Prisão da Abadia: diferenças entre revisões

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== Localização ==
== Localização ==
A prisão ocupava parte do atual [[Boulevard Saint-Germain]], em [[Paris]], e ficava situada no ângulo do terreno da Abadia de [[Saint-Germain-des-Prés]]. Esta Abadia datava dos primórdios da cidade de Paris quando [[Childeberto I]] fundou, no local onde existia um templo dedicado a [[Isis]] e [[Ceres]], segundo a lenda, um [[monastério]] consagrado à Santa Cruz e a São Vicente, que adotou depois o nome de [[Germain de Paris|Germain]], o [[bispo]] que o administrava. A [[Basílica]] de Saint-Germain, onde foi enterrado, entre outros [[Childeberto I]], era o « Saint-Denis dos [[Merovingios]] ». Estas origens, que remontam à fonte das histórias dos reis de [[França]], conferem um valor simbólico particular aos [[Massacres de Setembro de 1792]] que aí foram perpetrados.
A prisão ocupava parte do atual [[Boulevard Saint-Germain]], em [[Paris]], e ficava situada no ângulo do terreno da Abadia de [[Saint-Germain-des-Prés]]. Esta Abadia datava dos primórdios da cidade de Paris quando [[Childeberto I]] fundou, no local onde existia um templo dedicado a [[Isis]] e [[Ceres]], segundo a lenda, um [[monastério]] consagrado à Santa Cruz e a São Vicente, que adotou depois o nome de [[Germain de Paris|Germain]], o [[bispo]] que o administrava. A [[Basílica]] de Saint-Germain, onde foi enterrado, entre outros [[Childeberto I]], era o « Saint-Denis dos [[Merovíngios]] ». Estas origens, que remontam à fonte das histórias dos reis de [[França]], conferem um valor simbólico particular aos [[Massacres de Setembro de 1792]] que aí foram perpetrados.
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== Emplacement ==
== Os Massacres ==
[[Image:PrisonAbbayeChapel.jpg|thumb|300px|A Capela da Abadia em 1793.]]
Durante a [[Revolução Francesa]], foram presas na Abadia uma multidão de pessoas de todas as classes sociais, acusadas de oposição ao regime que se seguiu à [[Luís XVI de França|queda da monarquia]]. A lenda tomou conta dos fatos ocorridos de 2 a 3 de Setembro de 1792, cujo desenrolar é ao mesmo tempo confuso e complexo para uma análise fria, já que guarda apenas as declarações de um grupo de celerados, conduzidos por [[Stanislas-Marie Maillard]], que massacraram em suas instalações 164 prisioneiros, sendo 18 deles padres. Entre os prisioneiros encontravam-se o Conde Montmorin de St-Hérem, o [[abade]] Lenfant, [[Cazotte]] e [[Charles François de Virot de Sombreuil]].


De todas as prisões que foram quadro dos [[Massacres de Setembro de 1792]], a da Abadia é, em um certo sentido, a mais marcante como local de [[profanação]]. A forma como as pessoas foram massacradas em suas instalações ultrapassam o entendimento, ainda mais por serem lideradas por Maillard, que era o responsável por sua segurança. Na Abadia, o massacre transformou-se em espetáculo. Foram empilhadas roupas no meio do pátio, fazendo uma espécie de colchão. A vítima, jogada pela porta numa espécie de arena, passava de [[sabre]] a sabre e caia sobre o « colchão » , toda ensanguentada. Os espectadores interessavam-se pela forma como cada um corria, gritava ou caia. Eles comentavam sobre a coragem ou covardia demonstrada por cada vítima. As mulheres, sobretudo, demonstravam um grande prazer : passada a primeira repugnância, elas tornavam-se espectadoras terríveis, insaciáveis. Os assassinos instalaram bancos, bancos para os senhores, bancos para as senhoras <ref>"''Histoire de la Révolution française''" {{fr}}, Editor: Gallimard, Coleção: Folio Histoire, Autor: Jules Michelet, vol I, pg. 1530 </ref>.
La prison occupait une partie de l'actuel [[boulevard Saint-Germain]] à [[Paris]] et se trouvait située à l’angle de l’enclos de l’[[abbaye de Saint-Germain-des-Prés]]. Cette abbaye datait des premiers temps de la ville de Paris quand [[Childebert Ier|Childebert I{{er}}]] avait fondé, à l’emplacement d’un temple voué à Isis ou Cérès selon la légende, un monastère consacré à la Sainte-Croix et à [[Vincent de Saragosse|Saint Vincent]] qui prit plus tard le nom de [[Germain de Paris|Germain]], l’évêque qui l’administra. La basilique de Saint-Germain, où fut enterré, entre autres, Childebert I{{er}}, était le « Saint-Denis des Mérovingiens ». Ces origines qui remontent aux sources de l'histoire des rois de France confèrent une valeur symbolique particulière aux [[massacres de septembre|massacres]] qui y furent perpétrés en septembre [[1792]].


== Massacres ==
== Destruição ==
A Prisão da Abadia foi em seguida transformada em prisão militar. Foi demolida em [[1854]] para a construção do Boulevard Saint-Germain.
[[Image:PrisonAbbayeChapel.jpg|thumb|300px|La chapelle de l’Abbaye en 1793.]]


== Referências ==
Pendant la [[Révolution française|Révolution]], on y renferma une foule de personnes de toutes conditions, accusées d’opposition au régime qui avait suivi la chute de la monarchie. La légende s'est emparée des événements du [[2 septembre|2]] et du [[3 septembre]] [[1792]], dont le déroulement est à la fois confus et complexe à analyser, pour ne garder que le récit d'un groupe de forcenés, conduits par [[Stanislas-Marie Maillard]], dit ''Tappe dur'', qui y massacrèrent 164 prisonniers, dont 18 prêtres. Parmi les prisonniers, se trouvaient le comte Montmorin de St-Hérem, l’abbé Lenfant, [[Cazotte]] et [[Charles François de Virot de Sombreuil]].
<references/>


== Ver também ==
De toutes les prisons de Paris qui furent le cadre des [[Massacres de septembre|massacres de septembre 1792]], comme la prison voisine des [[Prison des Carmes|Carmes]], celle de l’Abbaye est, en un certain sens, la plus marquante comme lieu de profanation. Dans cette prison plus de 300 personnes furent tuées dans des conditions qui dépassent l’entendement, victimes de la folie meurtrière d’une cinquantaine d’énergumènes conduites par [[Stanislas-Marie Maillard]], qui était pourtant supposé les maîtriser. À l’Abbaye, on avait fait du massacre un spectacle. On avait entassé des vêtements au milieu de la cour pour en faire une sorte de matelas. La victime, lancée de la porte dans cette sorte d’arène, était passée de sabre en sabre et tombait sur le « matelas » trempé et retrempé de sang. Les spectateurs s’intéressaient à la manière dont chacun courait, criait et tombait. Ils relevaient le courage ou, au contraire, la lâcheté qu’avait montré telle ou telle vicime, et semblaient juger en connaisseurs. Les femmes, surtout, prenaient un grand plaisir : leur première répugnance passée, elles devenaient des spectatrices terribles, insatiables, comme furieuses de plaisir et de curiosité. Les massacreurs avaient installé des bancs, des bancs pour les messieurs, des bancs pour les dames.<ref>{{Ouvrage
=== Bibliografia===
| titre = Histoire de la Révolution française
* "''Minha agonia de trinta e oito horas ou Relato do que me aconteceu, do que vi e ouvi, durante minha detenção na Prisão da Abadia de Saint-Germain, do dia 22 de Agosto até o 4 de Setembro''" {{fr}} - de François de Jourgniac Saint-Méard - Edições Baudouin, 1823 - leitura "on-line" http://books.google.com/books?id=yJ4PAAAAQAAJ&hl=fr|pages=62}}, Cópia do exemplar: "''Bibliotheque cantonale et universitaire de Lausanne''", numerada em 29 de Fevereiro de 2008 ;
| éditeur = Gallimard
| collection = Folio Histoire
| auteur = Jules Michelet
| langue = français
| volume = I
| année = 1952
| pages = 1530
| isbn = 978-2-07-034390-4
| partie = VII
| numéro = VI
| chap = Le 3 et le 4 septembre
| passage = 1075
}}</ref>


== Destruction ==

La prison de l’Abbaye fut ensuite transformée en prison militaire. <br />Elle a été démolie en [[1854]] pour le percement du boulevard Saint-Germain.

== Notes et références ==
{{Références}}
== Voir aussi ==
=== Bibliographie===
* {{ouvrage|titre=Mon agonie de trente-huit heures ou récit de ce qui m'est arrivé, de ce que j'ai vu et entendu, pendant ma détention dans la prison de l'Abbaye de Saint-Germain, depuis le 22 août jusqu'au 4 septembre|auteur=François de Jourgniac Saint-Méard|éditeur=Baudouin|année=1823|lire en ligne=http://books.google.com/books?id=yJ4PAAAAQAAJ&hl=fr|pages=62}}, Copie de l'exemplaire Bibliotheque cantonale et universitaire de Lausanne, numérisé le 29 fév 2008 ;
=== Liens internes ===
* [[Liste des prisons de Paris sous la Révolution]]
* [[Liste des massacres]]
* [[Commune de Paris (1792)]]
* [[Terreur (Révolution française)]]
* [[Prison des Carmes]]
* [[Charles François de Virot de Sombreuil]]

{{Portail|Révolution française|Paris}}

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[[Catégorie:Prison de Paris sous la Révolution]]

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[[Categoria:Construções da França]]
[[Categoria:Construções da França]]
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[[Categoria:Prisões da França]]
[[Categoria:Prisões da França]]
[[Categoria:Revolução francesa]]
[[Categoria:Revolução francesa]]

Revisão das 18h21min de 26 de março de 2010

A Prisão da Abadia em 1793.

A Prisão da Abadia é uma prisão francesa, em uso até 1854, situada na cidade de Paris.

Esta prisão de Estado foi construída por Gamard em 1631, compondo-se de um piso térreo e mais dois andares, flanqueados por duas torres e uma guarita para sentinela. Ela foi o teatro de um dos episódios da Revolução Francesa que deu lugar aos textos mais dramátidos deste período, os Massacres de Setembro de 1792.

Madame Roland, esposa do Ministro do Interior, o girondino Jean-Marie Roland, esteve presa nela, quando de sua primeira arrestação, em 1793, antes de seu encarceramento em Sainte Pélagie.

Localização

A prisão ocupava parte do atual Boulevard Saint-Germain, em Paris, e ficava situada no ângulo do terreno da Abadia de Saint-Germain-des-Prés. Esta Abadia datava dos primórdios da cidade de Paris quando Childeberto I fundou, no local onde existia um templo dedicado a Isis e Ceres, segundo a lenda, um monastério consagrado à Santa Cruz e a São Vicente, que adotou depois o nome de Germain, o bispo que o administrava. A Basílica de Saint-Germain, onde foi enterrado, entre outros Childeberto I, era o « Saint-Denis dos Merovíngios ». Estas origens, que remontam à fonte das histórias dos reis de França, conferem um valor simbólico particular aos Massacres de Setembro de 1792 que aí foram perpetrados.

Os Massacres

A Capela da Abadia em 1793.

Durante a Revolução Francesa, foram presas na Abadia uma multidão de pessoas de todas as classes sociais, acusadas de oposição ao regime que se seguiu à queda da monarquia. A lenda tomou conta dos fatos ocorridos de 2 a 3 de Setembro de 1792, cujo desenrolar é ao mesmo tempo confuso e complexo para uma análise fria, já que guarda apenas as declarações de um grupo de celerados, conduzidos por Stanislas-Marie Maillard, que massacraram em suas instalações 164 prisioneiros, sendo 18 deles padres. Entre os prisioneiros encontravam-se o Conde Montmorin de St-Hérem, o abade Lenfant, Cazotte e Charles François de Virot de Sombreuil.

De todas as prisões que foram quadro dos Massacres de Setembro de 1792, a da Abadia é, em um certo sentido, a mais marcante como local de profanação. A forma como as pessoas foram massacradas em suas instalações ultrapassam o entendimento, ainda mais por serem lideradas por Maillard, que era o responsável por sua segurança. Na Abadia, o massacre transformou-se em espetáculo. Foram empilhadas roupas no meio do pátio, fazendo uma espécie de colchão. A vítima, jogada pela porta numa espécie de arena, passava de sabre a sabre e caia sobre o « colchão » , toda ensanguentada. Os espectadores interessavam-se pela forma como cada um corria, gritava ou caia. Eles comentavam sobre a coragem ou covardia demonstrada por cada vítima. As mulheres, sobretudo, demonstravam um grande prazer : passada a primeira repugnância, elas tornavam-se espectadoras terríveis, insaciáveis. Os assassinos instalaram bancos, bancos para os senhores, bancos para as senhoras [1].

Destruição

A Prisão da Abadia foi em seguida transformada em prisão militar. Foi demolida em 1854 para a construção do Boulevard Saint-Germain.

Referências

  1. "Histoire de la Révolution française" (em francês), Editor: Gallimard, Coleção: Folio Histoire, Autor: Jules Michelet, vol I, pg. 1530

Ver também

Bibliografia

  • "Minha agonia de trinta e oito horas ou Relato do que me aconteceu, do que vi e ouvi, durante minha detenção na Prisão da Abadia de Saint-Germain, do dia 22 de Agosto até o 4 de Setembro" (em francês) - de François de Jourgniac Saint-Méard - Edições Baudouin, 1823 - leitura "on-line" http://books.google.com/books?id=yJ4PAAAAQAAJ&hl=fr%7Cpages=62}}, Cópia do exemplar: "Bibliotheque cantonale et universitaire de Lausanne", numerada em 29 de Fevereiro de 2008 ;