Alexandre Vannucchi Leme: diferenças entre revisões
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Há mais de uma versão sobre sua morte. A mais consagrada nos meios midiáticos e estudantís é a de que foi morto pelo aparato de segurança do [[Regime Militar]]. De acordo com lideranças esquerdistas do movimento estudantil, no dia [[16 de março]] de [[1973]], Vannucchi foi levado ao [[DOI-CODI]], onde foi torturado durante dois dias, como ele havia feito uma cirurgia interna recentemente os pontos abriram e os carcereiros se deram conta que ele tinha morrido. |
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Revisão das 18h03min de 11 de julho de 2012
Alexandre Vannucchi Leme (Sorocaba, 5 de outubro de 1950 — São Paulo, 17 de março de 1973) foi um líder estudantil brasileiro.
Militância Estudantil
Frequentava o curso de Geologia da Universidade de São Paulo (USP) no início da década de 1970, participando ativamente da militância estudantil de esquerda durante o período do regime militar conhecido como anos de chumbo.
Seu nome tornou-se muito conhecido devido a mística gerada no movimento estudantil em torno dos fatos que envolveram sua morte inesperada, aos 22 anos. Enquanto o governo afirmava publicamente que ele teria sido vítima de atropelamento, líderes estudantis alegavavam que sua morte teria acontecido por tortura durante interrogatório.
Prisão e Morte
Alexandre havia sido preso pela Operação Bandeirantes devido a sua participação ativa em uma organização política, a Ação Libertadora Nacional (ALN).
Há mais de uma versão sobre sua morte. A mais consagrada nos meios midiáticos e estudantís é a de que foi morto pelo aparato de segurança do Regime Militar. De acordo com lideranças esquerdistas do movimento estudantil, no dia 16 de março de 1973, Vannucchi foi levado ao DOI-CODI, onde foi torturado durante dois dias, como ele havia feito uma cirurgia interna recentemente os pontos abriram e os carcereiros se deram conta que ele tinha morrido.
Outra versão apresentada sobre a morte de Vannucchi por alguns jornais e rádios, baseados na fala de um integrante de nome não divulgado do DOI-CODI, foi a de que a morte de Alexandre se tratara de um suicídio, alegando que ele teria se matado com uma lâmina de barbear enquanto esperava em sua cela para ser interrogado.
Por fim, outra versão também amplamente divulgada, através de nota pública do governo, afirma que ele teria sido atropelado por um caminhão ao tentar fugir das instalações onde se encontrava detido. Tal versão, embora fosse apoiada pelos laudos de pericia médica e por fotografias do local do acidente, foi amplamente contestada pelas organizações de esquerda que atuavam contra o regime militar.
Repercussões da Morte
A 30 de março de 1973 foi celebrada missa em sua intenção na Catedral da Sé, pelo arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns, na presença de cerca de cinco mil pessoas, que contou com artistas, autoridades, oposições sindicais, sindicatos e associações que protestavam contra a tortura e que se manifestaram contra a versão oficial da morte. Mais de cinco mil pessoas acorreram ao ato.
Os pais do estudante pressionaram os órgãos do regime por dez anos para que o corpo do estudante pudesse ser sepultado em sua cidade natal em 1983.
O Diretório Central dos Estudantes da Universidade de São Paulo, primeira agremiação independente organizada durante a ditadura militar brasileira, leva o seu nome.
A sua morte sob tortura foi similar as que aconteceriam nos anos seguintes, como o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 1975 e do operário Manuel Fiel Filho, em 1976. Estes foram, entre tantos outros mortos pela tortura, os que se tornaram centrais como símbolo na luta pela anistia que mobilizou o país de forma massiva a partir de maio de 1977.
Chegou a ser instaurado um inquérito pelo DOPS para apurar a morte de Alexandre, encaminhado para a 2ª Auditoria Militar. O Juiz Auditor Nelson da Silva Machado Guimarães, responsável pelo caso o enviou para o Comandante do II Exército onde foi arquivado sem solução.
Referências
- IKEDO, Fernanda. Ditadura e Repressão em Sorocaba: Histórias de quem resistiu e sobreviveu. LINC, 2003.