Saltar para o conteúdo

Usuário(a):Luizmgomes/Testes: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Indicação das páginas das fontes citadas
Inserção de nova Referência
Linha 1: Linha 1:
<references />
<ref>{{citar periódico |título=Magalhães Gomes, físico e humanista |data=2002 |acessodata=01/06/2023 |periódico=Scripta. Recuperado de http://periodicos-pucminas_br/index.php/scripta/article/view/12460 |publicado=Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais |número=6(11) |ultimo=Leão |primeiro=Ângela Vaz |pagina=203-207}}</ref>
'''Francisco de Assis Magalhães Gomes''' ([[Ouro Preto]], 16 de janeiro de 1906 - [[Belo Horizonte]], 17 de julho de 1990)<ref name=":0">{{citar livro|título=Humanismo e Ciência Para Francisco de Assis Magalhães Gomes|ultimo=Moreno|primeiro=Márcio Quintão|editora=Editora UFMG; 1ª edição|ano=2006|páginas=67-72-141-142-207-208-223-263-264-265-266}}</ref> foi um engenheiro, [[físico]], professor e historiador brasileiro<ref name=":2" />. Em 1928, formou-se como engenheiro civil e de minas na Escola Nacional de Minas e Metalurgia de Ouro Preto, ganhando o prêmio de viagem à [[Europa]] como aluno laureado de sua turma. Entre 1933 e 1938, trabalhou como engenheiro na Prefeitura de Belo Horizonte e, a partir de 1933, foi professor de física do Curso Anexo da Faculdade de Medicina pois desde seus tempos de estudante e por incentivo de seu pai - o médico, botânico e químico Francisco de Paula Magalhães Gomes<ref name=":2">{{citar livro|título=Novo dicionário biográfico de Minas Gerais: 300 anos de história|ultimo=Filho|primeiro=Amilcar Vianna Martins|editora=Instituto Cultural Amilcar Martins|ano=2013|páginas=210-211}}</ref> — resolvera se dedicar ao ensino e pesquisa da física. Em 1938, por concurso público, assumiu as cátedras de física da Escola de Minas de Ouro Preto e da Escola de Engenharia da [[Universidade Federal de Minas Gerais|UFMG]]. Em 1939, participou do grupo de professores e intelectuais que fundou a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, inicialmente uma instituição privada, depois integrada à UFMG em 1947, onde organizou seu Departamento de Física<ref name=":0" />. Magalhães Gomes provocou uma grande atualização e modernização do ensino e pesquisa da física em Minas Gerais, promoveu o intercâmbio com instituições nacionais e internacionais, incentivando alunos e colaboradores a se especializarem no exterior. <ref name=":0" />Revelou que, para isso, recebeu influência indireta e se inspirou na conduta do destacado físico [[Gleb Wataghin]], de origem ítalo-russa, que viera de [[Turim]], em 1934, para organizar o Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da [[Universidade de São Paulo]]<ref name=":3" />. Wataghin foi professor de importantes físicos brasileiros, todos colegas próximos de Francisco Magalhães Gomes, entre os quais [[Marcello Damy|Marcelo Damy de Souza Santos]], [[Abrahão de Moraes|Abraão de Morais]] e [[Paulus Aulus Pompeia]].<ref name=":3">{{citar livro|título=História da Ciência no Brasil: acervo de depoimentos|editora=Fundação Getúlio Vargas, Instituto de Direito Público e Ciência Política, Centro de Pesquisa e Documentação da História Contemporânea do Brasil-CPDOC e FINEP-Financiadora de Estudos e Projetos|ano=1984|local=Rio de Janeiro|páginas=63-64-65}}</ref><ref>{{citar livro|título=Gleb Wataghin - vol. 16, número 44|ultimo=Salmeron|primeiro=R. A.|editora=USP-Estudos Avançados|ano=2002|página=310-311-312}}</ref>
'''Francisco de Assis Magalhães Gomes''' ([[Ouro Preto]], 16 de janeiro de 1906 - [[Belo Horizonte]], 17 de julho de 1990)<ref name=":0">{{citar livro|título=Humanismo e Ciência Para Francisco de Assis Magalhães Gomes|ultimo=Moreno|primeiro=Márcio Quintão|editora=Editora UFMG; 1ª edição|ano=2006|páginas=67-72-141-142-207-208-223-263-264-265-266}}</ref> foi um engenheiro, [[físico]], professor e historiador brasileiro<ref name=":2" />. Em 1928, formou-se como engenheiro civil e de minas na Escola Nacional de Minas e Metalurgia de Ouro Preto, ganhando o prêmio de viagem à [[Europa]] como aluno laureado de sua turma. Entre 1933 e 1938, trabalhou como engenheiro na Prefeitura de Belo Horizonte e, a partir de 1933, foi professor de física do Curso Anexo da Faculdade de Medicina pois desde seus tempos de estudante e por incentivo de seu pai - o médico, botânico e químico Francisco de Paula Magalhães Gomes<ref name=":2">{{citar livro|título=Novo dicionário biográfico de Minas Gerais: 300 anos de história|ultimo=Filho|primeiro=Amilcar Vianna Martins|editora=Instituto Cultural Amilcar Martins|ano=2013|páginas=210-211}}</ref> — resolvera se dedicar ao ensino e pesquisa da física. Em 1938, por concurso público, assumiu as cátedras de física da Escola de Minas de Ouro Preto e da Escola de Engenharia da [[Universidade Federal de Minas Gerais|UFMG]]. Em 1939, participou do grupo de professores e intelectuais que fundou a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, inicialmente uma instituição privada, depois integrada à UFMG em 1947, onde organizou seu Departamento de Física<ref name=":0" />. Magalhães Gomes provocou uma grande atualização e modernização do ensino e pesquisa da física em Minas Gerais, promoveu o intercâmbio com instituições nacionais e internacionais, incentivando alunos e colaboradores a se especializarem no exterior. <ref name=":0" />Revelou que, para isso, recebeu influência indireta e se inspirou na conduta do destacado físico [[Gleb Wataghin]], de origem ítalo-russa, que viera de [[Turim]], em 1934, para organizar o Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da [[Universidade de São Paulo]]<ref name=":3" />. Wataghin foi professor de importantes físicos brasileiros, todos colegas próximos de Francisco Magalhães Gomes, entre os quais [[Marcello Damy|Marcelo Damy de Souza Santos]], [[Abrahão de Moraes|Abraão de Morais]] e [[Paulus Aulus Pompeia]].<ref name=":3">{{citar livro|título=História da Ciência no Brasil: acervo de depoimentos|editora=Fundação Getúlio Vargas, Instituto de Direito Público e Ciência Política, Centro de Pesquisa e Documentação da História Contemporânea do Brasil-CPDOC e FINEP-Financiadora de Estudos e Projetos|ano=1984|local=Rio de Janeiro|páginas=63-64-65}}</ref><ref>{{citar livro|título=Gleb Wataghin - vol. 16, número 44|ultimo=Salmeron|primeiro=R. A.|editora=USP-Estudos Avançados|ano=2002|página=310-311-312}}</ref>



