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==Bloqueio==
==Bloqueio==
Olá João! Antes de bloquear um usuário acho que este devia ser avisado que pode vir a ser bloqueado caso continue. Eu sei que não adianta muito, mas acho que a pessoa deve saber com o que pode contar. Não me leves a mal, eu também não gosto de vandalismo! Abraços [[Usuário:Lusitana|Lusitana]] 12:51, 22 Agosto 2005 (UTC)
Olá João! Antes de bloquear um usuário acho que este devia ser avisado que pode vir a ser bloqueado caso continue. Eu sei que não adianta muito, mas acho que a pessoa deve saber com o que pode contar. Não me leves a mal, eu também não gosto de vandalismo! Abraços [[Usuário:Lusitana|Lusitana]] 12:51, 22 Agosto 2005 (UTC)

== Nazismo ==
Quando me refiro a aristocracias refiro-me a classes que acham que têm o direito natural hereditário para mandar nos outros. Se há grupos de pessoas na inglaterra, holanda e suécia que gostam de se reunir e casar os filhos uns com os outros e seguir umas espécies de rituais, mas depois na vida pública tratam os outros de acordo com as suas capacidades e inteligência e não por discriminações a priori de classe, de quem se é filho (fidalgo ou "de que família é" como se diz em pt), raça, etnia ou outras distinções acidentais nada tenho contra esses individuos. Os Judeus e os Maçons também acham que são o povo eleito e creio que não há nenhum grupo social activo que não ache que é melhor que os outros. Ninguém consegue nada a pensar que é pior que os outros. Mas têm de haver flexibilidade social e critérios impessoais de distribuição dos recursos. Se é o mercado, a meritocracia e o voto, eu vejo aí diversos problemas e injustiças mas como dizia o Churchill a verdade é que não há nenhum sistema melhor. É o sistema Natural para a nossa época. E ninguém sabe o que vem a seguir, se é que não é este o ''fim da história''.

Eu obviamente insisti mais nas disputas de classes porque acho que a origem do problema está aí. Se Portugal não se desenvolve é porque as pessoas mais competentes e inteligentes não chegam às posições de decisão e influência como chegam no Norte da Europa e EUA. Se andaste na universidade em pt deves saber demasiado bem a que me refiro. E isto é por rigidez social: Em pt o filho de algo (cujo emprego implica favores reciprocos do papá no futuro) ou o trabalhador que não é ambicioso, não ameaça a posição de ninguem nem critica mas é incompetente são mts vezes preferidos ao trabalhador ambicioso, competente mas que ameaça o emprego do chefe e critica a lassidez dos colegas. Os padres sozinhos não têm interesse ideológico em impedir a renovação do tecido social, mas os nobres querem guardar os postos de influência para os filhos, quer sejam brilhantes quer sejam mediocres. O Catolicismo não surgiu de repente foi moldado por séculos de estruturas sociais estratificadas e feudalismo, até surgir a forma altamente eficaz no controlo social a favor das classes territoriais no tempo da contra-reforma. É claro que hoje o "baixo catolicismo" mesmo quando as relações sociais são liberais, ainda continua por inércia a ter um papel negativo no rebaixamento das massas e deve ser combatido e rejeitado. Mas sem desligar a Igreja da segurança e estabilidade que esta tem contratada com a aristocracia em troca de controlo social, nunca será possivel fazer seja o que for: protestantismo, catolicismo reformado ou secularismo. Repara que apesar de ser verdade que muitos nobres apoiaram o protestantismo foi sempre em zonas de vigor mercantil. Um nobre iluminado pode compreender que o dever de uma posição social é melhorar as condições dos súbditos e não o dinasticismo, e muitos nobres menos exaltados estavam entre a espada e a parede porque tinham más relações com os Habsburgos: vê que a Saxónia estava rodeada dos territórios imperiais desta Casa na Boémia e Silésia e que a sua independencia seria destruida por um poder imperial do Carlos V forte... Entre um Imperador hostil e uma população virada para o protestantismo muitos nobres acolheram a nova religião porque a escolha era entre perder poderes e posição social e perder a cabeça. O protestantismo e os mercadores venceram porque os nobres eram fracos, o mesmo se passou no norte de itália onde apesar de não haver protestantes a igreja católica sempre foi mais ligada aos interesses mercantis (e.g. um Papa Médici!). Se alguns aristocratas se aliaram aos mercadores por boas morais, parabéns para eles, mas a maioria fê-lo por necessidade. Tal como os tories ingleses depois da revolução dos mercadores com o Cromwell, a opção era entre perder a cabeça ou manter a propriedade mas abandonar o feudalismo e os privilégios. Na Holanda há hoje monarquia mas foi imposta pelos ingleses após a derrota do Napoleão devido ao medo de novas insurreições (os holandeses são ainda hoje fortemente republicanos como dizem as sondagens, mas gostam pessoalmente da rainha e a verdade é que holanda, espanha, escandinavos e UK são repúblicas com monarcas à cabeça para todos os efeitos: no UK mm a velha monarquia é tal como a aristocracia britânica apenas uma tradição florida, um teatro, por parte de determinados individuos e não tanto uma realidade). Não são só forças sociais como diziam os liberais antigos, nem métodos de produção como dizia Marx nem só ideologias como Hegel e Weber, mas não sendo original julgo que é verdade que são todos estes factores ligados.

A origem do comunismo aliás pode-se compreender como uma manifestação social e ideológica da revolta das massas contra esses opressores, aristocracia e Igreja. É expantoso como apesar de o Marx defender a revolução contra o capitalismo, '''todas''' as revoluções comunistas se terem dado em Estados onde ainda existia o antigo regime da aristocracia conservadora+igreja (católica ou ortodoxa, a diferença é escassa): não há um único país burguês, protestante ou secular, em que os comunistas tenham tido expressão suficiente para tomar ou ameaçar tomar o Poder, apesar de serem estes os países com os maiores proletariados e capitalistas! O comunismo é no fundo o extremismo violento, iliberal e desesperado dos oprimidos nos países em que não há escape social e a ordem é rígida: a religião comunista exalta o trabalhador e a vida de hoje tanto quanto o catolicismo o diminui e humilha. Em países burgueses tanto a classe alta como a baixa tendem a ser absorvidas pela classe média. Quando andas na Alemanha, UK, Holanda ou França as pessoas na rua são bastante semelhantes todas, mas por exemplo no Porto é extremamtente fácil distinguir as classes. Como os filhos de operários e agricultores no Norte da Europa têm oportunidades para estudar e trabalhar e fundar negócios, o comunismo é pouco atractivo para eles.

Eu acredito que a reforma da igreja conjugada com a modificação das relações sociais, que no Norte de Portugal infelizmente ainda são restritivas e escleróticas, e o secularismo pode-se conseguir uma dinâmica para o País.

