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Boia-fria: diferenças entre revisões

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O nome advém do fato de estes trabalhadores levarem consigo suas próprias refeições (na gíria, ''boia'') em recipientes sem [[isolamento térmico]] desde que saem de casa, de manhã cedo, o que faz com que elas já estejam ''frias'' na hora do almoço.
O nome advém do fato de estes trabalhadores levarem consigo suas próprias refeições (na gíria, ''boia'') em recipientes sem [[isolamento térmico]] desde que saem de casa, de manhã cedo, o que faz com que elas já estejam ''frias'' na hora do almoço.


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E vivem de trabalhos mal remunerados, mudando constantemente de trabalho para que tenham dinheiro para sobreviver.
E vivem de trabalhos mal remunerados, mudando constantemente de trabalho para que tenham dinheiro para sobreviver.


Os boias-fria surgiram principalmente pelo trabalho assalariado nas propriedades rurais. Eles eram pequenos proprietários de terras que ganhavam muito pouco com o que produziam, e quando os grandes proprietários de terras passaram a oferecer pagamento, e não parte da produção, esses pequenos proprietários venderam suas terras e foram trabalhar nas lavouras, principalmente de cana.
Os boias-frias surgiram principalmente pelo trabalho assalariado nas propriedades rurais. Eles eram pequenos proprietários de terras que ganhavam muito pouco com o que produziam, e quando os grandes proprietários de terras passaram a oferecer pagamento, e não parte da produção, esses pequenos proprietários venderam suas terras e foram trabalhar nas lavouras, principalmente de cana.


Normalmente eles trabalham apenas em tempos de semeadura e colheita.
Normalmente eles trabalham apenas em tempos de semeadura e colheita.

Revisão das 22h12min de 16 de junho de 2012

O boia-fria (português brasileiro) ou assalariado rural (português europeu) é o trabalhador que, expulso do campo, vai constituir uma massa de trabalhadores temporários (volantes) residindo nas periferias urbanas. Migram de uma região agrícola para outra, acompanhando o ciclo produtivo das diversas culturas. São agricultores em diversas lavouras mas não possuem suas próprias terras. Podem ser considerados proletários rurais, reproduzindo as condições alienantes de produção capitalista no campo.[1]

História

A associação do setor agropecuário ao industrial, orientado por medidas e políticas com vistas a um aumento da produção e atento às necessidades do mercado interno e externo, a partir da década de 60, legou ao trabalhador rural a herança da exclusão social e política, transfigurada em modernização agrícola. Dessa forma, o Estado, para não obstaculizar o crescimento da economia, implementa ações que resultam no desenvolvimento de relações capitalistas no campo.[2]

Características

Os boias-frias eram conduzidos sem segurança, geralmente nas carrocerias de caminhões de casa até as plantações. Os locais variam de acordo com as épocas do ano e as épocas de colheita.

O nome advém do fato de estes trabalhadores levarem consigo suas próprias refeições (na gíria, boia) em recipientes sem isolamento térmico desde que saem de casa, de manhã cedo, o que faz com que elas já estejam frias na hora do almoço.

Em anos recentes, houve diversas denúncias e casos de boias-frias flagrados sob exploração de trabalho escravo ou semi-escravo, o que faz desta classe um tema constante na luta por direitos humanos.

E vivem de trabalhos mal remunerados, mudando constantemente de trabalho para que tenham dinheiro para sobreviver.

Os boias-frias surgiram principalmente pelo trabalho assalariado nas propriedades rurais. Eles eram pequenos proprietários de terras que ganhavam muito pouco com o que produziam, e quando os grandes proprietários de terras passaram a oferecer pagamento, e não parte da produção, esses pequenos proprietários venderam suas terras e foram trabalhar nas lavouras, principalmente de cana.

Normalmente eles trabalham apenas em tempos de semeadura e colheita.

Referências

  1. Ramos, Ademar Ribeiro - "Bóias-Frias". Revista de Cultura Vozes, pg. 25, 1986.
  2. GONÇALVES NETO. Wenceslau - "Estado e agricultura no Brasil: Política agrícola e modernização econômica brasileira", 1960-1980. São Paulo: HUCITEC, 1997.