Revisão das 01h18min de 2 de junho de 2023

[1] Francisco de Assis Magalhães Gomes (Ouro Preto, 16 de janeiro de 1906 - Belo Horizonte, 17 de julho de 1990)[2] foi um engenheiro, físico, professor e historiador brasileiro[3]. Em 1928, formou-se como engenheiro civil e de minas na Escola Nacional de Minas e Metalurgia de Ouro Preto, ganhando o prêmio de viagem à Europa como aluno laureado de sua turma. Entre 1933 e 1938, trabalhou como engenheiro na Prefeitura de Belo Horizonte e, a partir de 1933, foi professor de física do Curso Anexo da Faculdade de Medicina pois desde seus tempos de estudante e por incentivo de seu pai - o médico, botânico e químico Francisco de Paula Magalhães Gomes[3] — resolvera se dedicar ao ensino e pesquisa da física. Em 1938, por concurso público, assumiu as cátedras de física da Escola de Minas de Ouro Preto e da Escola de Engenharia da UFMG. Em 1939, participou do grupo de professores e intelectuais que fundou a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, inicialmente uma instituição privada, depois integrada à UFMG em 1947, onde organizou seu Departamento de Física[2]. Magalhães Gomes provocou uma grande atualização e modernização do ensino e pesquisa da física em Minas Gerais, promoveu o intercâmbio com instituições nacionais e internacionais, incentivando alunos e colaboradores a se especializarem no exterior. [2]Revelou que, para isso, recebeu influência indireta e se inspirou na conduta do destacado físico Gleb Wataghin, de origem ítalo-russa, que viera de Turim, em 1934, para organizar o Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo[4]. Wataghin foi professor de importantes físicos brasileiros, todos colegas próximos de Francisco Magalhães Gomes, entre os quais Marcelo Damy de Souza Santos, Abraão de Morais e Paulus Aulus Pompeia.[4][5]

