Diclidurus albus
Northern ghost bat | |
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Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Mammalia |
Ordem: | Chiroptera |
Família: | Emballonuridae |
Gênero: | Diclidurus |
Espécies: | D. albus
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Nome binomial | |
Diclidurus albus Wied-Neuwied, 1820
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Diclidurus albus é uma espécie de morcego da família Emballonuridae.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]A palavra latina diclid significa bivalvulado, e urus significa cauda. Albus em latim significa branco, e se relaciona com o pelo branco destes morcegos.
Distribuição
[editar | editar código-fonte]O Diclidurus albus já foi encontrado em vários biomas como na Amazônia e Mata Atlântica bem como nos estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Pará e Rondônia.
Existem registros de morcego fantasma em florestas tropicais úmidas, decíduas secas e semidecíduas, mas pode ser encontrado em locais com vegetação alterada, principalmente em habitats úmidos.
Descrição
[editar | editar código-fonte]D. albus é um morcego de porte mediano, com comprimento total entre 86 mm e 103 mm, e peso de 17 a 24 g.[2] A espécia apresenta dimorfismo sexual, com a fêmea tendo maior tamanho corporal.[3]
A pelagem é branca; outras duas espécies do gênero, D. scutatus e D. ingens, também apresentam pelagem branca, mas D. albus é maior que a primeira e menor que a segunda.
Assim como as demais espécies do gênero, D. albus apresenta orelhas amareladas, curtas e arredondadas. Têm rostos quase nus com olhos grandes e orelhas mais curtas e amareladas. Eles não têm uma folha nasal, e seu tragus é proeminente, largo e arredondado. O patágio é rosado e translúcido e a cauda é curta, cerca de um terço do comprimento do uropatágio. A cauda perfura o uropatágio, com a extremidade projetando-se dorsalmente. O uropatágio é grande, com cerca de dois terços cobertos de pelos, e se estende além das patas traseiras.[2]
D. albus apresenta uma bolsa localizada no centro da membrana interfemural. Essa bolsa, uma verdadeira cápsula córnea, é mais desenvolvida nos machos e se torna maior na época da reprodução. A sua função é desconhecida e acredita-se que desempenhe papel idêntico ao das bolsas que ocorrem nas asas de outro embalonurídeos, atraindo as fêmeas nos períodos reprodutivos.
Ecologia
[editar | editar código-fonte]Este morcego aéreo insetívoro[3] se alimenta em regiões acima do dossel usando baixa frequência com longos intervalos de vibração durante seu rápido voo com alternação à medida que se aproxima de presas e obstáculos (Jung et al. 2007).
Pode ser encontrado em florestas tropicais úmidas, decíduas secas e também semidecíduas, podendo ser observado em áreas com vegetação alterada, porém em habitats úmidos. É um morcego que possui capacidade de voar alto, em espaços abertos como rios e lagos, e também sobre as copas das árvores, sendo de difícil captura por redes de neblina. Podem ser encontrados em habitats naturais ou perturbados, onde se encontram palmeiras que são utilizadas como abrigos diurnos.
Sua ecolocalização possui baixa frequência, longa duração e longos intervalos. São morcegos raros e por isso o seu efeito sobre o ecossistema pode ser considerado leve. É um morcego importante para as plantas pois é um grande agente polinizador (Zorpette, 1999).
É uma espécie solitária em grande parte do ano, porém, no início da temporada de acasalamento (janeiro e fevereiro), pode-se encontrar grupos de até quatro indivíduos abrigando-se, geralmente um macho com algumas fêmeas.[4]
Reprodução
[editar | editar código-fonte]A época de reprodução ocorre apenas uma vez por ano em janeiro ou fevereiro. Os filhotes nascem geralmente em maio ou junho. A mãe da a luz a apenas um filhote. Sabe-se que as fêmeas, quando estão prestes a dar a luz mudam-se para longe dos machos e se instalam em cavernas com outras fêmeas da mesma espécie. Os filhotes podem ser vistos nas costas das mães durante o voo. O momento do desmame e a idade da maturidade sexual são desconhecidos. Diclidurus albus é um animal raro de ver, por isso seus comportamentos reprodutivos ainda não foram estudados em profundidade.[5]
Subespécies
[editar | editar código-fonte]Duas subespécies são por vezes reconhecidas, D. a. albus e D. a. virgo.[2]
Conservação
[editar | editar código-fonte]A UICN classifica D. albus como de pouco risco e pouco preocupante. Embora os morcegos fantasma sejam raros durante toda sua área de vida, são bastante difundidos.[2]
Referências
- ↑ Lim, B.; Miller, B.; Reid, F.; Arroyo-Cabrales, J.; Cuarón, A.D.; de Grammont, P.C. (2016). «Diclidurus albus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T6561A21986615. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-2.RLTS.T6561A21986615.en. Consultado em 19 de novembro de 2021
- ↑ a b c d Potchynok, Ashley. «Diclidurus albus (northern ghost bat)». Animal Diversity Web (em inglês). University of Michigan. Consultado em 21 de fevereiro de 2017
- ↑ a b «Northern Ghost Bat data». Encyclopedia of Life (em inglês). Consultado em 12 de setembro de 2024
- ↑ Ceballos, Gerardo; Medellin, Rodrigo A. (30 de junho de 1988). «Diclidurus albus». Mammalian Species (316). 1 páginas. ISSN 0076-3519. doi:10.2307/3504140. Consultado em 12 de setembro de 2024
- ↑ Eisenberg, J, Redford, K (1999). Mammals of the Neotropics: The Central Neotropics: Ecuador, Peru, Bolivia,Brazil. California: University of Chicago Press
- SIMMONS, N. B. Order Chiroptera. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. 3. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2005. v. 1, p. 312-529.
- DOS REIS, Nelio R. et al. (Ed.). Morcegos do brasil. Univesidade Estadual de Londrina, 2007.
- Ceballos, G., & A. Miranda. 1987. Los mamíferos de Chamela, Jalisco. Instituto de Biología, Univ. Nal. Autón. México, México. 436 pp.
- Barboza-Marquez K., Aguirre, L., Pérez-Zubieta, J., Kalko., E.K.V. 2013. Habitat use by aerial insectivorous bat in shoreline areas of Barro Colorado Nature Monument, Panama. Chiroptera Neotropical, 19(3):44-56.