Não sei se conheces o historiador inglês AJP Taylor. É brilhante se bem que exagere em alguns pontos. Quanto ao nazismo, se conheces a história da alemanha sabes bem que a ideologia da pseudoprotestante Prússia encarnava todos os seus fundamentos desde o tempo dos cavaleiros teutónicos que conquistavam a alemanha aos Polacos (que antes vinham até ao Elba): racismo anti-eslavo, antisemitismo (os Judeus askhenazi são quase todos polacos), antiusúria, união dos alemães como elite superior sobre os eslavos do leste. Nunca a Baviera ou a Renania tiveram seja o que for a ver com isso. Ainda hoje os mais racistas e antidemocráticos alemães são os do leste. O seu protestantismo nada mais é que uma distinção, um código contra os eslavos, todos católicos ou ortodoxos, mesmo quando estes falavam alemão perfeito. Por isso é que o paganismo do Hitler teve as maiores aderências na prússia. Desde que não fosse a dos polacos não importava qual a religião. É claro que o fascismo natural, como dizes, das aristocracias católicas do sul também teve muita influência. Mas se a baviera mandasse, não enviava milhões dos seus filhos para obter mais terras para os Junkers aos eslavos a leste, nem matava os Judeus- podia repor as distinções sociais e não protege-los dos massacres pelas massas mas não os exterminava de forma sistemática (o que requer recursos em tempo de guerra). A questão dos Judeus (=ameaça das classes médias) e escravatura dos eslavos (=nacionalismo liberal) são objectivos históricos dos Prussos. Por isso é que a Polónia liberal, democrática e burguesa ( e católica!) foi o grande aliado dos Franceses nas guerras depois da revolução de 1789. A ideologia da raça mestre é uma invenção dos prussos. Já na primeira guerra os junkers queriam mais terras a leste e limitações aos Judeus e mercadores do ocidente: porque achas que a Alemanha dominada pelos Prussos nunca foi democrática nem pró-mercado? A prússia oriental sempre foi uma terra atrasada e rural. Se a alemanha tivesse sido fundada e governada pelos liberais de 1848 em Frankfurt, ou se o Napoleão fizesse o que era preciso e impulsionasse a revolução e a Republica Alemã em 1800s em vez de se preocupar com a sua pp dinastia em França, a Alemanha era lider do liberalismo e dos direitos humanos para o mundo. A aristocracia prussa destruiu essa potencial alemanha tal como a nossa destruiu o grande Portugal cosmopolita de 1385-1540. Nem precisou da igreja católica. Portugal, Espanha, sul da Itália e Alemanha são as vítimas dessa mentalidade. A diferença é que na Alemanha a aristocracia não pode impedir os mercadores do ocidente de se estabelecerem devido à reunificação tardia em 1870 e por isso enriqueceu porque a aristocracia mandava na politica externa a partir da Prússia oriental enquanto as fábricas estavam no ocidente. Os prussos foram inteligentes suficientemente para em vez de destruir a prosperidade burguesa do ocidente tentar usa-la primeiro para obter mais poder e terras a leste. Daí a avidez do Guilherme II para começar a guerra. No nazismo a elite da aristocracia prussa sobre o povo alemão seria convertida em elite da raça-mestre alemã (ainda e sempre liderada pelos junkers) sobre os eslavos do leste. Incapazes de vencer as classes médias, tentavam converte-las numa nova baixa aristocracia mundial sempre dominada pela alta aristocracia dos Junkers.

Quem libertou o Hitler repetidamente a não ser os aristocratas que serviam como juizes? Quem o apontou chanceler mesmo depois de minoria nas urnas? Quem ganhava numeros e influência com a anexação da conservadora e aristocratica Austria? Quem apoiou e incentivou a sua invasão da USSR? Quem lucrava com a anexação dos terrenos agricolas e escravos eslavos da Polónia e da Ucrânia ao Reich? Não eram os mercadores alemães porque eles só perderam com o bloqueio económico inglês e americano e exigências da economia da guerra. Não era o povo alemão porque foram eles os feridos e os mortos e os esfomeados e se o objectivo era escravizar os eslavos então não seria destribuir as terras pelos pequenos proprietários alemães, mas sim pelos grandes junkers prussos. As evidencias estão todas lá: o nazismo é prusso. Os prussos são os conservadores aristocratas mais inteligentes reconheço-o: mas são também os mais inumanos. O racismo diz basicamente que os filhos têm as qualidades dos pais, e que os filhos dos atrasados serão sempre atrasados e portanto são inferiores: '''exactamente''' a mesma teoria que durante séculos os aristocratas territoriais usaram para manter a sua supremacia hereditária sobre o povo e as classes médias. Nazismo é simplesmente uma nova formulação desta velha ideia, e se o povo alemão a aceitou depois foi porque a derrota rápida da França e o sucesso aparentemente fácil vencem sempre os ignorantes. Não é por acaso que nazismo e racismo são classificados por todos os especialistas como teorias de "extrema-direita": direita é o termo usado na assembleia francesa durante a monarquia constitucional para designar aqueles que se sentavam à direita do hemiciclo e que eram pela reversão dos ganhos da Revolução: os aristocratas, fidalgos e conservadores.

Depois (a RFA) esteve sob governo americano durante décadas enquanto no leste os soviéticos destruiram brutalmente o estado Prusso. Os americanos deixaram aos russos essa porção "delicada" da Alemanha quase sem oposição e estes tiveram o cuidado de o dividir em kaliningrado, polónia ocidental e RDA, e prosseguiram com uma colectivização agricola muito mais radical que a praticada na Polónia, R.Checa e Hungria. Além disso expulsaram os alemães que viviam nos territórios de parte das conquistas dos cavaleiros teutónicos. Tudo feito com passividade americana, ao contrário da sua defesa enérgica da burguesa e mercantil Berlim (Kennedy disse ''ich bin ein berliner'' eu sou uma bola de berlim :-) e não eu sou um alemão do leste). Quando as teorias explicam as coisas devem ter algum fundo de verdade... [[Usuário:Salvadorjo|Salvadorjo]] 20:58, 23 Agosto 2005 (UTC)

Revisão das 20h58min de 23 de agosto de 2005

Usuário Discussão:Joaotg - Arquivo 1

Destaque

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Sorrisos

Wikipedia:Sorrisos

cristãos-novos e judeus portugueses

Olá joaotg. Queria avisar-te (tratarmos-nos por tu será mais no espirito da wikipedia, mas se te incomodar diz-mo sem problemas) que estou a começar a escrever um pequeno artigo sobre a história dos judeus e cristãos-novos portugueses, que no entanto só devo terminar daqui a um mês ou dois, já que há outros artigos com tanta ou mais prioridade (numa enciclopédia cujos utilizadores são maioritariamente brasileiros é mau que faltem tantos artigos sobre doenças infecciosas e parasitas muito prevalentes lá).

