Família Nunes Leite
Origem: | Portugal |
Imigração: | Império do Brasil Brasil - 1860 |
Patriarca: | Jose Nunes Leite |
Notáveis: | Jacintho Nunes Leite Domingos Nunes Leite Jacintho Leite Filho Antonio Nunes Leite |
A Família Nunes Leite é uma tradicional família de Alagoas de origem Portuguesa radicada na cidade de Maceió em meados do século XIX. Atuaram na indústria e comércio, tinham empreendimentos no ramo têxtil, metalurgia, latifundiário, comercial e público.
História
[editar | editar código-fonte]Em Portugal o comerciante Jacintho José Nunes Leite produzia oliva, figo e azeite de oliva que eram exportados para outras regiões como o Brasil. Ele era filho de Jose Nunes Leite e Josefa Maria da Silva, ele se casou com Maria Joaquina de Jesus, filha de Joze Gomes da Costa e de Maria Joaquina de Jesus.
Em 1840 nasceu o seu filho, comendador Jacintho José Nunes Leite, que quando jovem estudou em Porto.
O comendador foi o primeiro de seus 12 filhos a se estabelecer no Brasil. No início da década de 1860 ele embarcou no paquete Guadiana com a sua esposa Maria Thereza de Jesus e desembarcou em Recife, seguindo para a capital Maceió onde residiu.
Inicialmente atuou como comerciante rapidamente se destacando, vindo a participar da fundação da Associação Comercial de Maceió em 1866. Ele já havia participado da fundação da Companhia União Mercantil em 1857, que tinha como principal fundador o Barão de Jaraguá. Em 1867 ele fundou a primeira loja de ferragens de Maceió e já possuía uma refinaria de açúcar.[1]
Os próximos membros da família que chegaram no Brasil foram Francisco Nunes Leite e João Nunes Leite, irmãos do comendador.
Francisco e João também atuaram no comércio.
Entre 1870 e 1873 o comendador Jacintho Nunes Leite construiu a igreja matriz de Santo Antônio de Pádua e um coreto na praça em frente ao Solar Nunes Leite. Ele também construiu um novo cemitério.[2][3]
Em 1882 o Liceu Provincial de Alagoas realizou os exames preparatórios de julho com a ajuda financeira de, Jacintho José Nunes Leite, Dr. Joaquim Pontes de Miranda e de Candido Venancio, no valor de 700.000 réis, Candido Venancio era o único que tinha filhos no Liceu Provincial.[4]
Em 1883 o comendador inaugurou a primeira fundição de Alagoas, chamada Fundição Alagoana e no mesmo ano criou a empresa Água Potável Maceioense juntamente com, Manoel José de Pinho, que em 23 de outubro 1885 implantou água encanada nos bairros de Bebedouro e Mutange, um tempo depois implantou em Maceió.[5][6]
O comendador Jacintho José Nunes Leite foi fundador, acionista e diretor da primeira companhia de tranportes de bondes de Maceió, a Companhia Alagoana de Trilhos Urbanos - CATU, no começo os bondes eram movidos por tração animal.[7][8]
Entre 1880 e 1899 o comendador construiu o Solar Nunes Leite.[9]
No fim do século XIX o outro irmão Domingos Nunes Leite atuou no comércio, foi suplente do distrito da levada, em 1883 foi vice-presidente da Sociedade e Perseverança e Auxílio e foi diretor do tráfego da primeira companhia de bondes de Maceió, que pertencia ao seu irmão comendador Jacintho José Nunes Leite.[8][6][10]
Domingos Nunes Leite teve o seu projeto de doação do pavilhão Domingos Nunes Leite para a Santa Casa de Misericórdia de Maceió financiado pelo seu irmão, comendador Jacintho Nunes Leite.
