Democratização do conhecimento

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A democratização do conhecimento é uma questão que discute a ampliação do acesso tanto à recepção quanto à emissão de conhecimento, a sua democratização e do conhecimento. A formação de leitores e a inserção cultural das populações nos mais diversos assuntos, pretendem assim disponibilizar as novas tecnologias de informação e comunicação às comunidades e promover o processo de inclusão digital das populações, visando o alcance de seus objetivos.

O Projeto de Lei da Mídia Democrática vem com a proposta de inovar e melhorar a qualidade dos meios de comunicação para acabar com o oligopólio e monopólio e fortalecer a pluralidade, a comunicação pública e comunitária. No Brasil, cerca de 90% das emissoras são privadas, ou seja, apenas 10% são do Estado, o que fortalece a democracia da comunicação, onde qualquer empresa pode participar do jornalismo, sem prender a população a uma única visão estatal e política das informações.

História[editar | editar código-fonte]

Com o surgimento da Internet o sistema de comunicação viu surgir uma nova mídia que, entre outras transformações, inseriu na relação emissor-receptor o conceito de interação. Enquanto que na Internet surgiam as primeiras formas de pôr em prática a interatividade que o suportasse, os veículos tradicionais, sobretudo a TV, procuravam meios de inserir tal elemento em sua relação com o público, no sentido de fazê-lo tomar parte no processo de produção, interagindo-os. Com isso a mesma criou programas no qual o público interagisse através de votação por telefone. Mesmo que participando não se limitasse a ter e execer somente o direito de voto, mas a expressão de opiniões e a discussão que eram e são até hoje essenciais para o exercício do aprendizado democrático. Assim, a interatividade na TV manteve a idéia de que por mais que pareça equivocada, é que para participar basta votar.

Com isso, a interatividade nos meios de comunicação evoluiu, sobretudo no veículo interativo por excelência, a Internet, deixando de restringir-se apenas a votações. Na web uma das primeiras formas de interação ainda presente em muitos sites, e que possui uma interface forte com o que consideramos um dos princípios da democracia, apresentando direitos fundamentais de liberdade de opinião, de expressão das próprias opiniões, de reunião, de associação, etc. é o fórum. Depois dele vieram outros mecanismos comunicacionais como, listas de discussão, diários virtuais, como blogs, flogs, fotologs, etc., e sites de relacionamentos como orkut, sonico, hi5, etc.

Dessa forma, assim como ocorreu com a televisão, o rádio e o jornal impresso no momento em que surgiram, ao integrar o universo midiático, a Internet apresentou, por sua natureza tecnológica, novas possibilidades tanto no que diz respeito à linguagem jornalística quanto ao relacionamento entre emissor e receptor, gerando grande interatividade, e possibilidade de uma participação maior do público no processo comunicacional, abrindo-lhe um leque de escolhas maior do que qualquer outra das mídias até então estabelecidas.

Na atualidade, a informação tem assumido um papel de grande relevância social, uma vez que os avanços da ciência se convertem em soluções para nosso cotidiano e estão presentes desde um setor produtivo até nossas atividades mais corriqueiras e particulares. Porém, devido toda essa tecnologia a conversa cara a cara, frente a frente esta sendo desgastada a cada dia nos mais diversos setores. Nossa capacidade de comunicar-nos através da conversa esta se atrofiando como resultado da vivência diariamente com a máquina.

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

A informação é tida como uma prática e/ou uma construção que se desenvolve num contexto social, o sujeito dessa prática é quem produz conhecimento e esta inserido numa determinada realidade social que assim, consequentemente, é influenciado pela mesma. Dessa forma, o processo informacional é inacabado, constantemente reconstruído pelo sujeito do conhecimento.

Assim delineado tal conceito, e devido a sociedade em que vivemos hoje que é um regime democrático e que tem entre seus princípios básicos a garantia dos direitos de opinião, de expressão das próprias opiniões e de acesso às informações, pode-se afirmar que os meios de comunicação exercem um papel fundamental para a existência, manutenção e exercício de tais direitos. E a Internet, como mídia, contribui para a democratização do processo comunicativo, especificamente em seus procedimentos elementares: a produção e a recepção das informações.

