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Línguas volta-congolesas: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Niger-Kongo-Karte.png|thumb|400px|Línguas volta-congo(marrom, laranja, verde) dentro da família níger-congo]]
[[imagem:Niger-Kongo-Karte.png|thumb|400px|Línguas volta-congo(marrom, laranja, verde) dentro da família nigero-congo]]


Na classificação das [[línguas africanas]], as '''línguas volta-congolesas''' constituem o maior ramo (em termo de número de línguas) da família lingüística [[Línguas nigero-congolesas|nígero-congolesa]]. Sendo parte do grupo [[Línguas atlântico-congolesas|atlantico-congolês]], as línguas volta congo são divididas em doi grupos principais: oriental e ocidental. O grupo ocidental compreede aos subgrupos kru, gur, adamawa-ubangi e provavelmente senufo (talvez incluso em gur). O grupo oriental das línguas volta-congo consiste nos subgrupos [[Línguas kwa|kwa]] e [[Línguas benue-congolesas|benue-congolês]], este último inclui entre outros o conhecido e numeroso grupo [[línguas bantas|banto]].
Na classificação das [[línguas africanas]], as '''línguas volta-congolesas''' constituem o maior ramo (em termo de número de línguas) da família linguística [[Línguas nigero-congolesas|nigero-congolesa]]. Sendo parte do grupo [[Línguas atlântico-congolesas|atlântico-congolês]], as línguas volta congo são divididas em dois grupos principais: oriental e ocidental. O grupo ocidental compreende aos subgrupos kru, gur, adamawa-ubangi e provavelmente [[língua senufô]] (talvez incluso em gur). O grupo oriental das línguas volta-congo consiste nos subgrupos [[Línguas kwa|kwa]] e [[Línguas benue-congolesas|benué-congolês]], este último inclui entre outros o conhecido e numeroso grupo [[línguas bantas|banto]].


Uma pesquisa lingüística comparativa empreendida por [[John M. Stewart]] nos anos 1960 e 70 têm ajudado a estabelecer uma unidade genética do grupo volta-congo e a esclarecer sua estrutura interna. O sistema de vogais das línguas volta-congo tem sido assunto de muitos debates na história da [[lingüística comparativa]]. Casali (1995) defende a hipótese de que o proto-volta-congo possuía originalmente um sistema de nove ou dez vogais com [[harmonia vocálica]], grupo que mais tarde diminuiu para um sistema de sete vogais em muitas línguas volta-congo. As línguas das montanhas Gana Togo são exemplos de línguas onde sistema de nove-dez vogais ainda são encontrados.
Uma pesquisa linguística comparativa empreendida por [[John M. Stewart]] nos anos 1960 e 70 têm ajudado a estabelecer uma unidade genética do grupo volta-congo e a esclarecer sua estrutura interna. O sistema de vogais das línguas volta-congo tem sido assunto de muitos debates na história da [[linguística comparativa]]. Casali (1995) defende a hipótese de que o proto-volta-congo possuía originalmente um sistema de nove ou dez vogais com [[harmonia vocálica]], grupo que mais tarde diminuiu para um sistema de sete vogais em muitas línguas volta-congo. As línguas das montanhas Gana Togo são exemplos de línguas onde sistema de nove-dez vogais ainda são encontrados.


Williamson e Blench (2000) notam que em muitos casos é difícil estabelecer uma linha clara entre as respectivas do volta-congo e sugere que isso pode indicar a diversificação de uma [[continuidade dialectal]] mais que uma divisão de famílias. Isso tem sido sugerido por Bennet (1983 como citado por Williamson e Blench 2000:17) no caso das subfamílias gur e adamawa-ubangi.
Williamson e Blench (2000) notam que em muitos casos é difícil estabelecer uma linha clara entre as respectivas do volta-congo e sugere que isso pode indicar a diversificação de uma [[continuidade dialectal]] mais que uma divisão de famílias. Isso tem sido sugerido por Bennet (1983 como citado por Williamson e Blench 2000:17) no caso das subfamílias gur e adamawa-ubangi.

Revisão das 19h38min de 20 de janeiro de 2018

Línguas volta-congo(marrom, laranja, verde) dentro da família nigero-congo

Na classificação das línguas africanas, as línguas volta-congolesas constituem o maior ramo (em termo de número de línguas) da família linguística nigero-congolesa. Sendo parte do grupo atlântico-congolês, as línguas volta congo são divididas em dois grupos principais: oriental e ocidental. O grupo ocidental compreende aos subgrupos kru, gur, adamawa-ubangi e provavelmente língua senufô (talvez incluso em gur). O grupo oriental das línguas volta-congo consiste nos subgrupos kwa e benué-congolês, este último inclui entre outros o conhecido e numeroso grupo banto.

Uma pesquisa linguística comparativa empreendida por John M. Stewart nos anos 1960 e 70 têm ajudado a estabelecer uma unidade genética do grupo volta-congo e a esclarecer sua estrutura interna. O sistema de vogais das línguas volta-congo tem sido assunto de muitos debates na história da linguística comparativa. Casali (1995) defende a hipótese de que o proto-volta-congo possuía originalmente um sistema de nove ou dez vogais com harmonia vocálica, grupo que mais tarde diminuiu para um sistema de sete vogais em muitas línguas volta-congo. As línguas das montanhas Gana Togo são exemplos de línguas onde sistema de nove-dez vogais ainda são encontrados.

Williamson e Blench (2000) notam que em muitos casos é difícil estabelecer uma linha clara entre as respectivas do volta-congo e sugere que isso pode indicar a diversificação de uma continuidade dialectal mais que uma divisão de famílias. Isso tem sido sugerido por Bennet (1983 como citado por Williamson e Blench 2000:17) no caso das subfamílias gur e adamawa-ubangi.

Referências

  • Casali, Roderic F. (1995) 'On the Reduction of Vowel Systems in Volta-Congo', African Languages and Cultures, 8, 2, Dec, 109–121.
  • Stewart, John M. (1976) Towards Volta-Congo reconstruction: a comparative study of some languages of Black-Africa. (Inaugural speech, Leiden University) Leiden: Universitaire Pers Leiden.
  • Stewart, John M. (1985) 'Nasality patterns in the Volta-Congo foot.' Paper presented at the Colloquium on African Linguistics, Leiden, Sept. 1985.
  • Williamson, Kay & Blench, Roger (2000) 'Niger-Congo', in Heine, Bernd and Nurse, Derek (eds) African Languages - An Introduction. Cambridge: Cambridge University press, pp. 11–42.