Conspiração de 1817

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General Gomes Freire de Andrade, figura central da conspiração

A conspiração de 1817 foi uma tentativa de golpe de Estado organizada por um grupo de jovens oficiais pertencentes à Loja Maçónica de Santarém que saiu frustrada. Um dos conspiradores terá revelado informação secreta sobre o que pretendiam fazer. Planeavam prender os governadores do Reino e o Marechal Beresford, provocar um motim nas ruas e apresentar o general Gomes Freire de Andrade como o restaurador da ordem. Daí resultaria, segundo os seus objectivos, um governo provisório liberal, uma reunião das cortes, uma constituição e a eleição de um rei constitucional.

Devido à situação em que se encontrava a política portuguesa — o rei D. João VI a viver no Brasil e um general inglês (Beresford) a governar o país — esta revolta era já temida pelos governantes. Por isso, foi punida de forma a dar exemplo a futuras tentativas. O julgamento não seguiu os processos normais. Foi muito rápido e os doze réus[1] não puderam sequer apelar ao perdão do rei. Foram todos, com excepção de um estrangeiro, condenados à morte e enforcados. Apesar de o julgamento ser apenas da responsabilidade dos governadores do reino e de juízes portugueses, o povo considerou que o Marechal Beresford foi o autor moral da morte de portugueses — entre eles Gomes Freire de Andrade — o que fez aumentar o ódio que sentia por ele[2].

Referências

  1. 1 Joaquim F. de Freitas, A conspiração de 1817: Vulgarmente chamada a conspiração de Gomes Freire; Lisboa, 1822. p. III.
  2. 2 José Hermano Saraiva, História de Portugal; Publicações Europa-América, 5.ª Edição, 1993. pp. 330-331.