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Estêvão Zaccaria

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Estêvão Zaccaria
Nascimento século XIV
Morte 1424
Progenitores
Irmão(ã)(s) Centurião II Zaccaria
Ocupação padre católico de rito romano
Religião Igreja Católica

Estêvão Zaccaria foi o irmão mais jovem do último príncipe da Acaia, Centurião II Zaccaria, e arcebispo latino de Patras de 1404 até sua morte em 1424.

Vida[editar | editar código-fonte]

Estêvão foi o mais jovem dos quatro filhos de Andrônico Asen Zaccaria, grão-condestável da Acaia e barão de Chalandritza e Arcádia. Em 1404, foi eleito como arcebispo latino de Patras.[1][2] Em abril de 1404, o irmão mais velho de Estêvão, Centurião II Zaccaria, conseguiu substituir sua tia, Maria II Zaccaria, como governante do Principado da Acaia.[3] Apesar de seu parentesco, Centurião e Estêvão não foram sempre aliados: em 1406–07, Estêvão aliou-se com Carlos I Tocco e o déspota da Moreia dos bizantinos, Tomás Paleólogo, nas tentativas mal sucedidas do último para derrubar Centurião e capturar seus domínios.[4][5]

Em 1408, Estêvão, ameaçado pelos contínuos raides otomanos no Peloponeso e enfrentando dificuldades financeiras, decidiu arrendar a administração de Patras para a República de Veneza por cinco anos, em troca da taxa anual de 1 000 ducados. Este movimento adequou-se aos interesses estratégicos da República, pois junto com Lepanto, Patras deu-a controle da entrada do golfo de Corinto.[6] Em 1418, ameaçado pelo avanço dos bizantinos na Messênia, Estêvão novamente virou-se para Veneza por proteção, chamando Veneza para enviar tropas do Negroponte para guarnecer Patras. A república aceitou, mas as tropas venezianas retiraram-se em 1419 devido a oposição do papa, que estava receoso de Patras, uma possessão da Igreja, cair permanentemente sob controle veneziano.[7]

Confrontados com ofensivas renovadas dos bizantinos, no começo de 1422, Centurião e Estêvão contactaram os Cavaleiros Hospitalários, oferecendo a rendição de seus domínios a eles, mas os últimos recusaram se envolver, citando seus compromissos contra os otomanos no sul do Egeu.[8] Veneza então tentou intervir e comprar o Peloponeso inteiro dos vários governante locais, ou ao menos organizar uma liga efetiva contra a ameaça otomana, mas as negociações em 1422–23 foram falhas.[9] Em 8 de janeiro de 1424, em seu leito de morte, Estêvão colocou Patras sob proteção de Veneza, mas o papa, que continuou a opôr-se à crescente influência veneziana na área, nomeou Pandolfo Malatesta como sucessor de Estêvão em vez do clérigo veneziano.[10][11] Cinco anos depois, Patras caiu para o déspota da Moreia, Constantino Paleólogo.[12]

Referências

  1. Bon 1969, p. 708.
  2. Topping 1975, p. 160.
  3. Topping 1975, p. 160–161.
  4. Bon 1969, p. 280–283.
  5. Topping 1975, p. 161.
  6. Topping 1975, p. 161–162.
  7. Topping 1975, p. 162–163.
  8. Topping 1975, p. 163.
  9. Topping 1975, p. 163–164.
  10. Bon 1969, p. 290.
  11. Topping 1975, p. 164.
  12. Bon 1969, p. 292.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bon, Antoine (1969). La Morée franque. Recherches historiques, topographiques et archéologiques sur la principauté d’Achaïe. Paris: De Boccard 
  • Topping, Peter (1975). «The Morea, 1311–1364». In: Hazard, Harry W. A History of the Crusades, Volume III: The fourteenth and fifteenth centuries. Madison, Wisconsin: University of Wisconsin Press. pp. 104–140. ISBN 0-299-06670-3