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Bonecos de Estremoz: diferenças entre revisões

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== Processo de fabrico ==
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A produção de uma peça destas é bastante simples. Depois de modelada com uma técnica que utiliza três processos fundamentais — a bola, a placa e o rolo —, a figura fica a secar vários dias, sendo depois cozida a 800º. Após a cozedura é [[pintura|pintada]] com [[óxidos]] de terra, misturados com [[cola]] (o [[grude]] é o colante tradicional), levando depois da secagem das tintas um [[verniz]] ([[goma laca]] é o tradicional) por cima, para protecção da pintura. A pintura é normalmente feita recorrendo a cores garridas e fortes, o que confere ao boneco um aspecto extremamente alegre.
A produção de uma peça destas é bastante simples. Depois de modelada com uma técnica que utiliza três processos fundamentais — a bola, a placa e o rolo —, a figura fica a secar vários dias, sendo depois cozida a 800º. Após a cozedura é [[pintura|pintada]] com [[óxidos]] de terra, misturados com [[cola]] (o [[grude]] é o colante tradicional), levando depois da secagem das tintas um [[verniz]] ([[goma laca]] é o tradicional) por cima, para protecção da pintur


== História ==
== História ==

Revisão das 20h53min de 14 de maio de 2011

Um boneco de Estremoz é uma peça de cerâmica modelada segundo tipologias de trabalho secularmente repetidas e iniciadas em Estremoz, desde pelo menos o século XVII.

Processo de fabrico

A produção de uma peça destas é bastante simples. Depois de modelada com uma técnica que utiliza três processos fundamentais — a bola, a placa e o rolo —, a figura fica a secar vários dias, sendo depois cozida a 800º. Após a cozedura é pintada com óxidos de terra, misturados com cola (o grude é o colante tradicional), levando depois da secagem das tintas um verniz (goma laca é o tradicional) por cima, para protecção da pintur

História

A história do figurado de Estremoz ainda está por completar. No entanto, em investigações recentes, uma acta de vereação do município local, datada de 10 de Outubro de 1770, deu uma nova luz sobre os bonecos e sobre os seus produtores. Contrariamente ao que era historicamente aceite pela comunidade de investigadores da área das cerâmicas, a arte de fazer Bonecos de Estremoz não era realizada por oleiros da então vila, mas sim por mulheres, as quais eram mesmo chamadas de «boniqueiras». São destas mulheres boniqueiras todas as peças do século XVIII e século XIX que estão no Museu Municipal Prof. Joaquim Vermelho (Estremoz), as quais atestam a sua enorme religiosidade e sensibilidade.

Dada a sua pouca rentabilidade, os bonecos de Estremoz, no primeiro quartel do século XX, foram quase esquecidos após a morte de Gertrudes Rosa Marques, a única barrista que ainda os fazia naquela época. No entanto, com a fundação da Escola de Artes e Oficios de Estremoz em 1924, os bonecos reaparecem graças à acção do seu director, José Maria Sá Lemos (década de 1930).

Sá Lemos descobrira uma senhora de avançada idade (Ana das Peles) que ainda se lembrava de como se faziam estes bonecos e, assim, ajudou a salvar a tradição. Depois da morte dela, é o oleiro Mariano da Conceição (família Alfacinha) que pega na arte, com o incentivo do director da Escola de Artes e Ofícios.

Após o falecimento de Mestre Mariano, é sua irmã Sabina Santos que continua este artesanato. Sua esposa, Liberdade da Conceição, só anos depois é que decide dar continuidade ao legado de Mariano.

Outros bonequeiros apareceram posteriormente, como, por exemplo, António Lino de Sousa (que tem a continuar o seu trabalho sua esposa Quirina Marmelo), José Moreira e Mário Lagartinho (que já não modela bonecos e hoje somente se dedica à olaria). Mas Sabina Santos foi, de facto, quem se destacou e o seu trabalho deu origem a uma série de novos barristas que actualmente (2006) trabalham por conta própria, como é o caso das Irmãs Flores e de Fátima Estróia.

Maria Luísa da Conceição, outra barrista ainda em actividade, aprendeu com sua mãe, Liberdade da Conceição, e seu pai, Mariano da Conceição, apenas por observação.

Igualmente a trabalhar na tradição estão os irmãos Ginja, que aprenderam a conhecer o barro na Olaria Regional e depois, com o auxílio de Joaquim Vermelho, estudaram as técnicas e os modelos.

A seguir uma outra linha de trabalho nos bonecos de tradição estremocense estão os barristas Célia Freitas/Miguel Gomes e Isabel Pires.