Estereologia

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Estereologia é um método em amplo desenvolvimento que utiliza amostras sistematicas, uniformes e aleatória para fornecer um dado quantitativo sem viés ou "bias". A estereologia permite a análise de imagens (além de lâminas contendo tecidos oriundos de órgãos como pulmão, rim, encéfalo, pâncreas, intestino, imagens obtidas por exames radiográficos, tomografias computadorizadas, linfocintigrafias, ultrassom, ressonância magnética, entre outras.) e de corpos sólidos não apenas em duas dimensões (2D) - a partir do comprimento e largura -, mas também levando em conta a profundidade (3D) e até o fator tempo (4D).

As contagens estereológicas podem ser ópticas (onde com um auxilio de um software pode-se penetrar em toda a profundidade da secção, no seu eixo Z)[1] [2] ou físicas (usando planos físicos consecutivos e espaçados por uma distância previamente calculada e conhecida[3] [4]. Utilizando o fractionator, o disector e formulas da geometria probabilística e da matemática, esta ciência possibilita estimar o número total de objetos (N) (e não só o número de perfis) e o verdadeiro tamanho deles (volume, Vn, µm³),densidades de volume (Vv, %), de comprimento (Lv, mm/mm³), de superfície (Sv, mm²/mm³) além de inúmeros outros parâmetros [5], com precisão e acurácia, sem subestimar ou sobreestimar o resultado o que poderia ocorrer em contagens utilizando métodos convencionais. Outra vantagem em relação à morfometria 2D é que a estereologia permite estimar o coeficiente de erro em relação ao método usado para uma dada quantificação que geralmente é muito baixo, em torno de 1% a 3%. Nesse sentido essa tecnica vem sendo cada vez mais exigida para publicações de dados científicos.

O Laboratório de Estereologia Estocástica e Anatomia Química (LSSCA), da USP, é referência no Brasil e no exterior no uso e desenvolvimento da estereologia aplicada na quantificação de partículas de interesse médico e biológico. [6] [7]




Referências

  1. Ladd AA, Ladd FV, da Silva AA, Oliveira MF, de Souza RR, Coppi AA. SCG postnatal remodelling – hypertrophy and neuron number stability – in Spix’s Yellow-toothed Cavies (Galea spixii). International Journal of Developmental Neuroscience, 2012- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22212604
  2. LADD FV, LADD AA, RIBEIRO AA, COSTA SB, COUTINHO BP, FEITOSA GA, DE ANDRADE GM, DE CASTRO-COSTA CM, MAGALHÃES CE, CASTRO IC, OLIVEIRA BB, GUERRANT RL, LIMA AA, ORIÁ RB. Zinc and glutamine improve brain development in suckling mice subjected to early postnatal malnutrition. Nutrition, n. 26, v. 6, p. 662-70, 2010- http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20371167
  3. Ribeiro, A.A. Size and number of binucleate and mononucleate superior cervical ganglion neurons in young capybaras. Anat Embryol (Berl), v. 211, p. 607-617, 2006
  4. Ribeiro A.A.C.M; Davis C; Gabella G. Estimate of size and total number of neurons in superior cervical ganglion of rat, capybara and horse. Anatomy and embryology, v. 208, n. 5, p. 367-80, 2004.
  5. Mandarim-de-Lacerda CA. Stereological tools in biomedical research. Anais da Academia Brasileira de Ciências vol. 75(4), pp. 469-486, 2003 -http://www.scielo.br/aabc
  6. http://www.usp.br/agen/?p=17229
  7. http://www2.fmvz.usp.br/lssca/