Diferenças entre o galego e o português: diferenças entre revisões
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'''Castelhanismos no português''' |
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* Certas palavras de origem castelhana foram introduzidas no português, enquanto a forma originária foi preservada |
* Certas palavras de origem castelhana foram introduzidas no português, enquanto a forma originária foi preservada |
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Revisão das 19h27min de 4 de julho de 2013
As diferenças entre o galego e o português são várias, podendo estas ser encontradas na fonética, na morfologia, na sintaxe, na ortografia e no léxico[1]. Uma parte destas diferenças resultam do acastelhanamento do galego ao longo dos séculos em que este foi proibido como língua culta, os chamados Séculos Escuros. Contudo há que salientar que a semelhança do galego face ao português resulta numa divergência de opiniões quanto à sua classificação como línguas separadas, havendo vários linguistas que as consideram a mesma língua[2], tanto galegos quanto portugueses, e outros que a consideram línguas distintas[1].
As diferenças
As diferenças pertencem principalmente ao terreno da fonética:
- Inexistência na maioria das falas galegas de sibilantes sonoras (z e j)[3](embora existam em zonas do galego exterior e na Fala da Estremadura
- No galego não há oposição entre vogais orais e vogais nasais (embora presentes em zonas do galego da província de Leão) o galego nasaliza as vogais em contato com nasal, mas isso não faz distinção fonética[4].
- No resto de diferenças fonéticas, já são as mesmas que nos dialectos portugueses setentrionais: pronúncia de "ch" como "tch", confusão b/v, pronúncia clara dos ditongos oi/ou (com hesitação como no padrão: loiro / louro), etc.[5]
O tratamento da nasalidade é variável nas falas galegas, com diferente evolução que nos dialectos portugueses; assim, as três terminações do galego-português:
- -ão
- -am/-ã
- -om/-õ
deram lugar em português ao ditongo nasal -ão, enquanto em galego sofreram evoluções diversas:
- -ão→ -án /-ao irmán (dialectalmente irmao) (= irmão)
- -ãa→ -á / -án irmá (dialectalmente irmán) (= irmã)
- -am→ -an/-a ra (dialectalmente ran), (= rã)
- -om→ -on razón (=razão)
- plurais: -ões→ -óns / -ós / -ois razóns, (dialectalmente razós e razois) (= razões)
Veja-se que hesita entre manutenção da nasalidade através duma monotongação (irmão > irmán, em geral a oeste) ou manutenção do ditongo através da desnasalação (irmão > irmao, em geral centro e leste). Contudo, há pequenas áreas onde ainda existem vogais e ditongos nasais (leste).
Outras diferenças entre as variantes comuns não são porém aplicáveis ao conjunto das falas:
No galego existe o chamado ditongo indoeuropeu [carece de fontes], "ui" ou "oi" que substitui o "u" tónico latino no português luso-brasileiro (existe, contudo, a nível dialectal em Portugal).
- Froito (= Fruto)
- Loitar, loita (= Lutar, luta)
- Escoitar (=escutar)
Estes ditongos são realmente etimológicos, fructu > fruito, luctare > luitar, auscultare > ascoltare > escoutar > escoitar > escuitar (análogo a multu > molto > mouto > moito > muito), a sua perda em padrão é devida a relatinizações na Idade Moderna (séculos XVI-XVII), "luctar, "fructo", quando c- deixou de se pronunciar. Um caso comum a galego e português é "acto", originalmente actu > auto (auto-da-fé), mas foi relatinizada a "acto"[6].
Em galego conserva-se o pronome arcaico "che" que alterna com o "te", a depender de se faz referência a objecto/complemento directo ou indirecto.
- Collerche as mans = "Colher-te as mãos"
Também é conservado o plural "llelos" (lles+os), e não a forma comum do padrão português (lhos).
O galego mesmo conserva agrupamentos de pronomes enclíticos, devido à existência dum "pronome de solidariedade" (non cho teño = "não to tenho", "não tenho isso que queres").
Mudanças nas conjugações verbais.
- Eu son (= Eu sou)
- Vós sodes (=Vós sois)
- Eles son (=Eles são)
- Eles falaron (=Eles falaram)
- Eu fun (=Eu fui, o galego nasala sistematicamente as primeiras pessoas dos antepretéritos: collin =colhi, estiven = estive, daí fui > fuin > fun)
arcaísmos
A comparativa "ca" ([do] que), do latim qua > ca, é seguido do pronome dativo e não do pessoal: máis alto ca min = "mais alto que eu"
Castelhanismos no galego
- Inúmeros, sobretudo em vocabulário técnico ou exótico. Isto é devido à situação de diglossia galego/castelhano na Galiza.
Castelhanismos no português
- Certas palavras de origem castelhana foram introduzidas no português, enquanto a forma originária foi preservada
- Entwistle, William James (1988). Ed. AKAL, ed. Las lenguas de España: castellano, catalán, vasco y gallego-portugués 5 ed. Humanes (Madrid): [s.n.] 443 páginas. 8470900188 Parâmetro desconhecido
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Referências
- ↑ a b Alfredo Maceira Rodríguez. «Galego e português modernos: Um estudo comparativo» (em português). Consultado em 29 de novembro de 2010
- ↑ José Luís Fontenla. «A língua portuguesa na Galiza» (em português). Consultado em 29 de novembro de 2010
- ↑ cfr. pág 362, Entwistle, 1988
- ↑ cfr. pág 361, Entwistle, 1988
- ↑ cfr. pp. 361 e 362, Entwistle, 1988
- ↑ na norma do AO, "ato"