, familiares, políticas, econômicas, culturais etc., agem com liberdade e com responsabilidade pessoal, sem pretender envolver a Igreja ou o Opus Dei nas suas decisões, nem apresentá-las como as únicas congruentes com a fé. É a isto que leva o respeito à liberdade e às opiniões alheias.
Vida de oração e sacrifício
O espírito do Opus Dei incentiva a cultivar a oração e a penitência, como meios de manter o empenho por santificar as ocupações habituais. Por isso, os fiéis da prelatura incorporam à sua vida determinadas práticas assíduas: meditação, assistência diária à Santa Missa, confissão sacramental freqüente, leitura e meditação do Evangelho, etc. A devoção a Nossa Senhora ocupa um lugar importante nos seus corações. Igualmente, para imitar Jesus Cristo, fazem sacrifícios, em especial os que favorecem o cumprimento fiel do dever e tornam mais agradável a vida aos outros, bem como a renúncia a pequenos prazeres, o jejum, a esmola, etc.
Mortificação
São Josemaria gostava de dizer que as melhores penitências são as que se apresentam por ocasião do próprio trabalho, que se leva na vida ordinária. Falava por exemplo do sorriso quando se está cansado, de terminar bem o trabalho começado, de saber escutar aos demais com paciência e compreensão.
A mortificação corporal, que é praticada com moderação e senso comum, pertence ao patrimônio espiritual da Igreja e é entendida como um sacrifício mental ou físico aos olhos de Deus. Pode cingir-se à renúncia de algum alimento pelo qual a pessoa que se mortifica tenha preferência ou simplesmente por não beber água imediatamente quando se tem sede, por exemplo. Estes sacrifícios são vistos como uma união à paixão e à cruz de Jesus Cristo e, portanto, como meio de participação na Redenção. Muitos santos a praticaram.
Unidade de vida
A "unidade de vida" é outro alicerce nos ensinamentos do fundador do Opus Dei. De acordo com sua mensagem, um cristão não deve procurar Deus apenas na igreja, mas também nas menores atividades ou ocupações de sua vida. Deixar de ser cristão quando se sai do templo, como quem tira um chapéu ao entrar num restaurante, é ter "vida dupla".
A "unidade de vida", segundo S. Josemaria Escrivá, é uma profunda união com Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Desta forma, o trabalho profissional ou qualquer atividade, incluindo o descanso e o lazer, une-se à redenção operada por Cristo no Calvário, transformando-se em trabalho redentor. Todas as boas obras que fizermos em benefício do nosso próximo são obras de justiça, mas somente a fé em Jesus - o Filho de Deus - pode justificar o homem.
Sobre a "unidade de vida" ensinou São Josemaria: Não meus filhos! Não podemos levar uma vida dupla, não podemos ser esquizofrênicos, se queremos ser cristãos: existe apenas uma vida, feita de carne e de espírito, e é esta vida que deve ser, na alma e no corpo, santa e cheia de Deus: este Deus invisível encontramo-lO nas coisas mais visíveis e materiais. Não há outro caminho, meus filhos: ou somos capazes de encontrar o Senhor na nossa vida ordinária, ou nunca O encontraremos. [9]
Os fiéis da prelatura
O membro do Opus dei tem a obrigação de cumprir bem com o seu dever, de desempenhar bem a sua função social, de ser um bom marido, um bom pai, um bom filho, um bom estudante, um bom trabalhador, um bom intelectual, um bom profissional, um bom cidadão, tem de respeitar as opiniões dos outros nas coisas temporais, de conviver afectuosa e fraternalmente com os que não são da sua opinião, tem de ser alma de paz, semeador de alegria. Foi assim que a Santa Sé nos chamou num documento de há muitos anos: semeadores de paz e de alegria. E tenho a certeza de que o notais nas vossas famílias, aqueles de vós que têm pessoas do Opus Dei, que fazem de maneira a que haja paz, a que haja alegria, a que haja serenidade; tudo isto é manifestação do facto de que Deus está aí. (Josemaria Escrivá)[10]
A grande maioria dos membros da prelatura são leigos. Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja (...) É, pois, claro a todos, que os cristãos de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Na própria sociedade terrena, esta santidade promove um modo de vida mais humano.[11]
O Opus Dei (2005) possui aproximadamente 85 mil membros distribuídos pelos cinco continentes. Existe um único e idêntico fenômeno vocacional pelo qual todos os fiéis da prelatura são e se sentem membros em igual grau: segundo seus Estatutos, todos os membros da Obra são iguais em direitos, deveres e autoridade sob a guia do Prelado, líder pastoral da Prelatura. Os membros do Opus Dei podem ser casados, solteiros, homens e mulheres:
- Supernumerários
A maioria dos fiéis da Opus Dei é composta pelos membros supernumerários: são geralmente homens ou mulheres casados, que seguem carreiras convencionais e para quem a santificação dos deveres profissionais e familiares é parte principal da sua vida cristã. Os supernumerários constituem atualmente cerca de 70% do total dos membros do Opus Dei.
