Composição (Eduardo Viana)

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Composição
Autor Eduardo Viana
Data 1947
Técnica Pintura a óleo sobre tela
Dimensões 99 cm × 79 cm 
Localização Museu José Malhoa, Caldas da Rainha

Composição é uma pintura a óleo sobre tela de 1947 do artista português Eduardo Viana (1881-1967), um dos principais pintores da primeira geração do Modernismo em Portugal,[1] obra que está atualmente no Museu José Malhoa, em Caldas da Rainha.

Composição é uma pintura de Natureza-morta em que está representado o comum jarro de flores, mas assente numa cadeira de madeira pintada no estilo do artesanato alentejano num forte contrastes de cores.[2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Sobre o lado direito do tampo de uma cadeira artesanal pintada de vermelha e com motivos decorativos a azul e amarelo, está uma jarra esverdeada com um ramo de flores de diversas cores, rosas, azuis, amarelas e vermelhas; do lado esquerdo, está um boneco de pano (reminiscências infantis?), vermelho, branco e preto, voltado para a esquerda. Na base da jarra, no canto inferior direito da cadeira, encontra-se ainda (como que caída) uma outra flor vermelha. O fundo é geométrico com bandas verticais verdes, uma ao centro em tons brancos e rosas, e outra sob a cadeira de cor castanho escuro.[2]

A obra foi oferecida ao Museu José Malhoa por José Filipe Rodrigues e António Varela.[2]

Apreciação[editar | editar código-fonte]

Artesanato do Alentejo - Mobiliário pintado

Apesar das suas origens citadinas, o Artesanato foi sempre para Eduardo Viana uma fonte de inspiração e tema das suas obras, desde as iniciais, como O Homem das louças de 1919 (imagem no artigo do Pintor), até esta Composição.

Segundo José-Augusto França, trabalhando sem pressa, refletidamente, Eduardo Viana detém-se sobre cada tema, o que aconteceu na longa sequência de naturezas-mortas a que se dedicou na última fase da sua criação, em que os objetos, "cuidadosamente compostos, guitarras, mesas, cadeiras, mantas, toalhas, […] frutos", são banhados "numa atmosfera de carnalidade gostosamente explorada".[3]

No caso desta Composição e para o objecto estruturante, a cadeira, Eduardo Viana inspirou-se nas cores e motivos dos artesãos de mobiliário em madeira pintada de Évora, Redondo e Ferreira do Alentejo, incluindo as cadeiras com assentos em bunho (imagem ao lado).[4]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. França, José Augusto - A Arte em Portugal no Século XX: 1911-1961 [1974]. Lisboa: Bertrand Editora, 1991, p. 140.
  2. a b c Nota sobre a obra na Matriznet, [1]
  3. França, José-Augusto - A Arte em Portugal no Século XX: 1911-1961 [1974]. Lisboa: Bertrand Editora, 1991, p. 148.
  4. Informação sobre artesantato na página web de Turismo do Alentejo, [2]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • AAVV - Eduardo Viana. Lisboa: Sociedade Nacional de Informação, 1968
  • AAVV - Os anos 40. Arte Portuguesa, vol. II. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982, pág. 106
  • GONÇALVES, Rui Mário - História de Arte em Portugal. De 1945 à actualidade, vol. XIII. Lisboa: Alfa, 1993, pág. 20

Ligação externa[editar | editar código-fonte]