A Moratória: diferenças entre revisões
→ nova página: A MORATÓRIA, de Jorge Andrade A Moratória é uma peça teatral em que o autor deixa part... |
|||
Linha 1: | Linha 1: | ||
A MORATÓRIA, de [[Jorge Andrade]] |
A MORATÓRIA, de [[Jorge Andrade]] |
||
A Moratória é uma peça teatral em que o autor deixa parte da capacidade interpretativa para o grupo de atores, que dão vida aos diálogos e às situações. |
|||
A técnica principal é a [[expectativa]], focalizada numa situação dramática, em dois tempos e espaços simultâneos e antagônicos, que, no decorrer do enredo, possuem ações decorrentes do conflito das personagens em torno da recuperação da fazenda a da decretação da moratória pelo Governo no momento de crise. |
|||
Além dos conflitos de personagens, retrata, de forma bem explícita, a decadência da Elite do café após a [[crise de 1929]], acompanhada pela [[Revolução de 30]], encabeçada por [[Getúlio Vargas]] e a Elite gaúcha. Para enriquecer o assunto, enfoca a crise da sociedade patriarcal rural e os indícios de um processo lento e definitivo de mudanças sociais na estrutura da sociedade [[paulista]]. |
|||
PERSONAGENS: |
PERSONAGENS: |
||
. Joaquim - proprietário de fazenda na região cafeeira. Nunca fugiu ao trabalho e melhorou o que herdou de seus maiores, mas não soube administrar durante a crise e perdeu tudo. politicamente, comporta- se como um [[Coronel]]. |
|||
. Helena - esposa de Joaquim, encarnando a figura da mãe tradicional e da esposa convencional da sociedade rural brasileira, dividida entre o conflito da fazenda e a felicidade do esposo e filhos. |
|||
. Lucília - a filha, que oscila, ao longo do tempo da peça, entre uma jovem sonhadora e despreocupada que costura por lazer e uma mulher dura e responsável que sustenta família e aceita tudo sem resignaçã e esperança. |
|||
. Marcelo - o filho,que é um projeto de homem, típico jovem da Elite, que gasta seu tempo em farras noturnas e nenhum trabalho útil. Não se mostra habituado com nenhum trabalho e sofre bastante no [[frigorífico]] em que trabalha na segunda situação. |
|||
. Olímpio - noivo de Lucília, advogado, tenta auxiliar no processo de nulidade. Na riqueza, é discriminado por ser filho de um rival político. na pobreza, é exaltado, por cauda do título de advogado. |
|||
. Elvira - irmã de Joaquim e esposa de Augusto, principal [[credor]] do cunhado. Em troca de café, leite e alguns alimentos, Lucília não cobra as costuras que ela encomenda. Guarda rancor e é ambiciosa. |
|||
As personagens compõem um conjunto familiar, cujos personagens se relacionam, nem sempre se forma totalmente amigável, como é o caso de Joaquim e Marcelo. Olímpio aparece nos dois planos: como o noivo excluído, inicialmente, e depois, como a única esperança de salvação da família. |
|||
A história, se analisada temporalmente, reduz- se ao período de [[1929]] a 1933, marcado pelos seguintes fatos: |
|||
. a iminência de perder a fazenda |
|||
. a perda da fazenda |
|||
. o empobrecimento da família e o agravamento das tensões familiares em decorrência de tal fato |
|||
. a mudança para a cidade, em uma casa pequena e modesta |
|||
. a decadência completa, causada pela não- aprovação da nulidade do processo e nem da moratória que possivelmente viria a ser decretada pela Governo Provisório. |
Revisão das 01h35min de 3 de dezembro de 2006
A MORATÓRIA, de Jorge Andrade
A Moratória é uma peça teatral em que o autor deixa parte da capacidade interpretativa para o grupo de atores, que dão vida aos diálogos e às situações.
A técnica principal é a expectativa, focalizada numa situação dramática, em dois tempos e espaços simultâneos e antagônicos, que, no decorrer do enredo, possuem ações decorrentes do conflito das personagens em torno da recuperação da fazenda a da decretação da moratória pelo Governo no momento de crise.
Além dos conflitos de personagens, retrata, de forma bem explícita, a decadência da Elite do café após a crise de 1929, acompanhada pela Revolução de 30, encabeçada por Getúlio Vargas e a Elite gaúcha. Para enriquecer o assunto, enfoca a crise da sociedade patriarcal rural e os indícios de um processo lento e definitivo de mudanças sociais na estrutura da sociedade paulista.
PERSONAGENS:
. Joaquim - proprietário de fazenda na região cafeeira. Nunca fugiu ao trabalho e melhorou o que herdou de seus maiores, mas não soube administrar durante a crise e perdeu tudo. politicamente, comporta- se como um Coronel.
. Helena - esposa de Joaquim, encarnando a figura da mãe tradicional e da esposa convencional da sociedade rural brasileira, dividida entre o conflito da fazenda e a felicidade do esposo e filhos.
. Lucília - a filha, que oscila, ao longo do tempo da peça, entre uma jovem sonhadora e despreocupada que costura por lazer e uma mulher dura e responsável que sustenta família e aceita tudo sem resignaçã e esperança.
. Marcelo - o filho,que é um projeto de homem, típico jovem da Elite, que gasta seu tempo em farras noturnas e nenhum trabalho útil. Não se mostra habituado com nenhum trabalho e sofre bastante no frigorífico em que trabalha na segunda situação.
. Olímpio - noivo de Lucília, advogado, tenta auxiliar no processo de nulidade. Na riqueza, é discriminado por ser filho de um rival político. na pobreza, é exaltado, por cauda do título de advogado.
. Elvira - irmã de Joaquim e esposa de Augusto, principal credor do cunhado. Em troca de café, leite e alguns alimentos, Lucília não cobra as costuras que ela encomenda. Guarda rancor e é ambiciosa.
As personagens compõem um conjunto familiar, cujos personagens se relacionam, nem sempre se forma totalmente amigável, como é o caso de Joaquim e Marcelo. Olímpio aparece nos dois planos: como o noivo excluído, inicialmente, e depois, como a única esperança de salvação da família.
A história, se analisada temporalmente, reduz- se ao período de 1929 a 1933, marcado pelos seguintes fatos:
. a iminência de perder a fazenda . a perda da fazenda . o empobrecimento da família e o agravamento das tensões familiares em decorrência de tal fato . a mudança para a cidade, em uma casa pequena e modesta . a decadência completa, causada pela não- aprovação da nulidade do processo e nem da moratória que possivelmente viria a ser decretada pela Governo Provisório.