Discussão:Antônio Canellas

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Último comentário: 9 março de 2804:14C:85:374A:8930:F74B:C4BE:A0D9 no tópico Untitled

Untitled[editar código-fonte]

Nasceu em Niterói, a 18 de abril de 1898. Poucas são as informações do início de sua vida. Tinha apenas o primário e ainda adolescente já o vamos encontras trabalhando ao lado de Astrojildo Pereira, no Rio de Janeiro, na imprensa libertária. Em dezembro de 1915, com apenas 17 anos, está em Viçosa, interior de Alagoas, para, juntamente com outros companheiros, trabalhar na organização sindical em Alagoas e Pernambuco. Como editor-chefe lança em 17 de janeiro de 1916, o jornal Tribuna do Povo, fazendo campanha contra a guerra, divulgou autores anarquistas e denunciou injustiças. Canellas era incansável, exercia todas a funções no jornal: redator-chefe, repórter, linotipista, contato publicitário, redator das propagandas, etc. Como o jornal não dava para a sobrevivência, ainda tinha outro emprego fora. O jornal durou um ano, com 18 edições, de 17 de janeiro de 1916 à 17 de janeiro de 1917 e, segundo editorial de Canellas no último número, fechava porque os poderosos locais não estavam contentes com sua campanha contra a guerra e a defesa do pacifismo. Duas semanas depois, juntamente com Otávio Brandão, em 30 de março de 1917, está editando em Maceió ao Semana Social, na mesma linha editorial da Tribuna do Povo. Astrojildo Pereira colabora com o jornal, enviando artigos e notícias do Rio de Janeiro. No número 26, de 03/11/1917, quando o Brasil entrou na guerra, Canellas escreveu um violento artigo intitulado “Abaixo a Guerra Imperialista”, que provocou violenta reação na população. A sede do jornal foi cercada por manifestante que queriam inchar Canellas e Bandão. Com a ajuda de amigos, os dois conseguiram fugir e deixar a cidade, se refugiando no interior do Estado, onde começa a chegar as notícias da revolução de outubro. Demonstrando coragem, Canellas voltou a Maceió, antes que os ânimos estivessem serenados, e foi direto para redação. Mais uma vez a redação foi cercada por manifestantes furiosos que gritavam: “Morra Canellas!”. Canellas coseguiu novamente fugir e foi para Recife. Em Recife trabalhou como revisor do Diário de Pernambuco, até 1919, quando na companhia de Cristiano Cordeiro, edita a Tribuna do Povo, órgão da Federação de Resistência das Classes Trabalhadoras. Cristiano lembra que ele era um asceta moderno, encarapintado na água furtada de um sobrado antigo, franzino, entregue de corpo e alma ao incansável labor de redator e tipógrafo da Tribuna. Em 21 de janeiro de 1919, Canellas faz sua primeira viajem a Europa, como representante da Federação pernambucana na I Conferência dos Sindicatos Anarquistas em Amsterdã. Cristiano Cordeiro, o substitui na frente do jornal. Canellas só conseguiu autorização para viajar por interferência do chefe de polícia que, apavorado com seu projeto de criar escolas anarquistas para os filhos dos trabalhos, preferiu vê-lo longe da cidade e do Estado. Em Paris é impedido pelo governo francês de seguir para a Holanda. Escreve vários artigos para imprensa operária brasileira: a questão do Fiúme, entre a Itália e Iugoslávia; critica a Conferência Internacional do Trabalhadores organizada organizada pelo governo para esvaziar iniciativas dos trabalhadores anarquistas. Por falta de recursos financeiros, volta ao Brasil em 06 de setembro de 1919. De volta escreve o Relatório da viagem à Europa realizada por Antonio Canellas, em missão da Federação de Resistência das Classes Trabalhadoras de Pernambuco, 21 de janeiro a 6 de setembro de 1919. Nesse relatório, Canellas revela-se, como muitos anarquistas em todo o mundo, ingênuo, ignorante e confuso, quanto a revolução russa. Afirma que “o marxismo se transformara sob efeito do anarquismo russo”; quase nada mais havendo nele de marxismo, que “a ditadura do proletariado seria temporária porque não havendo burguesia, não havia sobre que exercer a ditadura”. Dizia mais, a Internacional Comunista baseava-se ¨mais em princípios do anarquismo que do socialismo parlamentar”. Em 25 de janeiro de 1920, Canellas está no cais do Recife, juntamente com outros companheiros, para receber Everardo Dias, em retorno de sua viagem forçada à Europa. Foi um dos oradores e iniciou-se ali uma grande amizade. Canellas lança-se num projeto de fundação de um núcleo educativo libertário, no sistema Ruche de Sebastien Faure, que denomina Colméia no Brasil, traduz dois folhetos de Faure: Como se deve Educar e La Ruche. Em campanha viaja por vários estados, faz conferências e edita brochuras. “A Ruche tem por fim promover a educação técnica, moral e intelectual dos filhos dos trabalhadores – esse pequenos seres que mais tarde terão que continuar a obra revolucionária dos seus pais, tornando-a mais sólida e mais humana” Dessas viagens concientiza-se que falta ao movimento operário brasileiro organização, centralização e contato com organizações internacionais, em especial a III Internacional Comunista. Em setembro de 1920, larga tudo e parte com destino a Moscou, mas novamente se vê impedido em Paris. A Rússia além de está sob guerra civil, estava sob severo bloqueio dos países ao seu redor. Dois meses depois, sem dinheiro, sob o pseudônimo Guarany, inicia colaboração na imprensa operária francesa, no Temps Nouveaux, o mais famoso jornal anarquista da época, escrevendo o artigo Dans L’Amérique du Sud, rebatendo afirmações de Samuel Gompers, sobre o sindicalismo sul-americano. Em março de 1923, recebe honroso convite para participar, juntamente com os mais famosos anarquistas da época, de uma edição especial em homenagem a Kropotkin. Colabora com um texto curto, assinado com seu próprio nome. Em outro texto para a Revue du Travail, sobre o sindicalismo em Portugal, faz uma ardorosa defesa do bolchevismo. Canellas já era considerado, o maior especialista em assuntos internacionais. Meses depois, se apresenta ao Partido Comunista Francês, para um vaga de linotipista em Moscou. Inicialmente tem seu pedido recusado, devido a seus artigos publicados nas revistas francesas. Alega que os haviam escritos quando recém chegado a Paris, quando ainda militava no anarquismo, mas que havia feito a defesa do bolchevismo e, matreiramente, pede que seu caso seja examinado por Pierre Monatte e Alfred Rosmer, lideres do Partido Comunista Francês, também de origem anarquista. Teve seu nome aprovado, mas as edições não seriam mais feitas e Moscou, portanto não haveria necessidade de um linotipista. Através de constante correspondência com Astrojildo Pereira, Canellas toma conhecimento do que se passa no Brasil, sobre a criação do Partido Comunista Brasileiro e sobre a escolha seu nome para a Comissão Central Executiva e como representante do Partido no IV Congresso da Internacional Comunista. Pouco tempo depois, entusiasmado, envia artigos para o Movimento Operário, atacando os anarquista Emma Goldman e Alexander Berckman. Ao deixar o partido e publicar o relatório, Canellas se viu violentamente atacado de maneira vil e mentirosa, por uma publicação do partido, “O Processo de um Traidor o caso do ex-comunista A. B. Canellas)”, escrito por Astrojildo Pereira e Octávio Brandão. “A questão está para nós morta e liquidada, como liquidado e morto para o movimento revolucionário está Bernardo Canellas, traidor indigno e vil. Mas é necessário dissecar este cadáver. É preciso desnuda-lo, rasgar-lhe o couro mau, desfibrar-lhe as carnes ruins, pôr-lhe as vísceras ao sol, espremer-lhe o fígado esgorgitado de torpezas. Temos o punho rijo e o ferro de qualidade.” Canellas, como era de seu feitio, não se entrega e meses depois, juntamente com Everardo Dias, editava o jornal clandestino 5 de Julho, que se tornará o mais importante na resistência ao governo de Artur Bernardes. Nesta época Everardo o descreve como muito inteligente, irrequieto, comunicativo, pilhérico, mordaz, voluntarioso, independente, abnegado, estudioso dos problemas sociais de seu tempo, e dotado de uma franqueza que às vezes beirava a ingenuidade. “Nossa convivência era um polemicar ininterrupto sobre teorias e métodos de luta, arte, filosofia, política. Esse era o Canellas que comigo conviveu vários anos, talvez o mais agitados dias de sua vida.” Em 24 de maio de 1924, na A Pátria, denuncia a prisão de 140 anarquistas na Rússia. Em 1926, o 5 de Julho, começa a circular legalmente, até o final dos aos 20, quando deixa de circular e volta a ser editado em 1930. Desiludido com Prestes e com os tenentes, põem-se em franca oposição ao governo Getúlio Vargas. Veio a falecer em 1936, em Niterói, com apenas 38 anos --187.116.181.130 (discussão) 08h47min de 2 de abril de 2010 (UTC)Responder

O Partido Comunista Brasileiro foi criado em em 1961. Logo, Canelas nunca fez parte dessa organização. É preciso rigor com os fatos da história fartamente divulgados. 2804:14C:85:374A:8930:F74B:C4BE:A0D9 (discussão) 11h33min de 9 de março de 2024 (UTC)Responder