Além das atividades normais de qualquer cidadão, os supernumerários devotam algum tempo diário à oração, além de participar de palestras específicas de formação humana e teológica e de participar anualmente em retiros espirituais. Em decorrência de suas obrigações profissionais e familiares não possuem a mesma disponibilidade às atividades da prelatura que os outros membros.
- Numerários e adscritos
Os demais fiéis do Opus Dei são homens e mulheres que se comprometem a viver em celibato, por motivos apostólicos. Alguns moram com as suas famílias ou onde lhes for mais conveniente por motivos profissionais: são os adscritos da prelatura. Outros, pelas suas circunstâncias, podem permanecer plenamente disponíveis para cuidar das atividades apostólicas e da formação dos demais fiéis da prelatura: são os numerários, que ordinariamente podem viver em centros do Opus Dei, sem que isto impeça que desenvolvam sua carreira profissional. As numerárias auxiliares dedicam-se principalmente à atenção dos trabalhos domésticos das sedes dos centros da prelatura, que é a sua atividade profissional normal.
- A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz
O presbitério do Opus Dei é composto por membros da prelatura, tipicamente numerários e adscritos, que recebem o sacramento da Ordem e estão sob a jurisdição do prelado do Opus Dei.
A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz é uma associação de sacerdotes unida ao Opus Dei. Fazem parte desta associação os sacerdotes que compõem o presbitério do Opus. Estes são membros da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz e estão sob a jurisdição do prelado da Obra. Também são admitidos como membros desta sociedade sacerdotes diocesanos que, permanecendo sob a jurisdição do bispo de sua diocese, procuram santificar seu trabalho de acordo com o espírito do Opus Dei e a sua orientação espiritual. Os sacerdotes diocesanos, portanto, não fazem parte do presbitério da Obra, mas apenas associam-se à Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz.
Eram, no ano de 2004, vinte e três os bispos da Igreja Católica originários (incardinados) do clero do Opus Dei, existem mais dezoito bispos originários do clero diocesano que integram a Lista de bispos do Opus Dei, num total de 41 bispos, o que segundo John L. Allen Jr., em 2004, reprentaria 0,9% do episcopado católico em todo o mundo composto de 4.564 bispos.
- Cooperadores
Os Cooperadores do Opus Dei não pertencem à prelatura, mas colaboram com ela de alguma forma: orações, contribuições financeiras ou provendo algum outro tipo de assistência. Os cooperadores não precisam aderir a qualquer requisito especial, são apenas pessoas que apoiam o trabalho da Opus Dei, com o qual partilham ideais. Podem ser cristãos ou não.
Obras corporativas
Nas obras de apostolado corporativo, o Opus Dei garante moralmente a orientação cristã da atividade que nelas se desenvolve, os acordos com a prelatura não modificam de modo algum a natureza civil da entidade interessada. A responsabilidade plena da sua gestão e direção cabe sempre aos seus promotores, que serão pessoas ou entidades civis e não a prelatura. Nestes casos a prelatura proporciona orientação doutrinal e atenção sacerdotal, sem discriminação de raça, religião ou condição social. Em todo caso deve tratar-se de iniciativas de inequívoco interesse social, sem fins comerciais ou políticos.
Críticas
O Opus Dei é muitas vezes descrito por seus críticos como um movimento tradicionalista, por sua fidelidade ao Magistério e doutrina da Igreja Católica. É-lhe atribuído, na América Latina, uma influência considerável como instrumento da luta do Vaticano contra a Teologia da Libertação, afirmando-se que está fortemente implicado nas lutas de poder dentro da Igreja Católica; estas suposições, no entanto, nunca foram provadas.
Sobre as críticas, os defensores do Opus Dei afirmam que a prelatura foi falsamente caluniada [12] [13]. Segundo John Allen, vaticanista da CNN : "Há dois Opus Dei: um Opus Dei do mito e um Opus Dei da realidade". [14] [15] Também questionam a motivação e a confiabilidade de alguns críticos. Indicam que ex-membros de qualquer instituição podem ter motivações psicológicas ou emocionais para criticar o grupo a que pertenciam, e reivindicam que tais indivíduos estão propensos a criar histórias fictícias de atrociadade que não correspondem a realidade.[16].
Além disso, uma certa discrição por parte do Opus Dei faz com que as informações a seu respeito sejam extremamente fragmentárias. Por exemplo: a Constituição do Opus Dei, redigida em 1950, só foi publicada em 1986, depois da erecção como Prelazia Pessoal (antes de 1982, seria um documento provisório). Essa discrição adotada pelos membros da prelazia é por vezes acusada de secretismo, o que levou a que, em Itália, se tivesse tentado extinguir a Obra, devido a uma lei que proibia sociedades secretas.
Para impedir boatos que insinuavam que o comportamento da prelatura estava longe de ser o correcto e acabar com a imagem de "sociedade secreta", os responsáveis pelo Opus Dei fizeram grandes esforços de divulgação da instituição quando da canonização de Josemaría Escrivá.
