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Cupim
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Para o homem, esses insetos são verdadeiras pragas,
Para o homem, esses insetos são verdadeiras pragas, já que seu alimento preferido é a madeira. Azar de móveis, casas e alicerces de construções que estiverem no caminho. Já na natureza, por outro lado, eles são importantes recicladores de matéria orgânica das matas e florestas, comendo restos de vegetação e ajudando no equilíbrio ambiental. Os cupins são insetos sociais - o cupinzeiro é formado por uma rainha e um rei, que geram operários e soldados. Eles formam uma das poucas sociedades em que os machos não morrem após a reprodução.
já que seu alimento preferido é a madeira. Azar de
Os cientistas descobriram recentemente que os cupins são parentes muito próximo das baratas, e podem ser chamados de baratas sociais!
móveis, casas e alicerces de construções que estiverem
no caminho. Já na natureza, por outro lado, eles são
importantes recicladores de matéria orgânica das matas
e florestas, comendo restos de vegetação e ajudando no
equilíbrio ambiental. Os cupins são insetos sociais - o
cupinzeiro é formado por uma rainha e um rei, que geram
operários e soldados. Eles formam uma das poucas sociedades
em que os machos não morrem após a reprodução.
Os cientistas descobriram recentemente que os cupins são
parentes muito próximo das baratas, e podem ser chamados
de baratas sociais!
== Etimologia ==
== Etimologia ==
"Cupim" origina-se do termo [[Língua tupi|tupi]] ''kopi'i''<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.510</ref>. "Térmite" origina-se do termo [[Latim|latino]] ''TARMITE'', "verme"<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 667</ref>.
"Cupim" origina-se do termo [[Língua tupi|tupi]] ''kopi'i''<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.510</ref>. "Térmite" origina-se do termo [[Latim|latino]] ''TARMITE'', "verme"<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 667</ref>.

Revisão das 14h54min de 17 de janeiro de 2012

 Nota: Para outros significados, veja Isópteros (desambiguação).

Cupim

Para o homem, esses insetos são verdadeiras pragas, 

já que seu alimento preferido é a madeira. Azar de móveis, casas e alicerces de construções que estiverem

no caminho. Já na natureza, por outro lado, eles são

importantes recicladores de matéria orgânica das matas e florestas, comendo restos de vegetação e ajudando no equilíbrio ambiental. Os cupins são insetos sociais - o cupinzeiro é formado por uma rainha e um rei, que geram operários e soldados. Eles formam uma das poucas sociedades

em que os machos não morrem após a reprodução.
Os cientistas descobriram recentemente que os cupins são 

parentes muito próximo das baratas, e podem ser chamados de baratas sociais!

Etimologia

"Cupim" origina-se do termo tupi kopi'i[1]. "Térmite" origina-se do termo latino TARMITE, "verme"[2].

Distribuição Geográfica

A maioria das espécies de cupins vive nas regiões tropicais e subtropicais, com algumas poucas se estendendo até latitudes mais elevadas, raramente além de 40o norte ou sul. Mais espécies de cupins podem ser encontradas num único hectare de floresta ou savana tropicais do que em toda a América do Norte e Europa juntas. Cupins podem chegar facilmente ao nono andar de um prédio.

Taxonomia

Rainha.

Os cupins são insetos hemimetábolos, com metamorfose gradual, e aparelho bucal mastigador; são ortopteróides e formam um grupo monofilético com as baratas e louva-deuses, os Dictyoptera = (Blattaria + Isoptera) + Mantodea. Muito vem sendo discutido a respeito das relações internas dentro de Dictyoptera, inclusive, se a ordem Isoptera deve ou não continuar sendo utilizada, já que um gênero de baratas que vivem em madeira (Cryptocercus) é filogeneticamente mais próximo dos cupins do que das demais baratas.[3][4][5] Desta forma as baratas seriam um grupo parafilético, mas também se poderiam considerar os cupins como uma família (Termitidae) dentro de Blattaria: Blattaria = Outras Baratas + (Cryptocercus + Termitidae).[6]

A classificação mais aceite divide a ordem Isoptera em sete famílias: Mastotermitidae, Hodotermitidae, Termopsidae, Kalotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae e Termitidae (Grassé, 1986). As seis primeiras são os chamados cupins "inferiores" (que apresentam protozoários simbiontes para produção da celulase, como a triconinfa ou a Mixotricha paradoxa) e a família Termitidae, que inclui mais de 70% dos cupins do mundo, são os chamados cupins "superiores" (que possuem bactérias para produzirem a sua própria celulase). No Brasil são encontradas apenas as famílias: Kalotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae e Termitidae.

