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Basilisciano

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João Comneno
Basilisciano
Basilisciano trajando as vestes imperiais diante de Miguel III, iluminura do Escilitzes de Madri
Nascimento século IX
Morte século IX

Basilisciano (em grego: Βασιλισκιανός; romaniz.: Basiliskianós), também conhecido como Basilisco (em grego: Βασιλίσκος; romaniz.: Basiliskos) ou Basilicino (em grego: Βασιλικῖνος; romaniz.: Basilikinos),[1] foi um cortesão bizantino e companheiro do imperador Miguel III, o Ébrio (r. 842–867).

Vida[editar | editar código-fonte]

Muito pouco se sabe da origem e infância de Basilisciano. João Escilitzes e Teófanes Continuado (bem como Zonaras, que segue-os) relatam que era originalmente um simples remador num dos navios pessoais do imperador, mas isso pode bem ser uma fabricação posterior para denegri-lo. Teófanes Continuado também relata que foi o irmão de Constantino Capnógenes, que mais tarde tornou-se eparca de Constantinopla.[1][2]

Por 866, Basilisciano ascendeu à posição de patrício, e esteve servindo na casa imperial (cito), sendo um dos companheiros íntimos do imperador Miguel III, o Ébrio (r. 842–867). Em 1 de setembro daquele ano, após uma corrida de bigas no Palácio de São Mamas (na moderna Beşiktaş), Basilisciano parabenizou o imperador tão entusiasmadamente pela sua vitória que, segundo os cronistas, o encantado Miguel ordenou-lhe para tirar de seus próprios pés as botas vermelhas imperiais (tzângios) e colocá-la em si. Isso provocou o descontentamento do coimperador de Miguel, Basílio, o Macedônio, um homem de origem humilde que ascendeu ao poder através de sua íntima relação com Miguel. Miguel, vendo a desaprovação de Basílio, enfureceu-se, e ameaçou fazer Basilisciano coimperador no lugar de Basílio.[3]

A cisão entre Miguel e seu outrora protegido piorou mais tarde, e em 24 de setembro de 867, quando Miguel retirou-se bêbado para seus aposentos em São Mamas, Basílio e oito de seus apoiantes moveram-se para matar o imperador. O protovestiário Rendácio, que normalmente dormia diante do quarto imperial, estava ausente, e Basilisciano tomou seu lugar naquela noite. Quando Basílio e seus co-conspiradores invadiram os aposentos imperiais, Basilisciano tentou pará-los mas foi ferido e jogado de lado. Após os conspiradores matarem Miguel, eles remaram do Bósforo de volta para Constantinopla, onde Basílio foi apressadamente coroado imperador único, inaugurando a dinastia macedônica. Nada mais se sabe sobre Basilisciano depois disso.[1][4]

Referências

  1. a b c Winkelmann 1999, p. 319.
  2. Bury 1912, p. 176 (nota 5).
  3. Bury 1912, p. 176–177.
  4. Bury 1912, p. 177–178.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bury, John Bagnell (1912). A History of the Eastern Roman Empire from the Fall of Irene to the Accession of Basil I (A.D. 802–867) (em inglês). Londres: Macmillan and Company 
  • Winkelmann, Friedhelm; Ralph-Johannes Lilie; Claudia Ludwig; Thomas Pratsch; Ilse Rochow (2001). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit: I. Abteilung (641–867), 4. Band: Platon (#6266) – Theophylaktos (#8345) (em alemão). Berlim e Nova Iorque: Walter de Gruyter. ISBN 978-3-11-016674-3