Emília Ferreira (atriz)

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Emília Ferreira
Emília Ferreira (atriz)
Retrato da atriz Emília Ferreira (Biblioteca-Arquivo do Teatro Nacional D. Maria II)
Nascimento Maria Emília dos Anjos Ferreira
2 de agosto de 1852
São Nicolau, Lisboa, Portugal
Morte 13 de maio de 1882 (29 anos)
São José, Lisboa, Portugal
Sepultamento Cemitério dos Prazeres
Cidadania Portuguesa
Ocupação Atriz de teatro

Maria Emília dos Anjos Ferreira, mais conhecida por Emília Ferreira (Lisboa, 2 de agosto de 1852Lisboa, 13 de maio de 1882), foi uma atriz de teatro portuguesa do século XIX.[1][2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Lisboa, na freguesia de São Nicolau, a 2 de agosto de 1852, filha do procurador Jorge de Sousa Alves Ferreira e de sua mulher, Emília Rosa, naturais de Lisboa. Sousa Bastos refere que a conhecia de pequenina, por vê-la todas as noites nos camarotes, nas frisas de preferência, dos diversos teatros lisboetas, em companhia dos pais, amantes do teatro e que, não se admirava, que Emília desenvolvesse o gosto pela vida de atriz, pois parecia que a família não tinha outra preocupação.[1][3][4]

Estreou-se a 7 de fevereiro de 1872 na opereta As meninas grandes, no Teatro da Trindade. Fez depois um longo repertório, em que figuravam as festejadas peças: As três rocas de cristal, O segredo duma dama, Campanone, A Gata Borralheira, A filha da senhora Angot, A coroa de Carlos Magno, Lucrécia Bórgia, Giroflé-Giroflá, Cruz de ouro, Viagem à lua, Duquesinho, O milho da padeira, A filha do Inferno, etc.[1][2][3]

Apesar de ser considerada uma mulher feia, conseguia agradar, porque a voz era bonita e apreciável e tinha o desembaraço indispensável no género da opereta, pelo qual ficou conhecida. No teatro era uma grande utilidade, pois substituía sem hesitação qualquer colega, mesmo os primeiros e mais difiíceis papéis. A empresa do Trindade aproveitou muito do seu merecimento. Ultimamente estava integrada na companhia do ator Júlio Vieira. Morreu ainda nova e desgraçada ao ponto de não ter cama para tratar-se da horrível doença que a afligia. O final da sua vida deu uma nota bem desagradável do ator com quem vivia e que, quando ela estava em agonia, ainda lhe foi arrancar dos pés, para os vender, os sapatos de cetim com que entrara nalgumas peças. Depois deixou-a morta no sobrado, sendo preciso que a mãe da pobre atriz, que não soubera guiá-la em vida, na morte, com grande sacrifício, a conduzisse ao cemitério.[1][3][5]

Emília Ferreira faleceu em Lisboa, na freguesia de São José, no segundo andar da casa número 4 da Rua de Santo António da Glória, a 13 de maio de 1882, aos 29 anos de idade. Encontra-se sepultada no Cemitério dos Prazeres, no jazigo particular número 1729.[6]

Referências

  1. a b c d Bastos, António de Sousa (1908). Diccionario do theatro portuguez. Robarts - University of Toronto. Lisboa: Imprensa Libânio da Silva. p. 189 
  2. a b Azevedo, Guilherme de (2000). Crónicas de Paris: 1880-1882. [S.l.]: Impr. Nacional-Casa da Moeda. p. 82 
  3. a b c d Bastos, António de Sousa (1898). «Carteira do Artista: apontamentos para a historia do theatro portuguez e brazileiro» (PDF). Unesp - Universidade Estadual Paulista (Biblioteca Digital). p. 63 
  4. «Livro de registo de baptismos da Paróquia de São Nicolau (1822 a 1855)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 231 
  5. «Notícia da morte de Emília Ferreira» (PDF). Biblioteca Nacional Digital. Diário Illustrado. 14 de maio de 1882 
  6. «Livro de registo de óbitos da Paróquia de São José (1878 a 1883)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 197 verso-198, assento 81