Atlantica calathoides

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Atlantica calathoides é uma espécie de Gastrópodes, de filo Arthropoda, da ordem Stylommatophora e família Discidae, criticamente em perigo de acordo com a a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) [1].

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Esta espécie é endémica do Arquipélago da Madeira (Portugal), onde é conhecida da Ilha Deserta Grande. Foi redescoberto em 2008 por Silva e Teixeira. Também está presente como um fóssil quaternário no Bugio. Existem registos recentes de exemplares vivos desta espécie em dois sítios na Deserta Grande (D. Teixeira pers.comm. 2016), um deles encontrado no extremo noroeste e o segundo no extremo sudoeste [2].

Principais ameaças[editar | editar código-fonte]

A principal ameaça é a predação por camundongos (Mus musculus) e carabídeos nativos (Scarites abbreviatus desertarum). A cobertura do habitat também é suscetível a alterações devido a secas, deslizamentos de terra e pastoreio de cabras.[3]. A espécie é avaliada como Criticamente Ameaçada segundo os critérios B2ab(iii,v), com base em sua ocorrência em um único local, as flutuações da população relatadas nos últimos dez anos, os declínios observados devido à predação e a degradação do habitat [4].

Houve também grandes flutuações nas subpopulações monitoradas nos últimos dez anos [5].

Habitat e ecologia[editar | editar código-fonte]

Esta espécie ocorre em ravinas muito profundas, a altitudes intermédias, em habitats dominados por samambaias. Encontra-se geralmente perto da base das plantas, na serapilheira ou debaixo das rochas. Paiva (1867) encontrou-o originalmente associado a líquenes, embora Wollaston (1878) duvidasse que o registro de Paiva fosse de material recente [6].

Conservação da espécie[editar | editar código-fonte]

Um estudo populacional e um esquema de monitoramento estão em andamento no âmbito do Projeto LIFE Recuperar Natura (2013-2017), juntamente com um estudo de ecologia de espécies. Um plano de conservação de espécies será produzido em 2017 e implementado através do projeto pós-LIFE (2018-2022). Como medida indireta, vem sendo realizado nos últimos 20 anos um programa de controle contínuo das populações de caprinos, que deve melhorar a restauração do habitat da espécie [7].

Referências

  1. IUCN. 2017. The IUCN Red List of Threatened Species. Version 2017-3. Available at: www.iucnredlist.org. (Accessed: 7 December 2017)
  2. Abreu, C. and Teixeira, D. 2008. List of molluscs (Mollusca). In: Borges, P.A.V., Abreu, C., Aguiar, A.M.F., Carvalho, P., Jardim, R., Melo, I., Oliveira, P., Sérgio, C., Serrano, A.R.M. & Vieira, P. (eds.). (ed.), A list of the terrestrial fungi, flora and fauna of Madeira and Selvagens archipelagos, pp. 237-244. Direcção Regional do Ambiente da Madeira and Universidade dos Açores, Funchal and Angra do Heroísmo.
  3. Lowe, R.T. 1863. Description of two new Madeiran Land-Shells lately discovered by the Barão do Castello de Paiva and Sr J. M. Moniz. Annals and Magazine of Natural History 12(71): 338-340.
  4. Cameron, R.A.D. and Cook, L.M. 1999. Land snail faunas of the Deserta Islands, Madeiran archipelago, past and present. Journal of Conchology, London 36: 1-15
  5. Cameron, R.A.D and Teixeira, D. 2013. One up, one down, all change: The status and identity of two Critically Endangered Madeiran land snails. Tentacle 21: 20-21.
  6. Cameron, R.A.D., Holyoak, G.A., Holyoak, D.T., Yanes, Y., Alonso, M.R., Ibáñez, M. 2013. Shell characters and genital anatomy of Atlantica calathoides and transfer of the genus Atlantica from Discidae to Gastrodontidae (Gastropoda: Pulmonata). Journal of Conchology 41: 287-294
  7. Paiva, C. de. 1867. Monographia Molluscorum terrestrium fluvialium, lacustrium insularum Maderensium. Memorias da Academia Real de Lisboa, Cl. Sci. math. phys. nat. 4(1): 1-168 pl. 1-2.