Asas (romance)

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Крылья
Autor(es) Mikhail Kuzmin
Idioma Russo
País  Rússia
Gênero Ficção russa
Lançamento 1930
Edição brasileira
Tradução Elias Ribeiro de Castro (Ed. Z)

Francisco de Araújo (Carambaia)

Editora Ed. Z

Editora Carambaia

Lançamento 2003

2023

Páginas 175
ISBN 8589686043

Asas ( em russo: Крылья ) é um romance russo de Mikhail Kuzmin, publicado em 1906. Foi o primeiro romance russo de temática homossexual[1] e causou grande consternação no meio literário conservador da Rússia czarista[2].

Resumo do enredo[editar | editar código-fonte]

O romance trata da paixão do adolescente, um órfão, Vânia Smurov pelo seu mentor, Larion Strup, um pederasta que o inicia na descoberta do mundo da arte Clássica, Renascentista e Romântica. No final da primeira parte, Vânia fica chocado quando descobre que o objeto da sua admiração frequenta um banho público para homossexuais. Para por em ordem os seus sentimentos, Vânia retira-se para a província, na região do Volga, mas a sua experiência nauseante com as mulheres do campo, cujos incentivos para que ele desfrute a sua juventude não são mais que tentativas desajeitadas de sedução, induz Vânia a aceitar o convite de um dos seus professores para o acompanhar numa viagem por Itália. Na última parte do romance, Vânia e Strup, que também está em Itália, são vistos a desfrutar o clima suave do Mediterrâneo e as obras de arte deslumbrantes de Florença e Roma, enquanto o príncipe Orsini fala ao delicado jovem sobre a arte do hedonismo[3].

Receção[editar | editar código-fonte]

Embora o romance tenha sido competentemente escrito num estilo elegante e original, a sua receção ficou marcada pelo escândalo[2]. O tema central, de grande sensualidade estetizada, gerou comparações com as obras contemporâneas de Oscar Wilde e André Gide[4], que cobrem um território temático similar. Vladimir Nabokov parodiou a novela de Kuzmin no seu conto O olho vigilante, dando ao protagonista o nome de "Smurov", sendo "Vânia" uma rapariga. De acordo com Justin Torres, "Asas não é apenas uma obra esteticamente subversiva, é uma defesa franca da homossexualidade"[4].

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «The roots of Russian homophobia» (em inglês). Russia & India Report. Consultado em 25 de agosto de 2013 
  2. a b Harvard University Press, ed. (1999). Mikhail Kuzmin: A Life in Art (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 95  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  3. «Wings (from the backcover)» (em inglês). books.google.pt. Consultado em 25 de agosto de 2013 
  4. a b «Breaking the Ice of Russian Repression» (em inglês). advocate.com. Consultado em 25 de agosto de 2013