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Caçada de varrida

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A caçada de varrida ou simplesmente, varrida é um método de caça ativa de animais utilizada inicialmente pelos povos originários do Brasil, mas ainda hoje é usada especialmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.[1]

Como Funciona

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O caçador deve selecionar uma área dentro da floresta que tem uma grande presença de pegadas e recursos, como frutas, água (especialmente em regiões distantes de corpos d'água ou em períodos de seca) ou sal. Fazendo com que os animais tenham o hábito de andar sobre aquela trilha.

Essa área pode ser artificialmente criada pelo caçador.

Depois de selecionar a área adequada, o caçador deve varrer o chão da floresta (daí o nome varrida) e retirar toda a matéria orgânica, isso é feito para que ao caminhar pela trilha o caçador não faça barulho.

As medidas da varrida, como largura e comprimento, são decididas a gosto do caçador.[1]

Normalmente os caçadores fazem uma espera em uma árvore não muito alta ou no chão próximo ao recurso aguardam o cair da noite. O caçador então deve percorrer a trilha sem saber o que vem pela frente. Muitas vezes os animais evitam andar sobre a varrida preferindo andar sobre a área 'suja' fazendo barulho. [1]

Hoje em dia são muito utilizadas lanternas para se locomover pela varrida com o intuito de evitar encontros desagradáveis com animais peçonhentos, fazer mira na caça ou em casos mais desesperadores avistar outros predadores primeiro.

Existe uma variedade de armas empregadas, mas na maioria dos casos (94% deles no estudo de referência desse artigo) se utilizam armas de fogo, em especial, a espingarda é a mais comum, sendo ela de origem comercial ou artesanal. Alguns indivíduos mais corajosos ou por necessidade, utilizam a tradicional Zagaia, um tipo de lança curta, muito utilizada em áreas de mata mais fechada.[1]

A maioria dos caçadores tem predileção pelos seguintes animais:[1]

Cada caçador tem seus métodos e suas crendices, mas muitos deles, preferem caçar no período da seca e em noites de Lua Nova. Isso ocorre, por que as caças tem um pouco mais de confiança em andar pela floresta em noites de escuridão total.[1]

Referências

  1. a b c d e f Guimarães, Claudio; Palha, Maria; Tourinho, Manoel (31 de março de 2019). «ESTRATÉGIAS E DINÂMICA DE CAÇA NA ILHA DE COLARES, PARÁ, AMAZÔNIA ORIENTAL». Biota Amazônia (Biote Amazonie, Biota Amazonia, Amazonian Biota) (1): 5–10. ISSN 2179-5746. doi:10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v9n1p5-10. Consultado em 9 de novembro de 2023