Atenção dos meios de comunicação
Em todo o mundo, o Opus Dei passou a receber grande dose de atenção dos meios de comunicação devido à publicação do livro "O Código da Vinci" (em que membros da prelazia são retratados como fanáticos assassinos), e, no Brasil, pela divulgação de que o ex-governador do estado brasileiro de São Paulo, Geraldo Alckmin, faria parte da Obra. Ele, inclusive, quando era prefeito de Pindamonhangaba em 1978, [1] batizou uma rua da cidade como o nome do fundador, Josemaría Escrivá de Balaguer, em comemoração ao cinquentenário da organização. Por sua vez, Alckmin sempre negou ter qualquer vínculo com o Opus Dei.
Cadu Silveira, jornalista, afirma (História Viva, maio de 2006): "O Opus Dei teve e tem ligações com regimes autoritários e elites conservadoras? Segundo John Allen Jr., jornalista da CNN, é preciso, de saída, contextualizar a questão. No tempo da guerra civil na Espanha (1936-1939), Escrivá e a maioria dos católicos do país apoiaram os nacionalistas contra os republicanos. Nas décadas seguintes, a organização forneceu alguns ministros aos governos franquistas e pós-franquistas, em geral quadros de perfil tecnocrático. Em contrapartida, informa o autor, diversos numerários foram presos ou tiveram de se exilar por sua oposição a Franco."
"Os sucessores de Escrivá costumam descartar a acusação de serem ligados às elites, lembrando que entre os construtores da "Obra" - menos de 100 mil no mundo inteiro - existem trabalhadores manuais, motoristas de ônibus, agricultores e mesmo donas-de-casa. O livro de Allen Jr. traz depoimentos de alguns desses colaboradores mais humildes. E também do jornalista de Barcelona Luís Foix, militante da organização, que colabora em publicações de centro-esquerda e apóia os socialistas nas eleições. Ele enfatiza a liberdade de opinião existente dentro do grupo, afirmando que ninguém jamais tentou influenciar suas escolhas políticas. "Como membro da Opus Dei, sou totalmente livre", resume."
Fábio Chiossi, jornalista, em "Opus Dei não é tão poderoso como se pensa, diz vaticanista" (Folha de São Paulo, 13 de fevereiro de 2006): "O facto de que eles cultivarem uma atmosfera de segredo não prejudica sua imagem?" Segundo John Allen Jr. "Sim. Mas o facto é que eles não vêm isso como segredo, mas como o viver sua própria espiritualidade. Assim, não tentam ser sigilosos, mas eu acho que, para as pessoas que estão fora, eles aparecem como um grupo secreto porque não fazem um trabalho muito bom para se explicarem. Isso os afeta. E é claro que, com o livro, eu estava tentando desafiar a enfrentar isso..."
Em seus estatutos secretos, redigidos em 1950 e publicados em 1986 pelo jornal italiano "L´Expresso", a Obra determina que "os membros numerários e supernumerários saibam que devem observar sempre um prudente silêncio sobre os nomes dos outros associados e que não deverão revelar nunca a ninguém que eles próprios pertencem à Opus Dei." [17]
Referências
- ↑ ROMANO, Giuseppe. Opus Dei. A mensagem, as obras, as pessoas. Lisboa: Paulus, 2005. pg.30
- ↑ Discurso do Papa João Paulo II no congresso organizado pela Prelazia do Opus Dei sobre a Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte, 17-III-2001.
- ↑ a b c Questões atuais do Cristianismo, n. 24. São Paulo: Quadrante, 1986.
- ↑ ROMANO, Giuseppe. Op cit. pg.28
- ↑ Os votos religiosos são: pobreza, obediência e castidade.
- ↑ (É Cristo que passa, 2a. ed., Quadrante, São Paulo,n 148)
- ↑ (Caminho, Quadrante, São Paulo, n. 817)
- ↑ (É Cristo que passa, ibid., n. 23).
- ↑ ROMANO, Giuseppe. Op.cit. pg.82
- ↑ ROMANO, Giuseppe. Op. cit. pg.76
- ↑ Concílio Vaticano II, const. Lumen Gentium, ns. 31 e 40
- ↑ Peter Gould. «The rise of Opus Dei». BBC News Parâmetro desconhecido
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) sugerido (ajuda) - ↑ Kim Lawton (June 29, 2001). «Opus Dei». PBS Religion & Ethics Newsweekly Parâmetro desconhecido
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ignorado (|acessodata=
) sugerido (ajuda); Verifique data em:|data=
(ajuda) - ↑ «Interview with John L. Allen». Kansas City Star Parâmetro desconhecido
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ignorado (|acessodata=
) sugerido (ajuda) - ↑ «Interview with John Allen». PBS:Religion&Ethics Parâmetro desconhecido
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ignorado (|acessodata=
) sugerido (ajuda) - ↑ Bryan Ronald Wilson (December 3, 1994). «Apostates and New Religious Movements» Parâmetro desconhecido
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ignorado (|acessodata=
) sugerido (ajuda); Verifique data em:|data=
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Ver também
- Críticos do Opus Dei
- História do Opus Dei
- Josemaria Escrivá de Balaguer
- Obras corporativas do Opus Dei
- Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz