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Davino Ribeiro de Sena: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Fonte: André Seffrin
Fonte Henrique Samyn
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"Poeta inventor, Davino Ribeiro de Sena alia muito bem ao construtivismo uma disponibilidade lírica. Já foram apontadas certas semelhanças suas com Augusto dos Anjos e João Cabral de Melo Neto, de quem adotou algum vocabulário e procedimento técnico. Pela seriedade de seu projeto e pelo seu temperamento, eu o aproximo ainda de Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Joaquim Cardozo e Alberto da Cunha Melo. Como eles, Davino é um lírico e por vezes um elegíaco, atento sempre à arquitetura do poema, tendendo até a um certo hermetismo, à maneira dos três últimos. A poesia social, o memorialismo e o poema narrativo, no caso especial de Davino, complementam o universo mental de quem possivelmente não vê antinomia entre inspiração e construção" (Fonte: André Seffrin, na introdução do livro Vidro e Ferro, Editora 7 Letras).
"Poeta inventor, Davino Ribeiro de Sena alia muito bem ao construtivismo uma disponibilidade lírica. Já foram apontadas certas semelhanças suas com Augusto dos Anjos e João Cabral de Melo Neto, de quem adotou algum vocabulário e procedimento técnico. Pela seriedade de seu projeto e pelo seu temperamento, eu o aproximo ainda de Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Joaquim Cardozo e Alberto da Cunha Melo. Como eles, Davino é um lírico e por vezes um elegíaco, atento sempre à arquitetura do poema, tendendo até a um certo hermetismo, à maneira dos três últimos. A poesia social, o memorialismo e o poema narrativo, no caso especial de Davino, complementam o universo mental de quem possivelmente não vê antinomia entre inspiração e construção" (Fonte: André Seffrin, na introdução do livro Vidro e Ferro, Editora 7 Letras).

"Três martes parte de uma proposta artística tão interessante quanto curiosa: em uma espécie de fantasia semântica, tenciona o poeta versar sobre Marte enquanto planeta e enquanto ente mitológico, desvelando um terceiro Marte que seria produto dos dois primeiros. Davino pretende, por esta via, realizar uma reflexão sobre a alteridade; no entanto, sendo esta alteridade tão enigmática, a meditação acaba sendo não sobre o outro, mas sobre si mesmo e o que o cerca – o mundo, a vida, a História, a experiência humana. O terceiro Marte torna-se, enfim, um espelho" (Fonte: Henrique Marques Samyn, em artigo sobre o livro Três Martes, Editora 7 Letras).


"Davino Ribeiro de Sena, um dos melhores poetas brasileiros de sua geração, inventou uma forma poética que vem utilizando há alguns anos: o fotoneto. Em 1999 ele publicou Vidro e ferro, uma coletânea contendo exclusivamente poemas que seguem esse formato, e repetiu o feito em 2015, com o lançamento de Ternura da água. Haveria muito a dizer sobre este seu novo livro, em que o autor reafirma sua preferência pela poesia narrativa; mas limito-me a fazer algumas observações sobre a forma criada por ele, examinando um dos muitos poemas excelentes incluídos na sua mais recente publicação. O nome escolhido pelo poeta para designar a nova forma, “fotoneto”, afirma de modo explícito seu parentesco com o soneto, e ao mesmo tempo sugere uma ênfase na imagem, na captura de um momento" (Fonte: Paulo Henriques Britto, em Revista Brasileira, da Academia Brasileira de Letras, número 89, dezembro de 2016).
"Davino Ribeiro de Sena, um dos melhores poetas brasileiros de sua geração, inventou uma forma poética que vem utilizando há alguns anos: o fotoneto. Em 1999 ele publicou Vidro e ferro, uma coletânea contendo exclusivamente poemas que seguem esse formato, e repetiu o feito em 2015, com o lançamento de Ternura da água. Haveria muito a dizer sobre este seu novo livro, em que o autor reafirma sua preferência pela poesia narrativa; mas limito-me a fazer algumas observações sobre a forma criada por ele, examinando um dos muitos poemas excelentes incluídos na sua mais recente publicação. O nome escolhido pelo poeta para designar a nova forma, “fotoneto”, afirma de modo explícito seu parentesco com o soneto, e ao mesmo tempo sugere uma ênfase na imagem, na captura de um momento" (Fonte: Paulo Henriques Britto, em Revista Brasileira, da Academia Brasileira de Letras, número 89, dezembro de 2016).

Revisão das 11h31min de 25 de agosto de 2017

Davino Ribeiro de Sena
Nacionalidade Brasil Brasileiro
Ocupação Diplomata e poeta
Principais trabalhos Poesia
Prémios Poeta laureado, Fundação Nestlé de Cultura (1991).

Davino Ribeiro de Sena (Recife, 1957) é um diplomata e poeta brasileiro.

Graduou-se em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco.

"Poeta inventor, Davino Ribeiro de Sena alia muito bem ao construtivismo uma disponibilidade lírica. Já foram apontadas certas semelhanças suas com Augusto dos Anjos e João Cabral de Melo Neto, de quem adotou algum vocabulário e procedimento técnico. Pela seriedade de seu projeto e pelo seu temperamento, eu o aproximo ainda de Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Joaquim Cardozo e Alberto da Cunha Melo. Como eles, Davino é um lírico e por vezes um elegíaco, atento sempre à arquitetura do poema, tendendo até a um certo hermetismo, à maneira dos três últimos. A poesia social, o memorialismo e o poema narrativo, no caso especial de Davino, complementam o universo mental de quem possivelmente não vê antinomia entre inspiração e construção" (Fonte: André Seffrin, na introdução do livro Vidro e Ferro, Editora 7 Letras).

"Três martes parte de uma proposta artística tão interessante quanto curiosa: em uma espécie de fantasia semântica, tenciona o poeta versar sobre Marte enquanto planeta e enquanto ente mitológico, desvelando um terceiro Marte que seria produto dos dois primeiros. Davino pretende, por esta via, realizar uma reflexão sobre a alteridade; no entanto, sendo esta alteridade tão enigmática, a meditação acaba sendo não sobre o outro, mas sobre si mesmo e o que o cerca – o mundo, a vida, a História, a experiência humana. O terceiro Marte torna-se, enfim, um espelho" (Fonte: Henrique Marques Samyn, em artigo sobre o livro Três Martes, Editora 7 Letras).

"Davino Ribeiro de Sena, um dos melhores poetas brasileiros de sua geração, inventou uma forma poética que vem utilizando há alguns anos: o fotoneto. Em 1999 ele publicou Vidro e ferro, uma coletânea contendo exclusivamente poemas que seguem esse formato, e repetiu o feito em 2015, com o lançamento de Ternura da água. Haveria muito a dizer sobre este seu novo livro, em que o autor reafirma sua preferência pela poesia narrativa; mas limito-me a fazer algumas observações sobre a forma criada por ele, examinando um dos muitos poemas excelentes incluídos na sua mais recente publicação. O nome escolhido pelo poeta para designar a nova forma, “fotoneto”, afirma de modo explícito seu parentesco com o soneto, e ao mesmo tempo sugere uma ênfase na imagem, na captura de um momento" (Fonte: Paulo Henriques Britto, em Revista Brasileira, da Academia Brasileira de Letras, número 89, dezembro de 2016).

"Leio Davino Sena, poeta que atinge com este livro um grau algo mais profundo e ao mesmo tempo impreciso em sua obra. Para dentro. Para o mais. O rei destas ilhas pode ser como o barão de Jorge de Lima. Desprovido de chaves. E habitado pelo fantasma dos sentidos. Gosto dessa polissemia. Dessas ilhas de todo incapazes de formarem arquipélago. Ilha que se dissolve. Que se desfaz tão logo se mostra. Ilha como destino partilhado, como duplo, imagem binária e plural. Ilha quebrada e insolvente, convocada quando menos se espera ou de súbito adiada. Ilha de minaretes: Riade, Olinda e Recife. Torres. E sinos silenciosos. Ilha, biografia. Ilha de Vera Cruz. Ilha de Inglaterra. Ilha como autorretrato. Ilha como Davino Sena" (Fonte: Marco Lucchesi, membro da Academia Brasileira de Letras, em orelha do livro O Rei das Ilhas, Editora 7 Letras).


Livros publicados

  • Castelos de Areia (1991)
  • Pescador de Nuvens (1996)
  • O Jaguar no Deserto (1997)
  • Retrato com Guitarra (1997)
  • Vidro e Ferro (1999)
  • Três Martes (2004)
  • Lêgo & Davinovich (2006), em parceria com Elizabeth Hazin
  • Expedição (2007)
  • O Lento Aprendizado do Rapaz que Amava Ondas e Estrelas (2009)
  • O Rei das Ilhas (2011)
  • Ternura da Água (2015)

Prêmios recebidos

  • Memórias (poema)
Vencedor do Prêmio Gervásio Fioravanti, edição 1982, da Academia Pernambucana de Letras
  • Castelos de Areia (seu primeiro livro)
Laureado no gênero Poesia Brasileira pela Fundação Nestlé de Cultura (1991)

Ligações externas