Nuno Gonçalves: diferenças entre revisões

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'''Nuno Gonçalves''' foi um [[pintura|pintor]] [[Portugal|português]] do [[século XV]]. O seu nome fio registado em [[1463]] como pintor da corte de [[Afonso V de Portugal|Afonso V]], mas nenhum trabalho inequivocamente seu sobreviveu até hoje. Há, no entanto, fortes indicações de que tenha sido ele a pintar os [[Painéis de São Vicente de Fora]], uma obra-prima da pintura portuguesa do [[século XV]] na qual, com um estilo bastante seco mas poderosamente realista, se retratam figuras proeminentes da corte portuguesa de então, incluindo o que se presume ser um [[auto-retrato]], e se atravessa toda a sociedade, da nobreza e clero até ao povo.
'''Nuno Gonçalves''' foi um [[pintura|pintor]] [[Portugal|português]] do [[século XV]]. O seu nome foi registado em [[1463]] como pintor da corte de [[Afonso V de Portugal|Afonso V]], mas nenhum trabalho inequivocamente seu sobreviveu até hoje. Há, no entanto, fortes indicações de que tenha sido ele a pintar os [[Painéis de São Vicente de Fora]], uma obra-prima da pintura portuguesa do [[século XV]] na qual, com um estilo bastante seco mas poderosamente realista, se retratam figuras proeminentes da corte portuguesa de então, incluindo o que se presume ser um [[auto-retrato]], e se atravessa toda a sociedade, da nobreza e clero até ao povo.
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Aparentemente foi pintor de [[D. Afonso V]] em 1450. [[Francisco de Holanda]] no seu ''Da Pintura Antiga'' ([[Lisboa]], [[1548]]), refere-se a Nuno Gonçalves como uma das" águias" um dos mestres do século XV - mas o seu nome e os seus trabalhos perderam-se na história.
Aparentemente foi pintor de [[D. Afonso V]] em 1450. [[Francisco de Holanda]] no seu ''Da Pintura Antiga'' ([[Lisboa]], [[1548]]), refere-se a Nuno Gonçalves como uma das" águias" um dos mestres do século XV - mas o seu nome e os seus trabalhos perderam-se na história.


A sua obra prima para a catedral de Lisboa foi construída no [[Sismo de Lisboa de 1755|terramoto de 1755]], e a sua outra obra com o tema de [[São Vicente]], o santo patrono de Lisboa e da casa real de Portugal, esteve desaparecida até 1882, quando foi descoberta no convento de São Vicente. Não foi senão em 1931, quando sua obra foi exposta em Paris, que Gonçalves recebeu o reconhecimento internacional que merecia.
A sua obra prima para a catedral de Lisboa foi destruída no [[Sismo de Lisboa de 1755|terramoto de 1755]], e a sua outra obra com o tema de [[São Vicente]], o santo patrono de Lisboa e da casa real de Portugal, esteve desaparecida até 1882, quando foi descoberta no convento de São Vicente. Não foi senão em 1931, quando sua obra foi exposta em Paris, que Gonçalves recebeu o reconhecimento internacional que merecia.
O [[Painéis de São Vicente de Fora|Políptico de São Vicente]] (hoje no [[Museu Nacional de Arte Antiga]], Lisboa) consiste em seis paíneis, dois largos e quatro mais estreitos, dominado pela figura do [[Infante Santo]].
O [[Painéis de São Vicente de Fora|Políptico de São Vicente]] (hoje no [[Museu Nacional de Arte Antiga]], Lisboa) consiste em seis paíneis, dois largos e quatro mais estreitos, dominado pela figura do [[Infante Santo]].



Revisão das 08h48min de 28 de maio de 2012

 Nota: Para outros significados, veja Nuno Gonçalves (desambiguação).

Nuno Gonçalves foi um pintor português do século XV. O seu nome foi registado em 1463 como pintor da corte de Afonso V, mas nenhum trabalho inequivocamente seu sobreviveu até hoje. Há, no entanto, fortes indicações de que tenha sido ele a pintar os Painéis de São Vicente de Fora, uma obra-prima da pintura portuguesa do século XV na qual, com um estilo bastante seco mas poderosamente realista, se retratam figuras proeminentes da corte portuguesa de então, incluindo o que se presume ser um auto-retrato, e se atravessa toda a sociedade, da nobreza e clero até ao povo.

Painéis de São Vicente de Fora (Réplica)

Obra

Aparentemente foi pintor de D. Afonso V em 1450. Francisco de Holanda no seu Da Pintura Antiga (Lisboa, 1548), refere-se a Nuno Gonçalves como uma das" águias" um dos mestres do século XV - mas o seu nome e os seus trabalhos perderam-se na história.

A sua obra prima para a catedral de Lisboa foi destruída no terramoto de 1755, e a sua outra obra com o tema de São Vicente, o santo patrono de Lisboa e da casa real de Portugal, esteve desaparecida até 1882, quando foi descoberta no convento de São Vicente. Não foi senão em 1931, quando sua obra foi exposta em Paris, que Gonçalves recebeu o reconhecimento internacional que merecia. O Políptico de São Vicente (hoje no Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa) consiste em seis paíneis, dois largos e quatro mais estreitos, dominado pela figura do Infante Santo.

O primeiro estudo científico sistemático, que envolveu uma plêiade de cientistas, historiadores de arte e técnicos, ocorreu em 1994. Nesse trabalho, além de ser feito um balanço historiográfico mais ou menos fundamentado, tiraram-se algumas conclusões interessantes sobre a tecnologia de produção do painel. No entanto, as análises feitas (radiografia, reflectografia de infravermelhos, identificação de pigmentos, entre outras) não permitiram datar a obra. (fonte: A. P. Abrantes, I. Vandevivere, coords., Nuno Gonçalves. Novos documentos. Estudo da pintura portuguesa do século XV, Lisboa, IPM/Reproscan, 1994.)

Graças a estudos científicos de dendocronologia realizados em 2001, sabe-se que os Painéis só podem ter sido pintados na década de 40 do século XV. Uma investigação publicada em 2000 permitiu detectar a assinatura do pintor (NGs) e uma data (1445) na bota duma das figuras. Ambas as investigações fizeram cair por terra a opinião dominante de que os painéis seriam da década de 70 e relacionados com a conquista de Arzila por D. Afonso V, permitindo agora constatar que se referem antes ao período da Regência do Infante D. Pedro, o que a torna numa das maiores, se não na máxima obra-prima da pintura europeia da primeira metade do século XV. (fontes: http://cvc.instituto-camoes.pt/ciencia/e51.html; A. R. Disney, a History of Portugal and the Portuguese Empire, Cambridge University Press, 2009, vol. 1, p. 168.)

Ligações externas

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