Andrés de Olmos
Andrés de Olmos | |
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Nascimento | 1480 Oña, Burgos |
Morte | 8 de outubro de 1568 (88 anos) Pueblo Viejo, Veracruz |
Andrés de Olmos (Oña, 1480[1] – Canton de Tampico ou Villa de San Luis de Tampico, atualmente Pueblo Viejo, 8 de outubro de 1568[2][3]) foi um sacerdote franciscano, gramático e etno-historiador dos índios mexicanos. É mais conhecido por seu trabalho em Linguística, o primeiro do Novo Mundo, em náuatle clássico.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Andrés de Olmos na juventude foi morar com uma irmã casada em Olmos de Esgueva, de onde vem seu nome. Entrou para o convento franciscano em Valladolid e foi ordenado sacerdote. Em 1527, foi nomeado assistente do Frei Juan de Zumárraga e o acompanhou quando este foi enviado pelo imperador Carlos V, em 1528, para ser o primeiro bispo da Nova Espanha. Já em 1533 Olmos era reconhecido como extraordinariamente hábil na língua náuatle, e bem informado sobre a história e costumes dos povos que falavam aquela língua. Em 1536 contribuiu para a fundação do Colegio de Santa Cruz, onde também deu aulas[4], a primeira instituição de base europeia de ensino superior no Novo Mundo.
Olmos escreveu um livro, agora perdido, sobre a história pré-hispânica, as crenças e práticas religiosas do México (alguns sugeriram que esse trabalho possa ser o misterioso Crónica X). Também publicou uma coleção de Huehuetlahtolli[4], instrução moral dos anciãos náuatles para seus juniores, expressa em um ambiente altamente estilizado e elegante, linguagem de alto registo. Escreveu vários sermões em náuatle que sobreviveram.
Andrés de Olmos é mais conhecido por seu Arte para aprender la lengua mexicana, concluído em 1547. Apesar de ter sido baseado em algumas notas previamente escritas por ele e outros autores sobre a gramática náuatle clássica, esta foi a primeira descrição relativamente completa de uma língua indígena do Novo Mundo. Antecede, por três anos, a primeira descrição gramatical da língua francesa escrita por Louis Maigret em 1550.
Olmos também publicou um Vocabulário náuatle. Grande parte de seu trabalho sobre a Arte e o Vocabulário foi feito em Hueytlalpan, na terra dos Totonacas, onde se estabeleceu por volta de 1539. Lá, Olmos aprendeu totonaca e publicou uma Arte e Vocabulário nesse idioma, ambos perdidos. Em 1554 se mudou para a região de Huasteca, onde aprendeu a língua huasteca ou teenek, e escreveu ainda outra Arte e Vocabulário descrevendo o idioma.
Importância
[editar | editar código-fonte]A língua náuatle, totonaca e huasteca são de famílias linguísticas completamente diferentes, e representam três das 20 famílias linguísticas mais importantes do México. Descrever a gramática, introduzir a análise léxica dessas três línguas diferentes é uma tarefa imensa, ainda mais se considerarmos que ele foi o primeiro a fazê-lo. O trabalho de Olmos, particularmente a Arte para aprender la lengua mexicana, foi o modelo para muitos outros que se seguiram em línguas náuatle e outras do Novo Mundo.
Referências
- ↑ Georges Baudot (1995). Utopie et histoire au Mexique. [S.l.]: University Press of Colorado. p. 399. ISBN ISBN 9780870814013 Verifique
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(ajuda) - ↑ Eduardo de J. Douglas (2010). In the Palace of Nezahualcoyotl: Painting Manuscripts, Writing the Pre-Hispanic Past in Early Colonial Period Tetzcoco, Mexico. [S.l.]: University of Texas Press. p. 194. 288 páginas. ISBN ISBN 0292721684 Verifique
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(ajuda) - ↑ Georges Baudot (1995). Utopie et histoire au Mexique. [S.l.]: University Press of Colorado. p. 153. ISBN ISBN 9780870814013 Verifique
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(ajuda) - ↑ a b «Artehistoria - Protagonistas de la historia - Olmos, Andrés de». Artehistoria. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2012
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Olmos, Fray Andrés de. 1547. Arte de la Lengua Mexicana. Edición, estudio introductorio, transliteración y notas de Ascensión Hernández de León-Portilla y Miguel León-Portilla. 2002. Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM).