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Discussão:1808 (livro): diferenças entre revisões

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Do Império Britânico não se conhecem os países pobres e atrasados, os massacres sobre indígenas, ou perdas militares miseráveis, e da Holanda só se conhece o sistema financeiro - Indonésia ou o Apartheid são dois tabús.
Do Império Britânico não se conhecem os países pobres e atrasados, os massacres sobre indígenas, ou perdas militares miseráveis, e da Holanda só se conhece o sistema financeiro - Indonésia ou o Apartheid são dois tabús.


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Revisão das 21h11min de 20 de janeiro de 2010

Este livro é de fraquíssima qualidade e o seu único propósito é o de justificar a um país o seu atraso económico e social, falo é claro do Brasil, achincalhando a História de outro: Portugal. Como tal, como foi feito para justificar um ponto de vista, não é um trabalho sério, mas infelizmente encontrou eco em instituições brasileiras que deveriam ser sérias, mas que no fundo apenas expiaram um profundo estigma de colonizado.

O livro salta por cima de episódios importantíssimos, desvalorizando sempre a História portuguesa. A título de exemplo, é dado a entender que Portugal apenas foi reconhecido por Espanha em 1440. Ora, em 1440 já Portugal contava com quase 300 anos de existência, e já tinha expulso os mouros, conquistado territórios no Norte de África e começado a navegar no Atlântico. Para dar outro exemplo, não foram as tropas inglesas que entraram em Madrid em 1706, foram maioritáriamente portuguesas (Portugal a invadir Espanha, dá para perceber a dimensão...), além de nem se ficar a entender muito bem (para quem não conhece a História) afinal como é que Portugal, um país pobre e atrasado - uma ideia repetida no livro até à nausea - conseguiu manter um império tão vasto, do qual o Brasil apenas foi um episódio. Uma nota, esse país pobre e atrasado dominou a navegação no Oceano Índico durante 100 anos, um feito ímpar.

A dada altura comparam-se as condições de vida e de higiene nos barcos portugueses (sobrelotados de pessoas e carga) e de como o escorbuto matava milhares de marinheiros portugueses nas suas viagens, ao passo que os ingleses já tinham introduzido regras de higiene e de combate séptico à doença. Só um pequeno pormenor: Portugal já conhecia a cura para o escorbuto há 200 anos (século XVI), tendo sido a fonte de introdução da Laranja doce na Europa, vinda do Índico (as viagens para a Índia tinham escala para comer laranjas e beber refrescos ricos em vitamina C). Em Árabe, laranja diz-se... Porthucal... mas as referências noutras línguas são inúmeras

Outra curiosidade, Portugal é apontado como o último país da Europa a abolir a escravatura, mas nem sequer é referido que o Brasil foi o último do Mundo.

Haveria muito mais a apontar... É uma pena que uma parte da intelectualidade brasileira pense desta forma e que leve outros a pensar assim.

Infelizmente este é também o legado que a historiografia anglo-saxónica deixou no mundo, a necessidade de superlativizar os feitos próprios - por poucos que sejam - relativizando os outros actores. Portugal e Espanha quase sempre ficam a perder. Do Império Britânico não se conhecem os países pobres e atrasados, os massacres sobre indígenas, ou perdas militares miseráveis, e da Holanda só se conhece o sistema financeiro - Indonésia ou o Apartheid são dois tabús.

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