Os conteúdos de informação que são soltos nas redes eletrônicas são analisados na perspectiva de seu impacto social e na promoção da identidade cultural. Considera que a penetrabilidade das tecnologias da informação é um dos principais indicadores de desenvolvimento da sociedade da informação e defende a instalação de pontos de acesso à Internet em bibliotecas públicas e escolares, como também estimula o desenvolvimento à produção de conteúdos, de registros e/ou difusão nos âmbitos de governo e da sociedade pelos indivíduos. Dessa forma venhamos a refletir as diversidades culturais e regionais, urbanas, periféricas e rurais, assim como o resgate da memória já registrada em língua portuguesa mas ainda não acessível.

Este novo modelo de organização das sociedades no modo de desenvolvimento social e econômico, chamado de sociedade da informação traz novas responsabilidades para todas as pessoas nela inseridas. Responsabilidades estas que denotam o dever para a provisão de um fluxo constante de informações que possibilitem a geração de novos conhecimentos e tomada de decisão nas várias instâncias da sociedade, e que a cada dia em função dessas transformações tecnológicas acabam se tornando cada vez mais difusa. Assim, vista sob uma ótica funcional, a informação pode ser entendida como um recurso redutor de incertezas e relacionando ao desenvolvimento, ela pode viabilizar a elaboração, implementação e avaliação de políticas públicas com maior grau de eficácia e eficiência, a partir da análise da complexidade social em suas demandas e contradições.

Dessa forma, a informação assume finalidades específicas, como por exemplo, no âmbito do mercado o acesso à informação visa à geração de vantagem competitiva sobre a concorrência, descoberta de novos nichos de consumidores, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços, a fim de identificar ameaças e/ou novas oportunidades de negócios para as empresas que o compõem. Por isso, cada vez mais, grandes corporações investem mais em busca de sistemas de informações, tendo como objetivo interagir de forma rápida e dinâmica em todas as possivéis áreas de produção, distribuição e comercialização.

Outra finalidade específica é na sociedade civil, que esse acesso tem como propósito desenvolver o potencial criativo e intelectual dos indivíduos, entreter, dar sentido às ações dos homens no cotidiano, permitir o exercício da cidadania, etc. Onde acaba tendo reflexos diretos sobre a qualidade de vida das populações. Porém, de um modo geral, isso só é possível se os cidadãos tiverem o pleno conhecimento de seus direitos e deveres enquanto membros da nação. Dessa maneira, formas organizativas da sociedade civil como ONGs, movimentos sociais, sindicatos e associações de bairro buscam contrinuir para que os cidadãos exerçam sua cidadania mediante provisão de informações das mais diversas maneiras relacionadas aos seus direitos políticos, civis e sociais conquistados historicamente.

Neste contexto, os desafios que o Estado enfrenta, a fim de que possa tornar-se efetiva a construção de uma sociedade da informação no Brasil, democratizando as mesmas de um modo geral, tal como tem almejado o governo federal com a criação de seu Programa Sociedade da Informação, que busca sanar o analfabetismo, ter a capacitação dos recursos humanos lotados na burocracia estatal e dar acesso do cidadão às novas tecnologias de informação. Pois a exclusão digital existe e esta presente nas mais diversas camadas da sociedade, seja através da existência de infraestrutura física de transmissão, disponibilidade de equipamentos e/ou conexão de acesso, treinamento no uso dos instrumentos do computador e da Internet, capacitação intelectual e inserção social do usuário, seja no nível educacional ou intelectual ou da sua rede social e a produção e uso de conteúdos específicos adequados às necessidades dos diversos segmentos da população.

Dessa forma, no cenário de exclusão social, a impossibilidade de amplos setores da sociedade de apropriar-se da informação e do conhecimento, se comparada com outros indicadores sociais, tais como da saúde, da educação, moradia etc, acaba tornando-se um fenômeno pouco visível e de menor impacto. No entanto, o direito à informação insere-se nos direitos sociais e desempenha importante papel no exercício da cidadania. Assim, neste contexto de globalização em que o país vive profundos e graves problemas, torna-se imprescindível criar serviços de informação que disponibilizem tanto documentos tradicionais como fontes eletrônicas, de forma que os cidadãos possam produzir conhecimentos próprios para resolver seus problemas.

