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Batalha de Bagrauandena

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Batalha de Bagrauandena
Revolta armênia de 774

Emirado da Armênia
Data 25 de abril de 775
Local Bagrauandena, Armênia
Desfecho Vitória abássida decisiva
Beligerantes
Príncipes armênios
Califado Abássida
Comandantes
Simbácio VII Bagratúnio
Musel VI Mamicônio
Samuel II Mamicônio
Vaanes, o Punhal
Amir ibne Ismail
Forças
Desconhecidas Desconhecidas

A batalha de Bagrauandena ocorreu em 25 de abril de 775, nas planícies de Bagrauandena, entre as forças dos príncipes armênios que haviam se rebelado contra o Califado Abássida e o exército califal. A batalha resultou em uma vitória abássida esmagadora, com a morte dos principais líderes armênios. O poder da família Mamicônio em particular foi quase destruído. A batalha assinalou o começo de uma migração armênia em larga escala para o Império Bizantino.[1]

Antecedentes e batalha

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Após o estabelecimento do Califado Abássida, o califa Almançor (r. 754–775) aboliu os subsídios pagos aos vários príncipes armênios (nacarar) e impôs pesados deveres fiscais sobre eles. Atrelado às perseguições religiosas contra a maioria cristã da população armênia, estas medidas provocaram a eclosão duma revolta antiabássida em 774. A revolta foi liderada por Artavasdes Mamicônio, mas reuniu o aporte direito ou tácito de muitas famílias nacarares, mais notadamente os pró-árabes Bagratúnio, enquanto os Arzerúnios e Siunis permaneceram neutros.[2][3][4]

A rebelião espalhou-se através da Armênia, incluindo ataques contra os coletores de impostos árabes, e o governador árabe local, Haçane ibne Cataba, foi incapaz de contê-la. O califa enviou 30 000 coraçanes sob Amir à província, e na batalha de Bagrauandena de 25 de abril de 775, os nacarar sofreram uma vitória decisiva, perdendo seus líderes, Simbácio VII Bagratúnio e Musel VI Mamicônio. Após a batalha, a revolta foi brutalmente suprimida pelos abássidas.[2][3][4]

Como o historiador Mark Whittow escreve, a batalha foi um "divisor de águas nas políticas transcaucasianas". A derrota da revolta armênia eliminou o poder de várias casas nacarar, mais notadamente dos Mamicônio, Genúnio, Amatúnio, Restúnio, Sarones e Camsaracano, que sobreviveram "como dependentes de outras famílias, ou como exilados em Bizâncio" (Whittow).[2][3] Por outro lado, os Arzerúnio, que trocaram de lado à tempo, lucraram com o vácuo de poder para ascender no poder de Vaspuracânia, enquanto os Bagratúnios, após retirarem-se para suas fortalezas montanhesas, conseguiram reclamar uma posição dominante no país durante o século IX.[5]

Os abássidas prosseguiram com sua reimposição do controle sobre a Armênia mediante um expurgo semelhante da nobreza cristã nativa na vizinha Ibéria nos anos 750, bem como pela nova política de colonização que viu o incremento do número de árabes muçulmanos assentados na Transcaucásia, com o efeito de que pela virada do século IX, o elemento árabe predominou nas cidades e planícies. No século seguinte, a Albânia foi efetivamente islamizada, enquanto a Ibéria e muito da Armênia permaneceram sob controle duma série de emirados árabes.[2][6]

Referências

  1. Adalian 2010, p. xxxv.
  2. a b c d Whittow 1996, p. 213.
  3. a b c Dadoyan 2011, p. 85.
  4. a b Ter-Ghewondyan 1976, p. 21–22.
  5. Whittow 1996, p. 213–215.
  6. Ter-Ghewondyan 1976, p. 29ff.
  • Dadoyan, Seta B. (2011). The Armenians in the Medieval Islamic World: The Arab Period in Arminiyah, Seventh to Eleventh Centuries. Londres: Transaction Publishers. ISBN 9781412846523 
  • Ter-Ghewondyan, Aram (1976). Garsoïan, Nina G. (trad.), ed. The Arab Emirates in Bagratid Armenia. Lisboa: Livraria Bertrand. OCLC 490638192 
  • Whittow, Mark (1996). The Making of Byzantium, 600–1025. Berkeley e Los Angeles: Imprensa da Universidade da Califórnia. ISBN 0-520-20496-4