Como sei que és o usuário que mais contribui para esse tema tão esquecido, queria pedir-te para me enviares os links para os teus 10-20 artigos mais significativos sobre o tema, de modo a eu os incluir em links no meu texto e não repetir desnecessariamente informação. Já sei sobre o excelente artigo Sinagoga Portuguesa de Amsterdão e inquisição, mas o da inquisição precisa de ser expandido e se não tiveres paciência ou fontes eu faço-o. Quando acabar o texto (estou a usar uns livros meus além da jewish encyclopedia ([1] -poderá ser te útil se ainda não a conheceres) do inicio do século e PD) faço questão de te avisar para o reveres e adicionares o que eu me tiver esquecido ou desconhecer. Se conheceres fontes interessantes seria útil se mas enviasses ou preferivelmente incluisses tu a sua informação no texto depois de eu o publicar, porque gostava de ver o teu nome associado a adições significativas no artigo.

Não vai ser fácil, pois apesar de os judeus religiosos serem poucos excepto em curto periodo, o sangue hebreu é dos que mais correm nas veias dos portugueses actuais, já que no tempo do Dom Manuel um quarto da população portuguesa era judia e quase todos foram forçados à conversão, mais cedo ou mais tarde, tendo poucos saido. (se quiseres ler um artigo interessante sobre a influência do hebreu no português moderno vê em [2]).

Fico contente por já haver alguém a tomar a iniciativa nesses assuntos. (já agora sei que também escreves sobre as origens do cristianismo e uma colaboração sobre os primeiros cristãos, os judeus cristãos de Pedro que seguiam também a Lei judaica e consideravam Jesus o Messias mas não aceitavam a Trindade, seria interessante. Mas ficará para mais tarde. Talvez seja útil um café das religiões, como o das biomédicas).

Acho que a história dos judeus e cristãos novos é muitas vezes esquecida pelos historiadores, tanto antes como agora, e foi uma página realmente significativa da história de Portugal. No tempo de Salazar duvidar da pureza ideológica católica dos portugueses era anátema, e hoje os historiadores ainda sofrem dessa autocensura que o regime salazarista era tão bom a incutir. É por isso que quero fazer um artigo substancial e imparcial sobre o tema e apreciaria a tua ajuda. Salvadorjo 16:51, 11 Julho 2005 (UTC)

Obrigado pelos artigos. Depois digo-te quando estiver feito um esboço (quero dizer uma primeira versão não um wikiesboço), nessa altura ponho-o logo na wikipedia. Parabéns pelo artigo do gellner, está excelente. Também está bom o do Chekov. Gosto muito de autores russos como tolstoi ou o irritantemente antisemita mas genial Dostoyevsky (o Gellner e se calhar tu não gostam das ideias esotéricas dele, mas acho os irmãos Karamazov o melhor livro que já li. Como aliás já diziam o Freud e o Einstein). Também não sou religioso, o pior de tudo são os fundamentalistas quer sejam os islâmicos, os malucos da religious right americana, os ultra-ortodoxos que tratam os palestinianos como animais e roubam-lhes as terras. São eles que lixam tudo.Salvadorjo 00:57, 13 Julho 2005 (UTC)

Isaac Abravanel

Caro Joaotg, como vai? Tenho notado que quando crias um artigo, é comum esqueceres de categorizá-lo. No caso do artigo Isaac Abravanel, já o fiz para ti. Um grande abraço, Indech::alô? 13:27, 12 Julho 2005 (UTC)

Admin

Desculpa só responder agora. Tive afastado, e honestamente indeciso se vou em frente com isso ou não. Honestamente não é o meu objectivo e ando um pouco esgotado de tempo. Claro que dá sempre para saltar para aqui. --Pedro 03:15, 16 Julho 2005 (UTC)

destaque

Queria pedir-te que me explicasses que passos se tem de fazer para mudar a página em destaque ao Domingo. Não me importo de ajudar e na maioria dos Domingos tenho disponibilidade. Obrigado. Salvadorjo 01:08, 27 Julho 2005 (UTC)

Judaísmo e dinheiro

Acho de facto interessante essa opinião. Não creio no entanto que tenha sido devido aos gregos que os saduceus eram anti-dinheiro. O meu argumento é este: antigamente as classes estabelecidas eram sempre as que possuiam a terra, porque os bens móveis (ouro, etc) podiam sempre ser roubados em raides, mas a terra não pode ser deslocada para outra cidade ou país. Os saduceus ou religiosos do templo, eram os possuidores das grandes propriedades na Judea desse tempo. Eles eram como a aristocracia judaica. Os fariseus eram os mercadores, rabis e letrados: as classes médias (Jesus era também um fariseu e rabi, mas revolucionário). As distinções sociais entre os fariseus, ao contrário das dos seduceus eram pelo dinheiro vivo ou ouro, e pelos investimentos. Quando em 79 Tito expulsou os Judeus, naturalmente os saduceus foram destruídos, já que toda a sua classe e cultura, deprivada da terra, foi absorvida pela cultura dos fariseus. Proibidos na Europa de possuir terras (porque como minoria não tinham direito a esse bem então supremo) continuou a cultura do dinheiro enquanto diferenciador social. Na Europa da Idade Média por outro lado, o poder era largamente independente do dinheiro: os Nobres viviam das rendas dos servos e vilões, e estes dos serviços de protecção dos Nobres. Quando as economias se desenvolveram e monetarizaram no fim da baixa idade média, os Judeus ganharam mais e mais influência e poder, devido a factores que nem eles nem os Nobres teriam podido prever antes. A acusação de "gostar de dinheiro" feita aos judeus é a fonte do antisemitismo: este não é mais que uma forma dos "Grandes" se defenderem da ameaça da nova classe média, que antigamente em Portugal e noutros países era largamente judia ou cristã-nova.