O Programa Sociedade Da Informação[editar | editar código-fonte]

O Programa Sociedade da Informação , é resultante de um trabalho iniciado em 1996, com a abertura da Internet à operação comercial, feita pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, que têm como finalidade a viabilização a nova geração da Internet em benefício à sociedade brasileira. Além de lançar os alicerces de um projeto estratégico, de amplitude nacional, para integrar e coordenar o desenvolvimento e a utilização de serviços avançados de computação, comunicação e informação, alavancando a pesquisa e a educação, bem como assegurar que a economia brasileira tenha condições de competir no mercado mundial.

Os programas públicos de universalização dos serviços de informação e comunicação focalizam em geral em primeiro e segundo, nas estruturas físicas de acesso e nos equipamentos individuais, que são somente parte das pré-condições para transformar a Internet num serviço público.

Atualmente são mais de 3 milhões de usuários individuais movimentando um mercado avaliado em R$ 3 bilhões/ano de bens e serviços, segundo estimativas recentes. Assim, o Ministério da Ciência e Tecnologia vem monitorando e avaliando o desenvolvimento dessas redes brasileira e mundial, além de propor alternativas para a próxima fase da Internet no Brasil.

Diante da detecção do esgotamento do primeiro ciclo de evolução da Internet no Brasil, ativou o interesse do Ministério da Ciência e Tecnologia a conceber este programa. Pois o mesmo procura articular, coordenar e fomentar o desenvolvimento e utilização segura de serviços avançados de computação, comunicação e informação e suas aplicações na sociedade, mediante a pesquisa, desenvolvimento e ensino brasileiros, acelerando a disponibilização de novos serviços e aplicações na Internet, de forma também a garantir vantagem competitiva e a facilitar a inserção da indústria e empresa brasileiras no mercado internacional e assim fornecer, desta maneira, subsídios para a definição de uma estratégia de país para conceber e estimular a inserção adequada da sociedade brasileira na Sociedade da Informação.

O programa também esta estruturado em sete linhas de ação e nove áreas de atuação, sendo eles:

Linhas de Ação[editar | editar código-fonte]

  • Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologias-Chave;
  • Aplicações-piloto em Áreas Estratégicas;
  • Implantação de Infraestrutura Avançada para Pesquisa e Ensino;
  • Fomento a Informações em Ciência e Tecnologia ;
  • Apoio à Difusão Tecnológica e Impacto Social;
  • Governance no mundo eletrônico.

Assim cada linha dessa tem seus próprios mecanismos de execução que incluem parcerias com o setor privado, chamada de projetos e cooperação internacional em combinações apropriadas à natureza de atividades da linha.

Áreas de Atuação[editar | editar código-fonte]

  • Ciência e Tecnologia , que visa a colaboração e a condução de experimentos cooperativos e disseminação de informação científica e tecnológica;
  • Educação , focando em educação à distância de qualidade e bibliotecas temáticas digitais;
  • Cultura , fazendo a difusão e criação cultural dando ênfase nas identidades locais, fomento e preservação;
  • Saúde , dando protótipos de serviços de referência em atendimento, telemedicina e informação em saúde;
  • Aplicações Sociais , num mundo virtual como habilitador de competências e de participação social;
  • Comércio Eletrônico , criando ambientes de comércio eletrônico e transações seguras através da rede;
  • Informação e Mídia , através de meios, processos e padrões para publicação e interação, além de propriedade intelectual e negócios de conhecimento;
  • Atividades de Governo , integrando e magnificando ações públicas para a cidadania, transparência das ações e melhoria da qualidade dos serviços;
  • E Educação para a Sociedade da Informação dando treinamento e formação tecnológica, popularizando a cultura digital.


Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Informação & Sociedade: Estudos, V.1, N.1. João Pessoa: Curso de Mestrado em Ciência da Informação - CMCI/UFPB, 1991.
  • WURMAN, Richard Saul. Ansiedade de Informação  : Como transformar informação em compreensão, 1ª ed. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1991.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

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