Batalha de Farsalos: diferenças entre revisões
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Públio Cornélio Léntulo Spinther (comandante da ala direita) |
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|for1=Aproximadamente 22.000 legionários, 5,000-10,000 auxiliares e aliados, e 1.800 homens na cavalaria |
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Revisão das 20h12min de 26 de maio de 2012
Batalha de Farsalos | |||
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Data | 9 de agosto de 48 a.C. | ||
Local | Farsalos, Tessália, Grécia | ||
Desfecho | Vitória de Júlio César | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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A batalha de Farsalos, travada na Grécia a 9 de agosto de 48 a.C., enfrentou as tropas romanos de Júlio César e Cneu Pompeu Magno, no contexto da guerra civil entre populares e optimates, que colocou a República Romana nas mãos de César. Vinte e dois mil cesaristas (dos quais mil eram cavaleiros) enfrentaram cerca de quarenta e cinco mil (dos quais cinco mil eram cavaleiros) pompeanos no confronto.
Antecedentes
Depois da derrota na Batalha de Dyrrhachium, César dirigiu-se a Tessália para se unir a outras forças do seu partido ali presentes, e Pompeu fez o mesmo. Contando com uma leve vantagem numérica e com a moral alta depois do sucesso em Durrës, Pompeu ofereceu batalha e César aceitou o desafio.
Forças enfrentadas
Nos seus Comentários sobre a Guerra Civil, César atribui a Pompeu 110 coortes (algumas formados por soldados hispânicos levados por Lúcio Afrânio e que combatiam como infantaria pesada) mais 7 de guarnição no acampamento, cerca de 66 000 homens no comando de Públio Cornélio Léntulo Spinther (ala direita), Marcelo Cipião (centro), Lúcio Domício Ahenobarbo (ala esquerda) e Tito Labieno (cavalaria).
O próprio César contaria com 80 coortes, mais 7 no acampamento, muito minguadas por causa dos múltiplos combates nos quais participaram, mas também muito experimentadas, e que totalizariam 31.000 homens, magnificamente dirigidas por Marco Antônio (ala esquerda), Cneu Domício Calvino (centro) e Públio Cornélio Sila (ala direita).
A disparidade em cavalaria seria ainda maior, com 7.000 ginetes pompeanos frente de apenas 1000 cesarianos, dos quais cerca de 600 seriam gauleses -provavelmente "Éduos" e por volta de 400 "Úbios" germanos, além da escolta pessoal de César composta por ginetes hispânicos.
Para Delbrück, se bem que seja verdade a vantagem dos pompeanos -ao menos numericamente, ainda que não em destreza- as proporções que dá César, levando em conta o desenvolvimento da batalha, são exageradas, sobretudo em cavalaria. Umas cifras mais próximas à realidade poderiam ser 40 000 infantes pompeanos -com cerca de 5000 infantes auxiliares recrutados na Hispânia e outros 4200 aliados- frente de 30 000 cesarianos -incluindo 7000 aliados-, e 3000 ginetes pompeanos frente de 2000 cesarianos.
Lutaram com César legionários advindos das seguintes legiões:
- Legiões de veteranos das Guerras Gálicas – A legião favorita de César, a X Equestris, e as que posteriormente ficariam conhecidas como VIII Augusta, IX Hispana e a XII Fulminata.
- Legiões mobilizadas para a guerra civil - As legiões que ficariam conhecidas como I Germanica, III Gallica e IV Macedonica.
Desenvolvimento da batalha
Os dois exércitos apoiam um dos flancos num arroio e concentram toda o seu cavalaria no outro flanco, com a pretensão de que o ataque nesse ponto decida a batalha. Contudo, as ideias dos comandantes acerca do desenvolvimento da batalha diferem substancialmente, e aqui é onde pode ser visto o gênio de Júlio César. Pois enquanto Cneu Pompeu Magno tentará vencer com a sua superioridade numérica, César, prevendo esse movimento, planeja realizar um contra-ataque, derrotar a cavalaria inimiga e atacar pelo flanco.
Para isso, César decide reforçar a sua cavalaria com infantaria ligeira, dispõe 6 coortes formando uma linha oblíqua no flanco, logo detrás da sua linha principal, e mantém ademais outras protegido. Isto debilita o centro do exército, mas César confia em que os seus veteranos aguentem o empuxo do rival.
A batalha começa com as duas forças aproximando-se devagar, pois para os planos de ambos os bandos é importante que a batalha no centro não se iniciasse depressa. A cavalaria pompeana lançou-se ao ataque, mas a cesariana retirou-se.
Quando os pompeanos transbordam as linhas inimigas, veem-se pela sua vez atacados no flanco pelas 6 coortes dispostas em linha oblíqua. A cavalaria cesariana volta sobre os seus passos e, junto às coortes e a infantaria ligeira põe em fuga aos pompeanos, passando imediatamente ao ataque sobre o flanco inimigo.
Neste momento, os legionários de ambos os bandos já entraram em contato, e César ordena à sua reserva reforçar o centro do exército. Atacados por dois sítios, o exército pompeano começou a desmoronar-se pelo flanco, e finalmente desbandou-se. Vendo que a batalha está perdida, Pompeu retira-se para o acampamento e depois fogem para a província do Egito.
Assim pois, decidiram a batalha o uso de reservas táticas e o ataque combinado de cavalaria, infantaria ligeira e infantaria pesada.
Resultado da batalha
César escreve nos "Comentários" que, nas duas horas que durou a batalha, teve 200 mortos — sem contar as baixas causadas às suas tropas auxiliares e à cavalaria aliada — e que o seu inimigo cerca de 10 000 mortos. É muito possível que as baixas totais de Júlio César atingissem os 1.200 homens. É fácil explicar esta defasagem na perda de homens, tendo em conta que as tropas de Cneu Pompeu Magno combateram sem ordem ou concerto contra as sólidas coortes de César formadas em ordem de batalha.
César escreve que perdeu a trinta centuriões e salienta-o com grande dor, entre eles o seu fiel Caio Crastino, uma proporção muito alta que indicariam o alto grau de responsabilidade que atingiam os seus quadros de comandos, dispostos a se sacrificarem para evitar a perda inútil de legionários.
Referências
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Batalla de Farsalia».
Bibliografia
- DELBRÜCK, H. "History of the Art of War. Vol 1, Ancient Warfare". University of Nebraska Press.
Ver também
Ligações externas
- «Análise da batalha» (em espanhol)