Desastre do Rápido do Algarve

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Desastre do Rápido do Algarve
Duração 13 de Setembro de 1954
Danos Material circulante da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses destruído
Vítimas 29 a 34 mortos, e cerca de 50 feridos
Áreas afetadas Linha do Sul, em Portugal

O Desastre do Rápido do Algarve foi um acidente ferroviário ocorrido a 13 de Setembro de 1954 na Linha do Sul, em Portugal.

Contexto

No dia 13 de Setembro de 1954, o serviço Rápido com o número 8012, partiu da Estação de Vila Real de Santo António às 13 horas e 13 minutos, com destino ao Barreiro[1]; a composição era formada pela locomotiva a vapor número 559 e o respectivo tender, um furgão, três carruagens de terceira classe, um vagão-restaurante e duas carruagens de primeira classe. Todas as carruagens eram metálicas, tendo sido construídas nos Estados Unidos da América pela empresa Budd Company.[2] O comboio ia com a lotação completa, sendo grande parte dos passageiros jovens veraneantes que regressavam do Algarve.[3]

Acidente

Estação de Santa Clara-Sabóia

Por volta das 16 horas e 15 minutos, a composição descarrilou quando um dos carris da via se partiu à sua passagem, no quilómetro 261,427.70 da Linha do Sul, entre o Apeadeiro de Pereiras e a Estação de Santa Clara-Sabóia; neste ponto, a via corre em curva numa trincheira, junto à Ribeira de Lobata.[2] A locomotiva galgou a via e caiu para a vala entre a linha e a parede da trincheira, arrastando consigo o tender, o furgão e a primeira carruagem de terceira classe, imobilizando-se em seguida; devido à travagem brusca, a segunda carruagem de terceira classe penetrou na carruagem caída, destruindo metade desta.[2] A terceira carruagem descarrilou, igualmente, mas manteve-se na plataforma da via; o resto da composição não chegou a descarrilar.[2]

Apoio às vítimas

Devido ao facto de não residir ninguém nas proximidades do local do acidente, tiveram de ser os próprios passageiros a deslocar-se para as estações em ambos os sentidos do acidente, por forma a dar o alarme.[1] Os primeiros socorros vieram das povoações próximas e de participantes de uma feira em Odemira, tendo, depois, chegado uma composição vinda da Funcheira, transportando operários; aproximadamente três horas após o acidente, um comboio com médicos e enfermeiros chegou ao local.[1] Os feridos foram transportados por caminho de ferro para Beja, tendo chegado por volta da meia-noite, e para Portimão por estrada; os mortos foram depositados, de forma provisória, na Estação de Santa Clara-Sabóia. Os passageiros que continuaram a viagem chegaram ao Terreiro do Paço pelas 5 horas da manhã do dia seguinte.[1]

Inquérito e rescaldo

Os resultados do inquérito oficial foram conhecidos através de uma nota oficiosa do Ministério das Comunicações em Outubro do mesmo ano; apurou-se que o acidente deveu-se, principalmente, às condições de desgaste intenso em que se verificavam os verdugos da roda da locomotiva e os carris no local.[2] Para o acidente contribuíram, igualmente, factores como a configuração da curva naquele ponto, o da velocidade da locomotiva, que, apesar de se apresentar abaixo do limite de 60 quilómetros por hora estabelecido para o local, ainda assim era demasiado elevado para a curva em questão, e vários defeitos no material circulante, especialmente a forma como os bogies se encontravam afixados às caixas das carruagens.[2]

Este acidente fez entre 29 a 34 mortos e cerca de 50 feridos.[1]

Ver também

Cronologia do caminho de ferro em Portugal

Referências

  1. a b c d e «O desastre do Rápido do Algarve». Gasolim Ultramarino. 2 de Fevereiro de 2009. Consultado em 28 de Junho de 2010 
  2. a b c d e f «O Descarrilamento do "Rápido" do Algarve». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 67 (1605): 305, 309. 1 de Novembro de 1954 
  3. «Desastre Ferroviário em Portugal». New Bedford, Estados Unidos da América. Diário de Notícias. 35 (10795). 1 páginas. 15 de Setembro de 1954 


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