Caio Consídio Longo

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Caio Consídio Longo (em latim: Gaius Considius Longus; m. 46 a.C.) foi um político e general romano nos últimos anos da República Romana. Como governador da África, Longo lutou do lado dos pompeianos na guerra civil e foi morto por seus próprios homens em 46 a.C. quando tentava fugir depois da vitória de Júlio César na Batalha de Tapso.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Consídio foi eleito pretor em uma data desconhecida, mas antes de 52 a.C.[a], pois em 51 a.C. ele foi nomeado governador propretor da África. Durante seu mandato, em 50 a.C., Longo viajou a Roma para tentar o consulado, deixando Quinto Ligário como seu representante[1]. Quando começou a guerra civil, Longo retornou para a África com outros aliados de Pompeu. Ele e Públio Ácio Varo aparecem descritos como "legados propretores" em uma inscrição encontrada em Korba, na Tunísia), que foi fortificada por eles: eles teriam exercido a função como comandantes subordinados primeiro de Pompeu e, depois de sua morte em 48 a.C., de Metelo Cipião, que assumiu o comando da facção senatorial na luta contra os cesarianos[2][1]. Consídio ficou encarregado de Hadrumeto com uma legião e participou de algumas vitórias contra o general Caio Escribônio Curião[1]. Quando César chegou na África, em 46 a.C., Consídio já havia aumentado suas forças para duas legiões e 700 cavaleiros[1]. Lúcio Munácio Planco, legado de César, tentou negociar com Consídio enviando-lhe um prisioneiro com uma carta. Consídio perguntou de quem era a carta e, ao ouvir que era do "imperator Júlio César", sua resposta foi: "o único imperator do povo romano neste momento é Cipião" e ordenou que seus homens assassinassem o prisioneiro; a carta foi enviada para Cipião sem ser aberta[1]. Ele realizou algumas operações inefetivas contra Acila, uma cidade que havia passado para o lado de César[3]. Pouco depois, Consídio passou pela cidade de Tisdra (moderna El Djem) com seus soldados e um grupo de gladiadores e getúlicos. Foi lá que ele soube que César havia vencido a Batalha de Tapso (46 a.C.). Tentando escapar em segredo para a Numídia, governado pelo aliado de Pompeu, o rei Juba I. Contudo, no caminho, os getúlicos o mataram e roubaram o dinheiro que ele levava[3][4].

Família[editar | editar código-fonte]

A obra anônima "De Bello Africo"[5] menciona que ele teve um filho, que foi capturado por César em Hadrumeto e cuja vida foi poupada[6]. Theodor Mommsen aceitou a tese de Bartolomeo Borghesi de que Caio Consídio Peto, um magistrado monetário do final do período republicano, era a mesma pessoa que Consídio Longo[7], mas Michael Crawford, no mais recente catálogo de moedas republicanas diz apenas "o magistrado monetário é um C. Consídio Peto, do qual nada mais se sabe"[8].

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Brennan (2000) II 546, discute datas possíveis, com referências a textos mais antigos. Ele também discute a possibilidade (não mais do que isso) de que, se Consídio tiver sido eleito pretor em 52 a.C., ele pode ter sido o Consídio que presidiu o julgamento de Marco Saufeio naquele ano.

Referências

  1. a b c d e Münzer (1901), 913.
  2. CIL VIII, 24099
  3. a b Münzer (1901), 914.
  4. Commentary on the African War. Traduzido do latim para o inglês por W. A. McDevitte & W. S. Bohn (em inglês). [S.l.]: Harper & Brothers. 1869. p. 93 
  5. C.B.R. Pelling (1996), "Bellum Africum", in Oxford Classical Dictionary (ed. 3), 238. ISBN 0-19-866172-X.
  6. Bell. Afr. 89, 2.
  7. T. Mommsen, Geschichte des römischen Münzwesens (Berlin: Weidmann, 1860), 657 n. 556; F. Münzer, "C. Considius Paetus", R.E. IV 914, 51-8 (Considius 14).
  8. M.H. Crawford, Roman Republican Coinage, (Cambridge:CUP, 1974) I 478.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]