  • Os Kalotermitidae são capazes de viver em madeira seca sem contato com o solo e nunca constroem ninhos.
  • Os Rhinotermitidae são na maioria subterrâneos e se alimentam de madeira, e alguns deles são pragas importantes.
  • Serritermitidae, até recentemente continha uma única espécie, Serritermes serrifer, que ocorre apenas no Brasil. Novas evidências indicam que Glossotermes oculatus, espécie da Amazônia previamente incluída em Rhinotermitidae, também pertence a Serritermitidae.
  • A família Termitidae é bastante diversificada, e compreende cerca de 85% das espécies de cupins conhecidas do Brasil. Dentre os Termitidae, alguns são comedores de madeira, de folhas, de húmus, e também cultivadores de fungo (que não ocorrem no Brasil), e muitos constroem ninhos grandes e complexos.

Estes ninhos, em muitas espécies constituem as chamadas termiteiras ou termiteiros. São montes de forma aproximadamente cilíndrica que podem atingir até nove metros de altura. São feitos de uma pasta de terra, fragmentos de madeira, excrementos e saliva produzida pelas próprias térmitas.

Para se deslocarem à superfície protegendo-se dos seus predadores (formigas, aves, etc.) e evitar a luz do sol, constroem com grande rapidez túneis em que usam o mesmo tipo de pasta.

Colônia

Dejeto de cupim ao canto de uma mesa de madeira.

Todos os cupins são eussociais, possuindo castas estéreis (soldados e operários). Uma colônia típica é constituída de um casal reprodutor, rei e rainha, que se ocupa apenas de produzir ovos; de inúmeros operários, que executam todo o trabalho e alimentam as outras castas; e de soldados, que são responsáveis pela defesa da colônia.

Existem também reprodutores secundários (neotênicos, formados a partir de ninfas cujos órgãos sexuais amadurecem sem que o desenvolvimento geral se complete), que podem substituir rei e rainha quando esses morrem, e às vezes ocorrem em grande número numa mesma colônia. Os membros da família Kalotermitidae não possuem operários verdadeiros, mas esse papel é desempenhado por ninfas (pseudo-operários ou "pseudergates") que retêm a capacidade de se transformar em alados ou soldados.

Existem também cupins desprovidos de soldados, como é o caso de todos os representantes neotropicais da subfamília Apicotermitinae. Alguns cupins possuem dois ou três tipos de soldados, sempre de tamanhos diferentes, e às vezes morfologicamente tão distintos que poderiam passar por espécies diferentes.

A dispersão e fundação de novas colônias geralmente ocorre num determinado período do ano, coincidindo com o início da estação chuvosa. Nessa época ocorrem as revoadas de alados (chamados popularmente de siriris ou aleluias), dos quais alguns poucos conseguem se acasalar e fundar uma nova colônia.

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.510
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 667
  3. Eggleton et al., 2007
  4. Inward et al., 2007
  5. Lo et al., 2007
  6. Inward et al. (2007)

Eggleton, P.; Beccaloni, G. & Inward, D. 2007. Response to Lo et al.. Biology letters. 3, 564–565 doi:10.1098/rsbl.2007.0367

Grassé, P.P. 1986. Termitologia: Comportement, socialité, écologie, évolution, systématique. Tome III, Masson, Paris, 715 p.

Higashi, M. & Abe. T., 1997. Global diversification of termites driven by the evolution of symbiosis and sociality. p. 83-112. In: Abe, T., Levin. S.A. & Higashi. M. (eds) Biodiversity- An Ecological Perspective. Springer - Verlag New.

Inward, D.J.G.; Beccaloni, G. & Eggleton, P. 2007a. Death of an order: a comprehensive molecular phylogenetic study confirms that termites are eusocial cockroaches. Biology Letters. 3(3): 331-335.

Lo, N.; Engel, M.S.; Cameron, S.; Nalepa, C.A.; Tokuda, G.; Grimaldi, D.; Kitade, O.; Krishna, K.; Klass, K.D.; Maekawa, K.; Miura, T. & Thompson, G.J. 2007. Save Isoptera: A comment on Inward et al. Biology Letters. doi:10.1098/rsbl.2007.0264


Ligações externas