Baronia de Chalandritza

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Baronia de Chalandritza

Baronia do Principado de Acaia

1209 — 1429 

Principais localidades do Peloponeso e Ática durante a Idade Média
Região Bálcãs
Capital Chalandritza
Países atuais Grécia

Língua oficial
Religião Cristianismo

Período histórico Idade Média
• 1209  Conquista latina do Peloponeso
• 1429  Reconquista bizantina

Chalandritza foi um feudo franco medieval do Principado da Acaia, localizado no norte da península do Peloponeso na Grécia, e centrado na cidade de Chalandritza (em grego: Χαλανδρίτσα; romaniz.:Chalandrítsa; em francês: Calandrice, Calendrice; em italiano: Calandrizza; em aragonês: C[h]alandrica) ao sul de Patras.[1]

História[editar | editar código-fonte]

A Baronia de Chalandritza foi estabelecida ca. 1209 após a conquista do Peloponeso pelos cruzados, e foi uma das 12 baronias seculares originais dentro do Principado da Acaia. A baronia foi uma das menores, com quatro feudos de cavaleiros ligados a ela.[2] O primeiro barão foi G. (provavelmente Guido) de Dramelay (ou Trimolay, Tremolay) da vila homônima da Borgonha, que é atestado em 1209 no Tratado de Sapienza. Muitos historiadores mais antigos, seguindo Jean Alexandre Buchon e Karl Hopf, consideraram Aldeberto de la Trémouille como primeiro barão.[3] Seu sucessor, Roberto, é atestado ca. 1230. Foi ele que construiu o castelo de Chalandritza, segundo as versões grega e italiana da Crônica da Moreia.[4]

A versão aragonesa da crônica, por outro lado, relata uma história completamente diferente, segundo a qual o castelo de Chalandritza foi construído pelo barão de Patras Conrado de Aleman, e que ele e outros territórios, compreendendo oito feudos de cavaleiros, foram adquiridos em torno de 1259 pelo príncipe Guilherme II de Vilearduin e concedidos ao cavaleiro chamado Guido de Dramelay, que havia recentemente chegado na Moreia. Embora de outro modo confiável, a versão aragonesa é considerada errônea nesta afirmação.[5]

O sucessor de Roberto, Guido (II) de Dramelay (o Guido da versão aragonesa), é conhecido por ter aumentado a baronia ao adquirir parte de Lisareia e do feudo vizinho de Mitópolis (em 1280) e por ter servido como bailio do principado por Carlos I de Nápoles em 1282–85; ele morreu logo depois.[6] Ele foi sucedido por sua filha de nome desconhecido e seu marido, Jorge I Ghisi, que foi morto na Batalha de Céfisso em 1311.[7] O último barão da família foi Nicolau de Dramelay, cuja relação familiar exata com os demais Dramelay é desconhecida. Como muitos magnatas aqueus, ele inicialmente apoiou a candidatura do infante Ferdinando de Maiorca para o trono principesco em 1315, mas comutou a Matilda de Hainaut quando ela chegou na Moreia no começo de 1316. Ele morreu algumas semanas depois, e Chalandritza foi ocupada pelas tropas de Ferdinando, que defendeu-a com sucesso contra um ataque do marido de Matilda, Luís da Borgonha.[8][9]

Segundo os Assizes da România, o feudo de Nicolau em Mitópolis foi dividido entre Aimão de Rans e uma de outro modo desconhecida Margarida de Cefalônia. Segundo a versão aragonesa da Crônica da Moreia, contudo, após sua vitória sobre Ferdinando na Batalha de Manolada, Luís deu a baronia vacante inteira para dois de seus apoiantes borgonheses, o supracitado Aimão e seu irmão, Otão. Otão morreu logo depois, e Aimão vendeu o domínio para o senhor de Quios Martinho Zaccaria e então retornou para sua terra natal.[10][11]

Depois disso a baronia permaneceu nas mãos dos Zaccaria, embora numa carta de 1324, metade dela aparece como parte dos domínios de Pedro de Carceri. Por 1361, contudo, o filho de Martinho, Centurião I Zaccaria, é atestado como proprietário da baronia inteira.[12] Ele e seus descendentes retiveram-a até 1426, quando Centurião II Zaccaria foi forçado a cedê-la para Tomás Paleólogo, o déspota da Moreia dos bizantinos, após um breve cerco. Centurião foi também forçado a casar sua filha Catarina com Tomás, e retirou-se para sua última possessão remanescente, a Baronia da Arcádia, onde morreu em 1432.[13][14]

Referências

  1. Bon 1969, p. 458.
  2. Miller 1921, p. 71–72.
  3. Topping 1975, p. 119.
  4. Bon 1969, p. 107, 459.
  5. Bon 1969, p. 107–108.
  6. Bon 1969, p. 106 nota 2, 459.
  7. Bon 1969, p. 183, 234–235, 459.
  8. Bon 1969, p. 192–193, 235, 459.
  9. Topping 1975, p. 112–113, 119.
  10. Bon 1969, p. 235, 459.
  11. Topping 1975, p. 119–120.
  12. Bon 1969, p. 205, 235–236, 460.
  13. Bon 1969, p. 292–293, 460.
  14. Topping 1975, p. 165.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bon, Antoine (1969). La Morée franque. Recherches historiques, topographiques et archéologiques sur la principauté d’Achaïe. Paris: De Boccard 
  • Miller, William (1921). Essays on the Latin Orient. Cambridge: Cambridge University Press 
  • Topping, Peter (1975). «The Morea, 1311–1364». In: Hazard, Harry W. A History of the Crusades, Volume III: The fourteenth and fifteenth centuries. Madison, Wisconsin: University of Wisconsin Press. pp. 104–140. ISBN 0-299-06670-3