Almofre
O almofre [1], almafre[2] ou almôfar[3] é um carapuço flexível de malha metálica, usado pelas tropas medievais, sob o elmo, para proteger a cabeça, o pescoço e, por vezes, também o queixo e a boca.[4][5] Normalmente usava-se por cima de uma coifa de tecido ou pele e sob um elmo.[5]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Ambos os substantivos «almofre» e «almafre» têm origem no étimo moçárabe ou árabe antigo al-mufgar,[1] o qual corresponde ao étimo neoarábico مِغْفَرٌ miġfar[6], que significa «elmo».[7]
Relação com a loriga
[editar | editar código-fonte]Sendo certo que no início da Idade Média o almofre ainda não se autonomizava claramente da loriga[desambiguação necessária] (túnica defensiva composta por um saio de anéis de malha metálica entrelaçados),[8] mais tarde, cerca do terceiro quartel do século XIII, as fontes históricas já se reportam ao almofre como uma peça de diferente e independente da loriga.[5]
Com efeito, as defesas de pescoço são um tipo de protecções que surgiram tardiamente, por pura necessidade, mercê do crescimento do poder das armas ofensivas, que cada vez mais tornava a zona do pescoço particularmente vulnerável em combate.[4]
Distinção com o camal
[editar | editar código-fonte]O almofre distingue-se do camal, que é entendido pela historiografia moderna como um colar ou avental de pescoço, que descaía pelo pelos ombros, feito em malha metálica,[9] encontrando-se ligado à peça de armadura que protegia a cabeça, geralmente a barbuda ou mais tarde o bacinete.[4][10]
Referências
- ↑ a b «almofre». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ «almafre». Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora. Infopédia
- ↑ «almôfar». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Priberam Informática. Consultado em 13 de abril de 2023
- ↑ a b c Agostinho, Paulo Jorge Simões (2012). Vestidos para matar : o armamento de guerra na cronística portuguesa de quatrocentos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. p. 81. 222 páginas. ISBN 978-989-26-0302-5. OCLC 855996399
- ↑ a b c Martins, M. G. (2014). A arte da guerra em Portugal: 1245 a 1367. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. p. 231. 571 páginas
- ↑ Corriente, Federico (10 de dezembro de 2013). «Los arabismos y otras voces medio-orientales del Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa». Filologia e Linguística Portuguesa (em espanhol) (spe): 103. 116 páginas. ISSN 2176-9419. doi:10.11606/issn.2176-9419.v15ispep69-184
- ↑ «The Attributes of Allah». The Review of Religions (em inglês). 26 de janeiro de 2020. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Martins 214, p. 229.
- ↑ «camal». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Priberam Informática. Consultado em 10 de abril de 2023
- ↑ Martins 2014, p. 237.