Em 1952, diante das perspectivas de desenvolvimento das aplicações pacíficas da energia nuclear, Magalhães Gomes liderou a organização do Instituto de Pesquisas Radioativas (IPR), da Escola de Engenharia da UFMG, que foi uma instituição pioneira no desenvolvimento da pesquisa nuclear no Brasil. Esta iniciativa contou com o decidido apoio técnico e financeiro do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), por meio de seu primeiro presidente, almirante Álvaro Alberto, e de seu diretor técnico, o físico Joaquim da Costa Ribeiro, professor da Faculdade Nacional de Filosofia [2][4]. De acordo com o depoimento do cientista José Israel Vargas, ex-professor de química superior da UFMG e ex-ministro da Ciência e Tecnologia, o IPR “foi o primeiro do país dedicado inteiramente à pesquisa em energia nuclear, o que incluía a prospecção de minérios radioativos, estudos de física, metalurgia e materiais”.[2]

Poucos anos depois, ele dirigiu a equipe que instalou, no campus da UFMG (onde foi construída a sede do IPR) o reator nuclear de pesquisas Triga, adquirido da empresa estadunidense General Atomic, com apoio técnico e científico da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e financeiro do governo de Minas Gerais. O reator Triga, inaugurado em 1960, foi o segundo reator nuclear de pesquisa instalado no país [6]. Posteriormente, durante o governo Geisel, o IPR foi desligado da UFMG e incorporado à Nuclebrás com o nome de Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), medida que, à época, foi criticada por Magalhães Gomes, que defendia sua permanência na UFMG e que, mais tarde afirmou: “ A intervenção se deu no governo Geisel (…) A Universidade Federal de Minas Gerais fez todos os esforços para demover o presidente da República. (…) Os militares têm mania de se dizerem mais nacionalistas do que os civis”. [6]

Magalhães Gomes também se empenhou na luta pela transformação da UFMG em uma universidade moderna e com os vários ramos do saber integrados e para que ela não fosse, segundo suas próprias palavras, “uma congérie de escolas sem maior ligação umas com as outras” [2]. Trabalhou, entre outros, com os reitores Mendes Pimentel e Pires e Albuquerque e, já nos anos sessenta, adotou publicamente posição de apoio ativo à reforma universitária, contra a instituição da cátedra, pelo regime de tempo integral dos docentes e em favor da criação dos institutos centrais. Participou intensamente do grupo que organizou o Instituto de Ciências Exatas (ICEx) no campus da UFMG, que reuniu as áreas de física, química e matemática e, posteriormente, estatística e ciência da computação, sendo, de 1968 a 1972, seu primeiro diretor. [2]

De 1955 a 1957, integrou o Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), nomeado pelo presidente Café Filho e, a partir de 1962, foi membro efetivo da Comissão Nacional de Energia Nuclear, nomeado pelo presidente João Goulart, da qual se afastou, em 1965, por discordar dos rumos da política nuclear e da perseguição a cientistas por parte do novo regime.[2][3][4]

Foi membro titular da Academia Brasileira de Ciências desde 1951 e da Academia Mineira de Letras, eleito em novembro de 1982 devido a seu perfil de humanista e amante da literatura.[2][3]

Publicou “História da Siderurgia no Brasil” (Editora Itatiaia/Ed. Universidade de São Paulo, 1983) e “A Eletrificação no Brasil”, em 1986, sob o patrocínio da Eletropaulo- Eletricidade de São Paulo S.A., na série História e Energia.[2]

Faleceu em Belo Horizonte em 17 de julho de 1990, aos 84 anos. Era casado com Maria Clara Birchal Magalhães Gomes, com quem teve treze filhos.[3]

Referências

  1. Leão, Ângela Vaz (2002). «Magalhães Gomes, físico e humanista». Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Scripta. Recuperado de http://periodicos-pucminas_br/index.php/scripta/article/view/12460 (6(11)): 203-207 
  2. a b c d e f g h i j Moreno, Márcio Quintão (2006). Humanismo e Ciência Para Francisco de Assis Magalhães Gomes. [S.l.]: Editora UFMG; 1ª edição. pp. 67–72–141–142–207–208–223–263–264–265–266 
  3. a b c d e Filho, Amilcar Vianna Martins (2013). Novo dicionário biográfico de Minas Gerais: 300 anos de história. [S.l.]: Instituto Cultural Amilcar Martins. pp. 210–211 
  4. a b c d História da Ciência no Brasil: acervo de depoimentos. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, Instituto de Direito Público e Ciência Política, Centro de Pesquisa e Documentação da História Contemporânea do Brasil-CPDOC e FINEP-Financiadora de Estudos e Projetos. 1984. pp. 63–64–65 
  5. Salmeron, R. A. (2002). Gleb Wataghin - vol. 16, número 44. [S.l.]: USP-Estudos Avançados. p. 310-311-312 
  6. a b Andrade, Ana Maria Ribeiro de (2006). A opção nuclear, 50 anos rumo à autonomia. [S.l.]: Comissão Nacional de Energia Nuclear -CNEN e Museu da Astronomia e Ciências Afins -MAST/Ministério da Ciência e Tecnologia. p. 70-71-72