Quanto ao que nos condenou aquilo que somos, não concordo inteiramente contigo. O único período em que Portugal foi rico foi quando os mercadores governaram: entre 1385 (grandes Nobres derrotados em Aljubarrota e os títulos distribuidos pelos mercadores de Lisboa) e o estabelecimento da inquisição. A inquisição como provam os registos, não só queimava até à morte judeus, como expropriava também os mercadores cristãos e cristãos-novos, sob acusações inventadas de comportamentos judaízantes. Ou seja era apenas uma arma social da aristocracia territorial para destruir a supremacia dos mercadores no Portugal de 1500s. Ameaçados e sem capital, os mercados asiáticos dominados pelos Portugueses foram tomados pela competição. Quem contruiu o Portugal mediocre desde então até 1974 foram as classes novamente governantes nesse periodo Nobreza e Igreja (com breves interrupções sabotadas e prevertidas como a Républica e o Liberalismo de Dom Pedro). Não creio que tenha sido a ideologia. Antes esta ajudava a verdadeira causa, as classes altas portuguesas mediocres que sempre lidaram com a oposição competente do modo mais sujo e corrupto. Não será por acaso que quando o Marquês de Pombal quis mudar as coisas as suas 3 primeiras prioridades sociais foram: Reprimir e controlar a Aristocracia de sangue-puro:o processo contra os Távora; o controlo da Igreja: expulsão dos jesuítas e fim das ordens religiosas; e a libertação do que restava das classes médias, com a equiparação legal dos cristãos-novos aos cristãos-velhos. No Norte venceram os mercadores (o caso paradigmático é a Holanda). A reforma foi a meu ver apenas a sua rejeição da Igreja que se tinha aliado aos Nobres (Espanhois). A revolução holandesa contra os Espanhois já existia antes da Reforma, mas foi ela que os uniu, motivou e que lhes permitiu vencer (e igualmente os alemães do norte contra o carlos V). A igreja católica depois foi de facto um factor anti-progresso e a reforma pró-progresso, porque ambas se definiram uma contra a outra: a Católica cada vez mais anti-dinheiro, conservadora, tirânica e reaccionária; e a Protestante cada vez mais pró-comércio, liberal, e democrática. Infelizmente para Portugal cá ganhou o passado, e o futuro ou ficou amordaçado ou fugiu para melhores paragens. Na minha opinião a ditadura derrubada em 1974 não começou em 1926, mas em 1540. Salvadorjo 01:35, 2 Agosto 2005 (UTC)

Não sei porque isto apareceu três vezes! Peço desculpa, achei melhor apagar, já que era o autor. Salvadorjo 00:42, 5 Agosto 2005 (UTC)

Sobre o catolicismo a minha perspectiva é segundo a mesma linha na prática mas quanto às razões discordo. E não é verdade que os portugueses sejam sempre miseráveis nos outros países, bem pelo contrário. Depois da 3ª e 4ª gerações são indistinguiveis económicamente dos seus vizinhos franceses ou americanos, há estudos que o apontam. Não podes é ir logo à 2ª geração. E afinal no norte de itália são tão católicos como no minho e essa região é mais rica em pib per capita que a inglaterra ou alemanha protestantes. Só que lá sempre houve desde o tempo dos medici e já antes aristocracias fracas em cidades-estado em guerra constante e mercadores poderosos, em milão, génova e veneza. Se os aristocratas não tivessem ganho "a guerra" cá em pt, se calhar estavamos como eles. Para mim a igreja católica é o instrumento de repressão da nobreza conservadora. Na alemanha e suiça com a kulturkampf e o nazismo, a nobreza do sul quase acabou e logo depois tornam-se regiões ricas como as suas congéneres protestantes. Na frança a revolução francesa como cortou as cabeças dos nobres, permitiu ao país chegar onde está hoje, apesar de católico (e no meio rural o catolicismo é fervoroso).

Quanto ao euro concordo ainda menos. Eu acho que o euro é um factor de crescimento. No RU houve ultimamente um crescimento falso devido ao boom das casas e à arrogancia da supremacia anglosaxónica, que criou expectativas irracionais nos investidores e consumidores. Lá a taxa de poupança é 0%. Na alemanha as casas diminuiram de preço, as poupanças estão altas. Já este ano o RU vai crescer menos que a frança, tudo aponta. Os probs economicos da it e de já existiam antes do euro. Fico um pouco inibido de discutir isto aqui. Se quiseres reponder talvez seja melhor continuarmos em email. De outro modo até qualquer artigo ou discussão em que nos encontremos, apesar de tudo estamos de acordo em muitas coisas. Salvadorjo 01:22, 6 Agosto 2005 (UTC)

Lixos

Olá Joao! Não te apetece dar uma volta nestes lixos: Cronologia histórica do judaísmo e Cantillation. Penso que são assuntos do teu interesse ! Beijinhos, Muriel 14:58, 10 Agosto 2005 (UTC)

Maurras

Mas repara que a proposta principal dele é a direcção da sociedade por uma "elite", suportada pela religião católica (em que não tem fé religiosa mas apenas política). É claro que essa elite não é necessariamente apenas uma classe, mas ainda assim, já se sabe de onde proviriam a esmagadora maioria dos seus membros. Eu sei bem que há muitas familias "de sangue azul" que sempre foram liberais e progressivistas, e que defendem a "aristocracia" apenas por determinada educação e atenção às artes e letras. Em Inglaterra os antigos nobres do partido whig (hoje os liberais-democratas) venceram, e daí o aparente paradoxo de este país altamente dominado pelos nobres na sua história ser altamente desenvolvido: esses nobres adquiriram politicas liberais dos mercadores e da classe média ainda que mantivessem alguns "rituais" do antigo regime. Mas os de cá não pensam assim na sua esmagadora maioria, como aliás prova o seu próprio partido. Não é por acaso que esse tal partido é o único partido da direita europeia moderna que defende abertamente o estatismo que protege as classes estabelecidas e rejeita o mercado.

Afinal o fascismo e os regimes análogos do salazar e do franco defendiam o corporativismo em matérias económicas. Que é esse sistema a não ser uma forma de proteger as elites estabelecidas contra a ameaça não tanto dos comunistas (como eles gostavam de dizer) mas muito mais do mercado livre e da democracia que lhes retirariam inveitavelmente o poder e elevariam as classes médias? Mesmo o Hitler foi sempre apoiado pelas elites conservadoras, desde os julgamentos em que era sempre absolvido ou condenado a penas irrisórias até ser nomeado chanceler pelo Hindenburg e depois até quase ao fim da guerra. O antisemitismo do Hitler é descendente do desses nobres conservadores da Prússia (que repara apesar de protestantes viviam das terras numa região da europa com comércio, industria e classes médias bastante subdesenvolvidas). Na Prússia as classes médias eram judias ou eslavas:os alvos de Hitler. O drama da Alemanha foi que as regiões com comércio, indústria e classes médias do Reno, Ruhr e costa atlântica (largamente católicas mas sempre liberais devido à liderança oligárquica dos mercadores) terem caído nas mãos desses nobres territoriais protestantes mas conservadores da Prússia (no Congresso de Viena), que apenas utilizaram os seus recursos industriais para conquistar mais terras e trabalhadores rurais a leste contra a vontade da Alemanha norte-ocidental que tudo pagou. Hamburgo, o Reno e o Ruhr tiveram as mais baixas taxas de votação no Hitler, que foi apoiado pelo sul e pelo leste. Como sempre quem se provou reaccionário e anti-progresso foram as regiões onde mandava a nobreza, quer protestante, quer católica.

É claro que nem todos os conservadores de hoje são descendentes directos dos senhores feudais de Portucale no tempo do Afonso Henriques, mas o seu espirito e modo de fazer as coisas vem daí em linha continua e ininterrupta. As classes hoje não existem formalmente nem são tão fechadas como dantes, mas continuam a existir ao nivel das várias correntes de pensamento. Não é por acaso que não há partido comunista nem conservadores anti-mercado nos EUA:lá nunca houve nobreza. Nem é que os liberais ingleses descendentes dos whigs sejam fervorosamente pró-europeus e os tories conservadores eurocépticos.

No Portugal democrático e europeu, é inevitável finalmente a subida ao poder das classes médias e médias-altas. Não se pode esperar tudo numa geração. A geração que manda hoje em Portugal ainda foi educada pelo Salazar. Mas no futuro é inevitável que Portugal se desenvolva. No fim do fascimo eramos mais pobres que a Argélia. Hoje somos um dos países mais ricos do mundo, apesar de tudo. O nosso produto bruto em preços correntes per capita afinal já é mais de 2/3 do da Inglaterra, e cerca de 75% do da UE. Quanto a esta crise, em minha opinião é uma crise social e industrial do norte (conservador e com elites da nobreza) do país, que perde cerca de 2% do seu PIB por ano nos últimos anos. Não podem competir com a china na indústria, portanto convertem-se aos serviços. Lisboa e o Sul (menos conservadores e com mais curtas tradições feudais), muito menos dependentes da indústria e com outra mentalidade, têm tido crescimento baixo mas positivo. Na verdade assistimos por debaixo das estatisticas de "Portugal em crise" a uma Norte (Porto, Minho e Trás-os-Montes) em crise profunda, mas a um sul ainda com alguma vitalidade. Salvadorjo 23:54, 10 Agosto 2005 (UTC)

Resp. Aristóteles

Olá João, como vai? Já faz algum tempo desde nossa última conversa. Sobre sua questão da atitude de Aristóteles em relação ao dinheiro: muito resumidamente, ele via o dinheiro com bons olhos. Isto, no entanto, não significa que Aristóteles gostava do dinheiro pelo dinheiro. O dinheiro não é fim. O dinheiro era visto por Aristóteles como meio que possibilita a realização de coisas virtuosas. Assim, a liberalidade é uma virtude, a prodigalidade o excesso e a avareza a deficiência. Portanto, ao presentear um amigo, por exemplo, estou usando o dinheiro para algo virtuoso. Mas então somente pessoas com bastante dinheiro poderão ser liberais e virtuosas? Não. Nesse caso entra a concepção do meio-termo ou da justa medida, que diz respeito a cada um individualmente. Assim, posso ser virtuoso ao presentear um amigo com uma caneta ou com um carro. Em ambos os casos o dinheiro serve apenas para eu ser liberal e estarei sendo liberal de acordo com minhas possibilidades. Você pode verificar isso melhor no Livro IV da Ética a Nicômaco. Sobre Attali: concordo quando ele diz que para a nova Igreja, nada deve ser fértil que não tenha sido criado por Deus. Fazer trabalhar o dinheiro é fornicar. Ao mesmo tempo, ao contrário do que diz Attali, não acho que o dinheiro fosse visto como estéril. Especialmente em Aristóteles. Mas isso é um pouco polêmico. Os sofistas foram massacrados por Platão e Aristóteles justamente porque cobravam por suas lições... Não sei, é algo para se pesquisar melhor.

Abraço, --Ziguratt 13:40, 12 Agosto 2005 (UTC)


Olá João,

Desculpe a demora em responder.

Bom, não entendo muito de cristianismo e entendo menos ainda de judaísmo. Creio que faz sentido. Mas de modo geral, tendemos a valorizar, imprimir valor, ao que fazemos. Sejamos comerciantes ou proprietários de terra, seja qual for a religião. O problema é quando a religião passa a regular o modo pelo qual o produtor do valor lida com o valor produzido. O cristão, ao contrário do protestante (e provavelmente do judeu), acaba entrando em conflito consigo mesmo no que diz respeito ao comércio do valor produzido. Parece-me que há um conflito cristão entre a possibilidade de alguém ser caridoso e a possibilidade de alguém praticar o comércio. E talvez esse conflito seja uma leitura errada dos preceitos bíblicos. Mas não tenho certeza de nada do que escrevi aqui. Abraço --Ziguratt 00:16, 19 Agosto 2005 (UTC)

Imagem

João, podes por favor informar o que é pedido em Imagem:ENC 1-NA5 600px.jpg e Imagem:ENC SYSTEME FIGURE.jpg? Obrigado. --Mschlindwein msg 16:11, 16 Agosto 2005 (UTC)

Também Imagem:Karbala shrineofhusain.jpg. Obrigado. --Mschlindwein msg 22:18, 16 Agosto 2005 (UTC)

Prussos

Na última semana não estive activo na wikipedia, daí não ter respondido até hoje.

Quanto ao caracter prusso, mais que protestantismo, acho que vem do espirito de crusada (teutónica, a luta contra o eslavo). Os nobres castelhanos (e portucalenses) do tempo da reconquista também tinham semelhante orgulho, pseudoespirito de sacrificio e devoção pelo militarismo. Ninguém acusaria "los Grandes d'España" de serem corruptos. O Estado é deles, já está tudo nas suas mãos dinásticas: quem rouba são os pequenos e mesquinhos que temem pelo futuro, que não sabem por que sorte chegaram ao Poder. Os Prussos são protestantes apenas porque os Polacos em perpétuo antagonismo com os Russos, continuaram católicos após a reforma, e porque aí os mercadores eram todos judeus (mais de 3 milhões em 1930). O protestantismo aí é um diferenciador que permite manter o espirito de crusada da elite "virtuosa" contra católicos e judeus. Não é um protestantismo genuino como o de Hamburgo e Amsterdão: os junkers detestam a democracia, as leis de mercado, a liberdade individualista e os judeus, como provaram no seu regime em 1870-1918, e novamente em 1932-1945. O território dominado directamente pelos Junkers era pobre e atrasado tal como os países católicos. Só a renânia e o ruhr que os ingleses lhes deram para limitar o poder da França em 1815 é que permitiu à Prússia ser um Estado forte. Sem o comércio e indústria da renânia os aristocratas conservadores prussos e o seu reino ficariam na história como outro estado atrasado, como a Russia, Espanha e Portugal. Se no fim do século XIX pusesses sob controlo dos aristocratas portugueses manchester e liverpool, Portugal seria uma Grande Potência, mas ainda assim Portugal propriamente dito seria atrasado, como aliás era quase toda a Prussia. Do mesmo modo a renania e o ruhr davam aos prussos o poder que eles sozinhos nunca teriam. Todo o drama da Alemanha entre 1870-1989 vem de ser um Estado cuja base (operários e classes médias) é das mais avançadas, competindo com Ingleses, Holandeses e Americanos, e as classes altas das mais atrasadas da Europa, comparavel às da Rússia Czarista, Espanha ou Áustrio-Hungria. Desse modo as ideias mais reaccionárias abusaram e preverteram as forças mais progressistas. O Protestantismo dos Prussos é um protestantismo falso: anti-democrático, anti-capitalista e anti-individualista. Deprivados da inquisição e outras eficazes máquinas de repressão desenvolveram outras técnicas de controlo social e repressão das classes médias judaicas e eslavas: o racismo, que nas terras prussas foi politica de estado.

Acho que tens razão em muitas coisas que dizes do catolicismo. Ainda ontem o Rocco Buttiglione dizia numa entrevista à Die Zeit que todos somos pecadores, e não faz mal ir-se contra o que consideramos Bem desde que se admita que pecamos ao mesmo tempo (e depois se faça a confissão, presumo). E que o Papa JP2 era contra a guerra no Iraque porque é como uma mãe e tem sempre de dizer que a guerra é má mesmo quando concorda. Típicas tiradas hipocritas católicas. Ainda bem que não sou baptizado, assim se achar que o catolicismo à Buttiglione é a "verdadeira religião" posso fazer como o Constantino e aceitar o baptismo no leito da morte! Absolução total: é como se fosse um aborto!

Herr Permaneder é um inútil, mas não será porque a sociedade hierarquizada, rigida e hereditária desse tempo lhe corta os prospectos de evolução pessoal e social? A Baviera sempre foi católica, mas "por acaso" quando em 1945 se livrou da tirania da sua alta nobreza (que se havia aliado aos nazis) tornou-se no mais rico Laender da Alemanha depois da cidade-estado Hamburgo. Aqui se vê bem qual é a chave da questão. Na minha opinião como sabes o protestantismo (liberal, individualista, democrático, capitalista, iluminista) é uma religião dos mercadores, criada por estes e que não os criou mas lhes deu um novo e grande impulso (a Holanda, Inglaterra, Hamburgo, Bremen, Lubeck, Genebra e Zurique já eram dominadas pelos mercadores antes da reforma); e o Catolicismo (conservador, elitista, autoritário, territorial, obscurantista) a religião dos aristocratas. É uma regra que se aplica em toda a Europa, excepto os Prussos, que eram nominalmente protestantes (ao mesmo tempo conservadores e autoritários) porque os polacos eram católicos porque os russos eram ortodoxos. Sem a nobreza opressora, o catolicismo é apenas um conjunto de rituais sem grande significado social, a meu ver. Daí o desenvolvimento das regiões católicas da Europa da Flandres a Lucerna e à Austria com a supremacia dos EUA e da URSS após 1945, a destruição das supremacias dos nobres e a imposição das democracias e capitalismo liberal-social pelos americanos como resposta à ameaça soviética. Em Portugal esse ancien regime só foi destruido em 1974 e ainda não passou suficiente tempo para se verem todos os resultados. Ainda se sente um clima de hierarquização rígida hereditária na sociedade portuguesa. No dia inevitável que "esses senhores" perderem os restos de influência que ainda têm, Portugal é um país rico... Salvadorjo 23:30, 20 Agosto 2005 (UTC)

Nomes de usuários

Não (a todas as perguntas). Vê a coisa por este lado: só se sabe qual o nome escolhido por um usuário a partir da sua primeira edição, certo? A primeira edição deste inútil (que, coitado, usa um nome alternativo como se não se soubesse quem é) mostrou claramente as suas intenções, o que já seria demasiado tarde, mesmo se a votação for para a frente. Estás a ver um utilizador com um nome destes a ter colaborações válidas? :)) -- Nuno Tavares 15:13, 21 Agosto 2005 (UTC)

Eu apaguei o usuário? Como assim? Ele está aí... só está é bloqueado (mas aposto que está a ler estas mensagens :)))! Fosteu tu que o bloqueaste...
Eu não estou contra as medidas propostas, só acho que são demasiado restritivas e sujeitas a mal-interpretações, quando nem sequer resolvem problema nenhum. Repara que só tens conhecimento do nome escolhido após a primeira edição. E depois de essa primeira edição já é, como neste caso, tarde demais. Outra coisa, eu não reagi ao nome de usuário... mas sim ao vandalismo dele. Não entendi a parte em que dizes que eu apaguei o usuário :S -- Nuno Tavares 15:32, 21 Agosto 2005 (UTC)

Joaotg, não é pelo bloqueio que os usuários vão deixar de fazer porcaria... este imbecil que tu acabaste de bloquear, já teve outros nomes (ora vê pelas contribuições):

entre outros tantos... de que andiantou algum tipo de sanção? E mais te digo: este sujeito anda aí, interage contigo, comigo e com outros, comportando-se como uma outra pessoa (um infeliz, basicamente) que se mostra completamente alheio a estas coisas... o que ele quer mesmo é ser bloqueado, porque sabe que o farão! :)

A respeito da ambiguidade nas interpretações, posso-te dizer que aqui em Portugal, é perfeitamente aceitável criar um nick "Puto de Lisboa" (conheces aquela música, "São os putos de Lisboa... que nos fazem delirar.. qualquer coisa assim), enquanto no Brasil é uma ofensa grave, pelos vistos. É um mero exemplo.

Bom, mas voltando ao assunto dos nomes abusivos. O imbecil que se registe com um nome abusivo terá que se revelar, para que o abusivo surta efeito, certo? Ora pois quando ele se revelar será, com certeza, para fazer asneira, e será bloqueado imediatamente. Da experiência que tenho esse usuário nunca mais irá aparecer, pois se foi criado com o único intuito de fazer asneira e essa já foi feita... a confirmar, olha esse exemplo... já lá vão mais de 5 ou 6 nomes de usuários que este palhaço registou...

Por outro lado, o texto da votação apenas fala de QUAIS os TIPOS de usuários que não deviam ser tolerados, mas não propõe sequer um comportamento a adoptar perante estes.. -- Nuno Tavares 16:24, 21 Agosto 2005 (UTC)

Canadá e as Guerras Mundiais

Olá João. Respondendo às tuas perguntas: A relação entre os anglo-canadianos e os franco-canadianos foi problemática em ambas as guerras mundiais. Os anglo-canadianos apoiaram a entrada do país (o Canadá) em ambas as guerras, por serem leais às suas raízes britânicas, e queriam ajudar ativamente o Reino Unido com forças militares - lembrando que o Reino Unido participou ativamente em ambas as guerras. Já os franco-canadianos, em geral, não tinham interesse nenhum na guerra, não queriam o envio de soldados canadianos à Europa, e achavam que ambas as guerras eram problemas exclusivamente dos europeus. Bem, interesse econômico os franco-canadianos tinham (fabricação de armas e suprimentos), mas eram totalmente contrários ao envio de forças militares canadianas à Europa.

Quanto à Hitler, eu nunca ouvi falar de quaisquer simpatias por parte dos canadianos franceses - como disse, a maioria não estava interessado na guerra, sendo os anglo-canadianos os interessados militarmente na guerra, gerando assim atritos entre a população franco-canadiana e anglo-canadiana, uma vez que os anglo-canadianos queriam que os franco-canadianos participassem ativamente na guerra também.

