Designação de estrela variável: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Indicando as fontes no artigo.
Linha 1: Linha 1:
A desiginação de [[estrela variável|estrelas variáveis]] utiliza uma variação do formato de rótulo identificador da [[designação de Bayer]]<ref name=Schweitzer>{{citar web|url=http://cdsarc.u-strasbg.fr/afoev/var/edenom.htx|titulo={{en}} ''The names and catalogues of variable stars''|autor=Emile Schweitzer|data=|publicado='''Association Française des Observateurs d'Etoiles Variables'''|acessodata=[[21 de maio]] de [[2015]]}}</ref> (conforme a descrição abaixo) combinada com o [[caso genitivo|genitivo]] [[latim|latino]] do nome da [[constelação]] onde fica a estrela. Consulte a [[lista de constelações]] para ver uma lista de constelações.
{{Sem-fontes|data=maio de 2015}}
A desiginação de [[estrela variável|estrelas variáveis]] utiliza uma variação do formato de rótulo identificador da [[designação de Bayer]] (conforme a descrição abaixo) combinada com o [[caso genitivo|genitivo]] [[latim|latino]] do nome da [[constelação]] onde fica a estrela. Consulte a [[lista de constelações]] para ver uma lista de constelações e das formas genitivas de seus nomes.


O sistema de nomenclatura atual consiste em:
O sistema de nomenclatura atual consiste em:
Linha 7: Linha 6:
*Prossegue-se com RR...RZ, então SS...Sz, TT...TZ e assim em diante até ZZ.
*Prossegue-se com RR...RZ, então SS...Sz, TT...TZ e assim em diante até ZZ.
*Utiliza-se AA...AZ, BB...BZ, CC...CZ e assim em diante até QZ, omitindo-se J tanto na primeira quanto na segunda posição.<ref>Boa parte deste sistema foi criado na [[Alemanha]], que à época ainda utilizava o [[Fraktur]], onde pode ser complicado diferenciar as letras "I" e "J" [[caixa alta|maiúsculas]].</ref>
*Utiliza-se AA...AZ, BB...BZ, CC...CZ e assim em diante até QZ, omitindo-se J tanto na primeira quanto na segunda posição.<ref>Boa parte deste sistema foi criado na [[Alemanha]], que à época ainda utilizava o [[Fraktur]], onde pode ser complicado diferenciar as letras "I" e "J" [[caixa alta|maiúsculas]].</ref>
*Abandona-se a escrita latina após 334 combinações de letras e começa-se a nomear as estrelas com V335, V336 e assim em diante.
*Abandona-se a escrita latina após 334 combinações de letras e começa-se a nomear as estrelas com V335, V336 e assim em diante.<ref name=Schweitzer></ref>


Exemplos de designações incluem [[R Coronae Borealis]], [[YZ Ceti]] e [[V603 Aquilae]].
Exemplos de designações incluem [[R Coronae Borealis]], [[YZ Ceti]] e [[V603 Aquilae]].
Linha 19: Linha 18:
No começo do século XIX, poucas estrelas variáveis eram conhecidas, então parecia adequado utilizar as letras do [[alfabeto latino]]. Como nenhuma constelação possui uma designação de Bayer com letra latina além de [[50 Carinae|Q]], a letra R foi escolhida como ponto de partida para evitar confusão com letras de tipos espectrais ou as designações de Bayer com letras latinas, agora raramente utilizadas. Este sistema de [[convenção de nomenclatura astronômica]] foi desenvolvido por [[Friedrich Wilhelm August Argelander|Friedrich W. Argelander]]. Há uma crença difundida de que Argelander teria escolhido a letra R por causa da palavra ''rot'' em [[língua alemã|alemão]] ou ''rouge'' em [[língua francesa|francês]], ambas significando "vermelho", já que muitas das estrelas variáveis conhecidas à época pareciam vermelhas. Contudo, as declarações do próprio Argelander negam esta versão.
No começo do século XIX, poucas estrelas variáveis eram conhecidas, então parecia adequado utilizar as letras do [[alfabeto latino]]. Como nenhuma constelação possui uma designação de Bayer com letra latina além de [[50 Carinae|Q]], a letra R foi escolhida como ponto de partida para evitar confusão com letras de tipos espectrais ou as designações de Bayer com letras latinas, agora raramente utilizadas. Este sistema de [[convenção de nomenclatura astronômica]] foi desenvolvido por [[Friedrich Wilhelm August Argelander|Friedrich W. Argelander]]. Há uma crença difundida de que Argelander teria escolhido a letra R por causa da palavra ''rot'' em [[língua alemã|alemão]] ou ''rouge'' em [[língua francesa|francês]], ambas significando "vermelho", já que muitas das estrelas variáveis conhecidas à época pareciam vermelhas. Contudo, as declarações do próprio Argelander negam esta versão.


Em 1836, a letra S havia sido utilizada apenas em uma constelação, [[Serpens]]. Com o advento da fotografia, o número de variáveis aumentou rapidamente e os nomes das estrelas variáveis caíram rapidamente na armadilha de Bayer ao atingirem o final do alfabeto sem nomear todas as estrelas descobertas. Depois que dois sistemas de letras duplas suplementares atingiram limites similares, números finalmente foram introduzidos.
Em 1836, a letra S havia sido utilizada apenas em uma constelação, [[Serpens]]. Com o advento da fotografia, o número de variáveis aumentou rapidamente e os nomes das estrelas variáveis caíram rapidamente na armadilha de Bayer ao atingirem o final do alfabeto sem nomear todas as estrelas descobertas. Depois que dois sistemas de letras duplas suplementares atingiram limites similares, números finalmente foram introduzidos.<ref name=Schweitzer></ref>


Assim como com todas as outras categorias de objetos astronômicos, a tarefa de nomear as estrelas variáveis cabe à [[União Astronômica Internacional]] (UAI). A UAI, por sua vez, delega a tarefa ao [[Instituto Astronômico Sternberg]] em [[Moscou]], [[Rússia]], que publica o [[General Catalog of Variable Stars|Catálogo Geral de Estrelas Variáveis]] (GCVS). O Catálogo é atualizado periodicamente (a cada dois anos) pela publicação de uma nova "lista de nomes" de estrelas variáveis.
Assim como com todas as outras categorias de objetos astronômicos, a tarefa de nomear as estrelas variáveis cabe à [[União Astronômica Internacional]] (UAI). A UAI, por sua vez, delega a tarefa ao [[Instituto Astronômico Sternberg]] em [[Moscou]], [[Rússia]], que publica o [[General Catalog of Variable Stars|Catálogo Geral de Estrelas Variáveis]] (GCVS). O Catálogo é atualizado periodicamente (a cada dois anos) pela publicação de uma nova "lista de nomes" de estrelas variáveis.<ref>{{citar web|url=http://www.sai.msu.su/gcvs/gcvs/index.htm|titulo={{en}} ''General Catalogue of Variable Stars''|autor=Samus N.N., Durlevich O.V., Kazarovets E V., Kireeva N.N., Pastukhova E.N., Zharova A.V., et al.|data=|publicado='''[[Instituto Astronômico Sternberg]]'''|acessodata=[[21 de maio]] de [[2015]]}}</ref>


Em dezembro de 2011, a 80ª Lista de Nomes de Estrelas Variáveis, Parte II, foi publicada, contendo designações para 2.161 estrelas variáveis recém-descobertas, elevando o total de estrelas variáveis no GCVS para {{formatnum:45678}}. Exemplos de objetos recém-designados incluem [[V0654 Aurigae]], [[V1367 Centauri]] e [[BU Coronae Borealis]].
Em dezembro de 2011, a 80ª Lista de Nomes de Estrelas Variáveis, Parte II, foi publicada, contendo designações para 2.161 estrelas variáveis recém-descobertas, elevando o total de estrelas variáveis no GCVS para {{formatnum:45678}}. Exemplos de objetos recém-designados incluem [[V0654 Aurigae]], [[V1367 Centauri]] e [[BU Coronae Borealis]].

Revisão das 22h36min de 21 de maio de 2015

A desiginação de estrelas variáveis utiliza uma variação do formato de rótulo identificador da designação de Bayer[1] (conforme a descrição abaixo) combinada com o genitivo latino do nome da constelação onde fica a estrela. Consulte a lista de constelações para ver uma lista de constelações.

O sistema de nomenclatura atual consiste em:

  • Estrelas que possuem designações de Bayer em letra grega não recebem novas designações.
  • Caso contrário, começa-se com a letra R e avança-se até a letra Z.
  • Prossegue-se com RR...RZ, então SS...Sz, TT...TZ e assim em diante até ZZ.
  • Utiliza-se AA...AZ, BB...BZ, CC...CZ e assim em diante até QZ, omitindo-se J tanto na primeira quanto na segunda posição.[2]
  • Abandona-se a escrita latina após 334 combinações de letras e começa-se a nomear as estrelas com V335, V336 e assim em diante.[1]

Exemplos de designações incluem R Coronae Borealis, YZ Ceti e V603 Aquilae.

É importante observar que a segunda letra jamais está à frente no alfabeto do que a primeira, ou seja, nenhuma estrela pode ser BA, CA, CB, DA, etc.

A maior parte das estrelas variáveis recentemente descobertas recebem inicialmente de seus descobridores apenas uma designação de catálogo, daí "nomes" como OT J155631.0-080440 e SDSS J110014.72+131552.1 para dois objetos recém-descobertos. Essas estrelas eventualmente receberão nomes no formato descrito acima.

História

No começo do século XIX, poucas estrelas variáveis eram conhecidas, então parecia adequado utilizar as letras do alfabeto latino. Como nenhuma constelação possui uma designação de Bayer com letra latina além de Q, a letra R foi escolhida como ponto de partida para evitar confusão com letras de tipos espectrais ou as designações de Bayer com letras latinas, agora raramente utilizadas. Este sistema de convenção de nomenclatura astronômica foi desenvolvido por Friedrich W. Argelander. Há uma crença difundida de que Argelander teria escolhido a letra R por causa da palavra rot em alemão ou rouge em francês, ambas significando "vermelho", já que muitas das estrelas variáveis conhecidas à época pareciam vermelhas. Contudo, as declarações do próprio Argelander negam esta versão.

Em 1836, a letra S havia sido utilizada apenas em uma constelação, Serpens. Com o advento da fotografia, o número de variáveis aumentou rapidamente e os nomes das estrelas variáveis caíram rapidamente na armadilha de Bayer ao atingirem o final do alfabeto sem nomear todas as estrelas descobertas. Depois que dois sistemas de letras duplas suplementares atingiram limites similares, números finalmente foram introduzidos.[1]

Assim como com todas as outras categorias de objetos astronômicos, a tarefa de nomear as estrelas variáveis cabe à União Astronômica Internacional (UAI). A UAI, por sua vez, delega a tarefa ao Instituto Astronômico Sternberg em Moscou, Rússia, que publica o Catálogo Geral de Estrelas Variáveis (GCVS). O Catálogo é atualizado periodicamente (a cada dois anos) pela publicação de uma nova "lista de nomes" de estrelas variáveis.[3]

Em dezembro de 2011, a 80ª Lista de Nomes de Estrelas Variáveis, Parte II, foi publicada, contendo designações para 2.161 estrelas variáveis recém-descobertas, elevando o total de estrelas variáveis no GCVS para 45 678. Exemplos de objetos recém-designados incluem V0654 Aurigae, V1367 Centauri e BU Coronae Borealis.

Ver também

Referências

  1. a b c Emile Schweitzer. «(em inglês) The names and catalogues of variable stars». Association Française des Observateurs d'Etoiles Variables. Consultado em 21 de maio de 2015 
  2. Boa parte deste sistema foi criado na Alemanha, que à época ainda utilizava o Fraktur, onde pode ser complicado diferenciar as letras "I" e "J" maiúsculas.
  3. Samus N.N., Durlevich O.V., Kazarovets E V., Kireeva N.N., Pastukhova E.N., Zharova A.V.; et al. «(em inglês) General Catalogue of Variable Stars». Instituto Astronômico Sternberg. Consultado em 21 de maio de 2015 

Ligações externas