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Cimex lectularius

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percevejo-das-camas
Cimex lectularius
Cimex lectularius
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera
Subordem: Heteroptera
Família: Cimicidae
Latreille, 1802
Género: Cimex
Espécie: C. lectularius
Nome binomial
Cimex lectularius
(Linnaeus, 1758)
Imagem obtida por microscopia de varrimento das peças bucais de Cimex lectularius, mostrando as peças perfurantes coloriadas para realce.
Macho de Cimex lectularius inseminando de forma traumática uma fêmea da sua espécie.

Cimex lectularius (Linnaeus, 1758), vulgarmente conhecido pelo nome comum de percevejo ou percevejo-das-camas, é um insecto hemíptero da família Cimicidae que parasita humanos e outros animais de sangue quente. A espécie é estritamente hematófaga, alimentando-se exclusivamente do sangue dos animais que parasita. Foi comum em habitações, escondendo-se em colchões, sofás e outro mobiliário.[1] Actuando como ectoparasita, apesar de não ser estritamente nocturna, a espécie tem o seu principal período de actividade durante a noite.

Os adultos de C. lectularius apresentam coloração entre o avermelhado e o castanho, corpo achatado, de forma oval e sem asas, com 4-5 mm de comprimento, recoberto de pequenos pêlos que conferem aos exemplares de maior dimensão uma aparência hirsuta. Apesar da sua pequena dimensão, são facilmente observáveis a olho nu já que se movem lentamente não escapando à vista de um observador atento. As ninfas são translúcidas, de coloração clara, escurecendo à medida que realizam as sucessivas mudas até alcançar a coloração adulta.

Cimex lectularius é a espécie de percevejo que melhor se adaptou ao ambiente humano, tendendo para a sinantropia. Tem distribuição natural nas regiões de clima temperado de todo o mundo, mas tende a expandir-se por acção humana por todas as regiões onde as condições de menor higiene das habitações permitam a sua sobrevivência nas habitações, aviários, pocilgas, estábulos e outras estruturas abrigadas onde estejam presentes animais de sangue quente.

Apesar de existirem outras espécies com habitat e etologia semelhantes, como Cimex hemipterus, oriunda das regiões tropicais, que infecta aves e morcegos, Leptocimex boueti, encontrada em regiões tropicais da África Ocidental e da América do Sul, que infecta morcegos e seres humanos, Cimex pilosellus e Cimex pipistrella, que infecta principalmente morcegos, e Haematosiphon inodoro, uma espécie de América do Norte que afecta principalmente galinhas, nenhuma delas tem o mesmo impacte sobre a saúde e o bem-estar humanos.[2]

Hábitos alimentares

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Os percevejos-das-camas são hematófagos estritos, alimentando-se exclusivamente do sangue fresco de animais homeotérmicos. Estão normalmente activos depois do anoitecer, com um pico na sua alimentação cerca de uma hora antes do amanhecer. Contudo, podem alimentar-se em outras horas se a oportunidade surge, tendo já sido observada alimentação em todas as horas do dia.

Alcançam as suas vítimas deslocando-se atraídos pelo calor e pelo dióxido de carbono exalado pela respiração. Nalguns casos, sobem pelas paredes, tectos e outras estruturas, deixando-se depois cair sobre o hospedeiro quando detectam o seu calor corporal.

Quando entra em contacto com o hospedeiro, o percevejo perfura a pele da sua vítima com uma espécie de estilete formado por dois tubos ocos situados na extremidade do seu aparelho bucal. Com um deles extrai o sangue e com o outro injecta saliva, a qual contém anticoagulantes e anestésicos. O período de alimentação dura cerca de cinco minutos, terminado o qual o percevejo regressa ao seu esconderijo, em geral deixando-se cair para o solo e depois caminhando ao longo de fissuras ou outras áreas que lhe permitam algum abrigo. Devido à injecção de anestético, a picada não é sentida pelo hospedeiro antes de decorridos alguns minutos ou mesmo horas após o termo da alimentação e quando o parasita já abandonou o local. A primeira indicação de uma picada é o surgimento de prurido em resultado da reacção imunológica produzida pelos agentes injectados pelo insecto.

Ainda que os percevejos possam sobreviver largos períodos sem se alimentarem, normalmente intentam obter uma refeição com uma periodicidade de cinco a dez dias. O percevejos que entram em dormência por escassez de alimento, podem viver mais de um ano, enquanto que os indivíduos bem alimentados normalmente vivem de seis a nove meses. As infestações por poucos indivíduos podem ser difíceis de detectar, e é possível que as vítimas passem longos períodos ignorando a presença do parasita. As picadas costumam ocorrer agrupadas, geralmente em linhas, podendo encontrar-se em diversas partes do corpo, geralmente concentradas em torno das áreas com maior vascularização superficial onde a temperatura da superfície da pele é mais elevada e maior a concentração de dióxido de carbono.

  • Cimicose (efeitos das picadas dos percevejo-das-camas)
  • Larry Pinto, Richard Cooper, Sandy Kraft. Bed Bug Handbook: The Complete Guide to Bed Bugs and Their Control. Mechanicsville, Maryland: Pinto & Associates, December 2007. ISBN 978-0-9788878-1-0
  • Forsyth, Adrian. Die Sexualität in der Natur. Vom Egoismus der Gene und ihren unfeinen Strategien. Múnich: Deutscher Taschenbuch Verlag, 1991. ISBN 3-423-11331-6.
  • Forsyth, Adrian. A Natural History of Sex: The Ecology and Evolution of Mating Behavior. Richmond Hil mr.l, Ontario: Firefly Books, 2001. ISBN 1-55209-481-2.
  • Goddard, Jerome A. The Physician’s Guide to Arthropods of Medical Importance (second edition). Boca Ratón, Florida: CRC Press, 1993. ISBN 0-8493-5160-X.
  • MacQuitty, Miranda, and Lawrence Mound. Megabugs: The Natural History Museum Book of Insects. New York: Random House Children's Books, 1995. ISBN 1-898304-37-8, ISBN 1-85868-045-X.
  • Quammen, David. The Flight of the Iguana: A Sidelong View of Science and Nature. New York: Delacorte Press, 1988. ISBN 0-385-29592-8, ISBN 0-385-26327-9, ISBN 0-684-83626-2. Provides detail about Xylocaris maculipennis.
  • Martin Leverkus, Ryan C. Jochim, Susanne Schad et al. Bullous allergic hypersensitivity to bed bug bites mediated by IgE against salivary nitrophorin. J. Invest. Dermatol. (2006) 126, 91–96.

Ligações externas

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Informação especializada

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Universidades o colegios universitarios