Arquivo Geral de Simancas

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Arquivo Geral de Simancas
Arquivo Geral de Simancas
Tipo arquivo
Inauguração 1540 (484 anos)
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 41° 35' 30.8" N 4° 49' 44" O
Mapa
Localidade Simancas
Localização Simancas - Espanha
Patrimônio Bem de Interesse Cultural

O Arquivo Geral de Simancas (em castelhano: Archivo General de Simancas; também aludido pela sigla AGS) é um arquivo localizado no município vallisoletano de Simancas, na comunidade autônoma de Castela e Leão, Espanha. Fundado em 1540, foi o primeiro arquivo oficial da Coroa de Castela.[1] Instalado no Castelo de Simancas, desde sua fundação tem figurado como uma das referências na Península Ibérica no que se refere à conservação e amarzenamento de documentos.

A evolução cronológica da instituição esteve muito ligada à história da Coroa de Castela. Um dos principais marcos ocorreu em 1588, quando Felipe II da Espanha outorgou a Instrucción para el Gobierno del Archivo de Simancas, um documento fundamental para entender a gestão tanto deste arquivo como a de outros da Península.[2] Por outro lado, os momentos de pujança ou de retraimento da monarquia castelana refletiram-se na forma de documentos e de recursos. Os danos sofridos durante a Guerra Peninsular também tiveram relevante papel no que hoje é a instituição.[3][4]

Atualmente, o AGS é ligado ao Ministério da Cultura da Espanha.[5][6] Nele não são desenvolvidas apenas as atividades referentes à conservação e catalogação dos documentos que abriga: também é possível realizar pesquisas em seu acervo. No interior também encontra-se um museu.

Conceito e simbolismo[editar | editar código-fonte]

Assinatura do rei Carlos I da Espanha. Este foi o fundador do primeiro arquivo centralizado de Castela, algo que alguns de seus antecessores (como João II e Henrique IV) tentaram realizar, sem êxito.[nota 1]

O arquivo de Simancas foi o primeiro arquivo oficial da Coroa de Castela, e existe como tal desde 1540, aproximadamente dois séculos depois da Coroa de Aragão ter criado o seu.[1] Este significativo retardo tem sido objeto de estudo por parte dos historiadores que pesquisam o desenvolvimento histórico da instituição. Várias explicações já foram propostas, entre as quais figuram o "nomadismo" da Corte, a guerra contra os mouros e as lutas internas entre os membros da dinastia de Trastâmara.[nota 2]

Um Estado do século XVI como a coroa castelana, que tinha a intenção de aderir à era da modernidade surgida após a Idade Média, necessitava constituir um aparato burocrático eficientemente articulado e, nesse sentido, afigura do arquivo foi crucial.[7] Desde o primeiro momento planejou-se, ainda que sem precisar o local, que o arquivo estivesse localizado em uma fortaleza, por mera questão de segurança na hora de armazenar os documento que o aparato estatal fosse produzindo.[8]

O fato de ter sido fundado tardiamente tem uma certa conotação negativa pelo atraso que isso implica quando comparado a outras nações europeias; por outro lado, a fundação do arquivo só foi viável graças ao contexto sócio-político, que era o de solidez das instituições estatais e administrativas, que produziam documentos que requeriam uma conservação adequada.[9]

Desde o primeiro momento e até tempos recentes, o AGS não era destinado a tarefas de catáter cultural,[10] pois somente respondia à necessidade expressa de um ser um local para conservar os documentos. Neste sentido, um arquivo centralizado é um ponto de apoio para um bom governo de um monarca, pois nele encontram-se os documentos que legitimam o seu poder.[11] Com o passar do tempo, o Arquivo Geral de Simancas foi promovido à categoria de "marco da arquivística espanhola".[12][nota 3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Para saber mais sobre as diferentes tentativas de se fundar arquivos em Castela, ver: Rodríguez de Diego 1989, p. 25-30.
  2. O erudito do século XVIII Santiago Agustín Riol já se referia a este tema em 1726.
  3. Em catelhano: "hito de la archivística española".

Referências

  1. a b Plaza Bores 1992, p. 23.
  2. Rodríguez de Diego 1989, p. 11.
  3. Plaza Bores 1992, p. 68.
  4. Plaza Bores 1992, p. 86.
  5. «Archivo Simancas acoge mañana primera reunión 2009 de Patronato Camino Lengua» (em espanhol). ADN.es. Consultado em 7 de setembro de 2013. Arquivado do original em 2 de março de 2009 
  6. Martínez García 1999, p. 77.
  7. Rodríguez de Diego 1989, p. 32.
  8. Plaza Bores 1992, p. 24.
  9. Rodríguez de Diego 1989, p. 36.
  10. Martínez García 1999, p. 78.
  11. Martínez García 1999, p. 101.
  12. Rodríguez de Diego 1989, p. 12.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Álvarez de Pinedo, Javier; Rodríguez de Diego, José Luís (1993). Los archivos españoles. Simancas. 1 de Archivos Europeos: Archivos Españoles. Madrid: Ediciones Lunwerg. Ministerio de Cultura. 291 páginas. ISBN 8477822387 
  • González Amezúa, Agustín (1945). «El Archivo General de Simancas y la historia de España» (PDF). Madrid: Ministerio de Educación Nacional. Revista Nacional de Educación (em espanhol) (54): 11-30. OCLC 803459103. Consultado em 8 de setembro de 2013 
  • Martínez García, Luís (1999). «El archivo de Simancas en el Antiguo Régimen: secreto, patrimonio, justificación y legitimidad real» (PDF). Madrid: Asociación Española de Archiveros, Bibliotecarios, Museólogos y Documentalistas. Boletín de la ANABAD (em espanhol) (49): 77-116. ISSN 0210-4164. OCLC 641346170. Consultado em 7 de setembro de 2013 
  • Plaza Bores, Ángel de la (1992). Guía del Investigador. 2 de Publicaciones del Archivo General de Simancas: Guías 4 ed. Madrid: Ministerio de Cultura. Dirección General de Bellas Artes y Archivos. Dirección de Archivos Estatales. 379 páginas. ISBN 8474838533 
  • Rodríguez de Diego, José Luís (1989). Instrucción para el gobierno del Archivo de Simancas (año 1588). Madrid: Ministerio de Cultura. Dirección General de Bellas Artes y Archivos. 115 páginas 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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