Por fim, os franco-canadianos se opuseram na primeira guerra ao enlistamento militar forçado, medida tomada em 1917, e aprovada por todas as províncias canadianas com exceção do Quebeque, através de revoltas e manifestações em Montreal e na Cidade de Quebeque. É isto? Abraço, Leslie Msg 23:56, 21 Agosto 2005 (UTC)

  • Sim, em ambas as guerras mundiais e mesmo nas batalhas envolvendo a defesa da França. Aliás, a crise fora muito pior na WWI do que na WWII.
  • Queria dizer, a lei que obrigaria o enlistamento forçado dos jovens canadianos às forças armadas canadianas foi aprovada por todas as províncias do Canadá, exceto na província franco-canadiana de Quebeque.
  • Hmm... Eu moro em Toronto, que é uma cidade anglo-canadiana, e muita gente (a maioria) fica falando mal dos Estados Unidos (imperialismo, estas coisas), e são contra qualquer ajuda militar aos EUA no Iraque. Em Montreal também é assim. Acho que é assim também na maioria do mundo, só mesmo nos EUA (e a certo modo no Reino Unido) que não :) Leslie Msg 07:49, 22 Agosto 2005 (UTC)

Bloqueio

Olá João! Antes de bloquear um usuário acho que este devia ser avisado que pode vir a ser bloqueado caso continue. Eu sei que não adianta muito, mas acho que a pessoa deve saber com o que pode contar. Não me leves a mal, eu também não gosto de vandalismo! Abraços Lusitana 12:51, 22 Agosto 2005 (UTC)

Nazismo

Quando me refiro a aristocracias refiro-me a classes que acham que têm o direito natural hereditário para mandar nos outros. Se há grupos de pessoas na inglaterra, holanda e suécia que gostam de se reunir e casar os filhos uns com os outros e seguir umas espécies de rituais, mas depois na vida pública tratam os outros de acordo com as suas capacidades e inteligência e não por discriminações a priori de classe, de quem se é filho (fidalgo ou "de que família é" como se diz em pt), raça, etnia ou outras distinções acidentais nada tenho contra esses individuos. Os Judeus e os Maçons também acham que são o povo eleito e creio que não há nenhum grupo social activo que não ache que é melhor que os outros. Ninguém consegue nada a pensar que é pior que os outros. Mas têm de haver flexibilidade social e critérios impessoais de distribuição dos recursos. Se é o mercado, a meritocracia e o voto, eu vejo aí diversos problemas e injustiças mas como dizia o Churchill a verdade é que não há nenhum sistema melhor. É o sistema Natural para a nossa época. E ninguém sabe o que vem a seguir, se é que não é este o fim da história.

Eu obviamente insisti mais nas disputas de classes porque acho que a origem do problema está aí. Se Portugal não se desenvolve é porque as pessoas mais competentes e inteligentes não chegam às posições de decisão e influência como chegam no Norte da Europa e EUA. Se andaste na universidade em pt deves saber demasiado bem a que me refiro. E isto é por rigidez social: Em pt o filho de algo (cujo emprego implica favores reciprocos do papá no futuro) ou o trabalhador que não é ambicioso, não ameaça a posição de ninguem nem critica mas é incompetente são mts vezes preferidos ao trabalhador ambicioso, competente mas que ameaça o emprego do chefe e critica a lassidez dos colegas. Os padres sozinhos não têm interesse ideológico em impedir a renovação do tecido social, mas os nobres querem guardar os postos de influência para os filhos, quer sejam brilhantes quer sejam mediocres. O Catolicismo não surgiu de repente foi moldado por séculos de estruturas sociais estratificadas e feudalismo, até surgir a forma altamente eficaz no controlo social a favor das classes territoriais no tempo da contra-reforma. É claro que hoje o "baixo catolicismo" mesmo quando as relações sociais são liberais, ainda continua por inércia a ter um papel negativo no rebaixamento das massas e deve ser combatido e rejeitado. Mas sem desligar a Igreja da segurança e estabilidade que esta tem contratada com a aristocracia em troca de controlo social, nunca será possivel fazer seja o que for: protestantismo, catolicismo reformado ou secularismo. Repara que apesar de ser verdade que muitos nobres apoiaram o protestantismo foi sempre em zonas de vigor mercantil. Um nobre iluminado pode compreender que o dever de uma posição social é melhorar as condições dos súbditos e não o dinasticismo, e muitos nobres menos exaltados estavam entre a espada e a parede porque tinham más relações com os Habsburgos: vê que a Saxónia estava rodeada dos territórios imperiais desta Casa na Boémia e Silésia e que a sua independencia seria destruida por um poder imperial do Carlos V forte... Entre um Imperador hostil e uma população virada para o protestantismo muitos nobres acolheram a nova religião porque a escolha era entre perder poderes e posição social e perder a cabeça. O protestantismo e os mercadores venceram porque os nobres eram fracos, o mesmo se passou no norte de itália onde apesar de não haver protestantes a igreja católica sempre foi mais ligada aos interesses mercantis (e.g. um Papa Médici!). Se alguns aristocratas se aliaram aos mercadores por boas morais, parabéns para eles, mas a maioria fê-lo por necessidade. Tal como os tories ingleses depois da revolução dos mercadores com o Cromwell, a opção era entre perder a cabeça ou manter a propriedade mas abandonar o feudalismo e os privilégios. Na Holanda há hoje monarquia mas foi imposta pelos ingleses após a derrota do Napoleão devido ao medo de novas insurreições (os holandeses são ainda hoje fortemente republicanos como dizem as sondagens, mas gostam pessoalmente da rainha e a verdade é que holanda, espanha, escandinavos e UK são repúblicas com monarcas à cabeça para todos os efeitos: no UK mm a velha monarquia é tal como a aristocracia britânica apenas uma tradição florida, um teatro, por parte de determinados individuos e não tanto uma realidade). Não são só forças sociais como diziam os liberais antigos, nem métodos de produção como dizia Marx nem só ideologias como Hegel e Weber, mas não sendo original julgo que é verdade que são todos estes factores ligados.

A origem do comunismo aliás pode-se compreender como uma manifestação social e ideológica da revolta das massas contra esses opressores, aristocracia e Igreja. É expantoso como apesar de o Marx defender a revolução contra o capitalismo, todas as revoluções comunistas se terem dado em Estados onde ainda existia o antigo regime da aristocracia conservadora+igreja (católica ou ortodoxa, a diferença é escassa): não há um único país burguês, protestante ou secular, em que os comunistas tenham tido expressão suficiente para tomar ou ameaçar tomar o Poder, apesar de serem estes os países com os maiores proletariados e capitalistas! O comunismo é no fundo o extremismo violento, iliberal e desesperado dos oprimidos nos países em que não há escape social e a ordem é rígida: a religião comunista exalta o trabalhador e a vida de hoje tanto quanto o catolicismo o diminui e humilha. Em países burgueses tanto a classe alta como a baixa tendem a ser absorvidas pela classe média. Quando andas na Alemanha, UK, Holanda ou França as pessoas na rua são bastante semelhantes todas, mas por exemplo no Porto é extremamtente fácil distinguir as classes. Como os filhos de operários e agricultores no Norte da Europa têm oportunidades para estudar e trabalhar e fundar negócios, o comunismo é pouco atractivo para eles.

Eu acredito que a reforma da igreja conjugada com a modificação das relações sociais, que no Norte de Portugal infelizmente ainda são restritivas e escleróticas, e o secularismo pode-se conseguir uma dinâmica para o País.

Não sei se conheces o historiador inglês AJP Taylor. É brilhante se bem que exagere em alguns pontos. Quanto ao nazismo, se conheces a história da alemanha sabes bem que a ideologia da pseudoprotestante Prússia encarnava todos os seus fundamentos desde o tempo dos cavaleiros teutónicos que conquistavam a alemanha aos Polacos (que antes vinham até ao Elba): racismo anti-eslavo, antisemitismo (os Judeus askhenazi são quase todos polacos), antiusúria, união dos alemães como elite superior sobre os eslavos do leste. Nunca a Baviera ou a Renania tiveram seja o que for a ver com isso. Ainda hoje os mais racistas e antidemocráticos alemães são os do leste. O seu protestantismo nada mais é que uma distinção, um código contra os eslavos, todos católicos ou ortodoxos, mesmo quando estes falavam alemão perfeito. Por isso é que o paganismo do Hitler teve as maiores aderências na prússia. Desde que não fosse a dos polacos não importava qual a religião. É claro que o fascismo natural, como dizes, das aristocracias católicas do sul também teve muita influência. Mas se a baviera mandasse, não enviava milhões dos seus filhos para obter mais terras para os Junkers aos eslavos a leste, nem matava os Judeus- podia repor as distinções sociais e não protege-los dos massacres pelas massas mas não os exterminava de forma sistemática (o que requer recursos em tempo de guerra). A questão dos Judeus (=ameaça das classes médias) e escravatura dos eslavos (=nacionalismo liberal) são objectivos históricos dos Prussos. Por isso é que a Polónia liberal, democrática e burguesa ( e católica!) foi o grande aliado dos Franceses nas guerras depois da revolução de 1789. A ideologia da raça mestre é uma invenção dos prussos. Já na primeira guerra os junkers queriam mais terras a leste e limitações aos Judeus e mercadores do ocidente: porque achas que a Alemanha dominada pelos Prussos nunca foi democrática nem pró-mercado? A prússia oriental sempre foi uma terra atrasada e rural. Se a alemanha tivesse sido fundada e governada pelos liberais de 1848 em Frankfurt, ou se o Napoleão fizesse o que era preciso e impulsionasse a revolução e a Republica Alemã em 1800s em vez de se preocupar com a sua pp dinastia em França, a Alemanha era lider do liberalismo e dos direitos humanos para o mundo. A aristocracia prussa destruiu essa potencial alemanha tal como a nossa destruiu o grande Portugal cosmopolita de 1385-1540. Nem precisou da igreja católica. Portugal, Espanha, sul da Itália e Alemanha são as vítimas dessa mentalidade. A diferença é que na Alemanha a aristocracia não pode impedir os mercadores do ocidente de se estabelecerem devido à reunificação tardia em 1870 e por isso enriqueceu porque a aristocracia mandava na politica externa a partir da Prússia oriental enquanto as fábricas estavam no ocidente. Os prussos foram inteligentes suficientemente para em vez de destruir a prosperidade burguesa do ocidente tentar usa-la primeiro para obter mais poder e terras a leste. Daí a avidez do Guilherme II para começar a guerra. No nazismo a elite da aristocracia prussa sobre o povo alemão seria convertida em elite da raça-mestre alemã (ainda e sempre liderada pelos junkers) sobre os eslavos do leste. Incapazes de vencer as classes médias, tentavam converte-las numa nova baixa aristocracia mundial sempre dominada pela alta aristocracia dos Junkers.

Quem libertou o Hitler repetidamente a não ser os aristocratas que serviam como juizes? Quem o apontou chanceler mesmo depois de minoria nas urnas? Quem ganhava numeros e influência com a anexação da conservadora e aristocratica Austria? Quem apoiou e incentivou a sua invasão da USSR? Quem lucrava com a anexação dos terrenos agricolas e escravos eslavos da Polónia e da Ucrânia ao Reich? Não eram os mercadores alemães porque eles só perderam com o bloqueio económico inglês e americano e exigências da economia da guerra. Não era o povo alemão porque foram eles os feridos e os mortos e os esfomeados e se o objectivo era escravizar os eslavos então não seria destribuir as terras pelos pequenos proprietários alemães, mas sim pelos grandes junkers prussos. As evidencias estão todas lá: o nazismo é prusso. Os prussos são os conservadores aristocratas mais inteligentes reconheço-o: mas são também os mais inumanos. O racismo diz basicamente que os filhos têm as qualidades dos pais, e que os filhos dos atrasados serão sempre atrasados e portanto são inferiores: exactamente a mesma teoria que durante séculos os aristocratas territoriais usaram para manter a sua supremacia hereditária sobre o povo e as classes médias. Nazismo é simplesmente uma nova formulação desta velha ideia, e se o povo alemão a aceitou depois foi porque a derrota rápida da França e o sucesso aparentemente fácil vencem sempre os ignorantes. Não é por acaso que nazismo e racismo são classificados por todos os especialistas como teorias de "extrema-direita": direita é o termo usado na assembleia francesa durante a monarquia constitucional para designar aqueles que se sentavam à direita do hemiciclo e que eram pela reversão dos ganhos da Revolução: os aristocratas, fidalgos e conservadores.

Depois (a RFA) esteve sob governo americano durante décadas enquanto no leste os soviéticos destruiram brutalmente o estado Prusso. Os americanos deixaram aos russos essa porção "delicada" da Alemanha quase sem oposição e estes tiveram o cuidado de o dividir em kaliningrado, polónia ocidental e RDA, e prosseguiram com uma colectivização agricola muito mais radical que a praticada na Polónia, R.Checa e Hungria. Além disso expulsaram os alemães que viviam nos territórios de parte das conquistas dos cavaleiros teutónicos. Tudo feito com passividade americana, ao contrário da sua defesa enérgica da burguesa e mercantil Berlim (Kennedy disse ich bin ein berliner eu sou uma bola de berlim :-) e não eu sou um alemão do leste). Quando as teorias explicam as coisas devem ter algum fundo de verdade... Salvadorjo 20:58, 23 Agosto 2005 (UTC)