Em 1895, Domingos Nunes Leite realizou uma reforma e expansão da Matriz de Nossa Senhora das Graças.[4]
Em 1889 o comendador já tinha recebido o título de comendador por Dom Pedro II.[11]
O comendador construiu um novo cemitério para a cidade, os portões do cemitério foram feitos em sua fundição e realizou a construção da Paróquia de Santo Antônio de Pádua entre 1870 e 1873, substituindo a capela anterior construída em 1816 pelo português Antônio Maria de Aguiar, o sino da paróquia foi feito na sua fundição e os azulejos foram importados diretamente de Portugal por ele.[10] Também era abolicionista, realizava a compra de escravos e logo em seguida os alforriava.[1]
Em 12 de novembro de 1909, Jacintho José Nunes Leite Filho era diretor técnico da Fábrica da União Mercantil, a primeira fábrica de tecidos de Alagoas e foi o responsável pela instalação dos maquinários importados. O seu pai, comendador, foi o segundo proprietário.[6]
O filho do comendador, chamado Antonio Nunes Leite foi o juiz de gol e juiz do jogo da primeira partida do primeiro clube de futebol de Alagoas, o Alagoano Foot-ball club, em 31 de março de 1909 as 16 horas.[12]
Em 1917, o filho do comendador Jacintho Nunes Leite, Luiz Nunes Leite, matou uma pessoa por acreditar que estava sendo perseguido.[13]
Em alguns jornais o comendador jacintho nunes leite era considerado como, chefe político em bebedouro.[14]
Em 31 de janeiro de 1920 o filho do comendador, chamado Jacintho José Nunes Leite Filho inaugurou a primeira fábrica de vidros de Alagoas, considerada uma das maiores e mais bem equipadas do Brasil.[15]
Em 1928 a esposa de Antonio Nunes Leite, Astrogilda Alves Ether, fez parte da Associação Protetora das Obras do Bom Pastor, foi responsável por arrecadar cerca de 55 mil contos de Réis para realizar a compra e instalação do Asilo do Bom Pastor.[16]
Em 1936 o bacharel Nunes Leite foi o advogado responsável pela defesa dos presos políticos por suspeita de Comunismo na intentona comunista de 1936, entre os presos estava o escritor Graciliano Ramos.[17]
Em 1959 o Dr. Antonio Nunes Leite realizou o calçamento do bairro de Bebedouro em Maceió.
O filho do bacharel Nunes Leite, Dr. Antonio Ricardo de Nunes Leite foi Procurador Federal e promotor em Brasília.
Em 2014 foi comemorado o centenário da morte do comendador.[11]
Família
[editar | editar código-fonte]Jacintho José Nunes Leite faleceu em 1878, Maria Joaquina de Jesus em 1892. Os quatro irmãos, João Nunes Leite, Francisco Nunes Leite, comendador jacintho josé nunes leite e Domingos Nunes Leite, faleceram respectivamente em 1906, 1911, 1914 e 1931, em Maceió, exceto Francisco que faleceu no Rio de Janeiro.[18]
A família se dividiu em diferentes ramos, principalmente entre Portugal e o Brasil. No Brasil estão concentrados no Nordeste, entre os estados de Alagoas e Pernambuco.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b Ticianeli (19 de março de 2020). «Estrada de Bebedouro, um dos primeiros caminhos para Maceió». História de Alagoas. Consultado em 19 de agosto de 2024
- ↑ «Igreja histórica de Bebedouro passa por intervenções para preservação de azulejaria». www.braskem.com.br. 18 de abril de 2024. Consultado em 22 de agosto de 2024
- ↑ bairrosdemaceio (26 de janeiro de 2009), Bairro de Bebedouro Parte 1, consultado em 22 de agosto de 2024
- ↑ a b Ticianeli (22 de maio de 2015). «Praça de Nossa Senhora das Graças na Levada». História de Alagoas. Consultado em 19 de agosto de 2024
- ↑ Ticianeli (28 de outubro de 2016). «Fundição Alagoana de Jacintho Leite». História de Alagoas. Consultado em 19 de agosto de 2024
- ↑ a b c Maciel, Osvaldo Batista Acioly. «A perseverança dos caixeiros : o mutualismo dos trabalhadores do comércio em Maceió (1879 1917)». repositorio.ufpe.br
- ↑ «Evolucionista : Jornal da Tarde (AL) - 1905 a 1906 - DocReader Web». memoria.bn.gov.br. Consultado em 19 de agosto de 2024
- ↑ a b «Gutenberg : Orgão da Associação Typographica Alagoana de Socorros Mutuos (AL) - 1881 a 1911 - DocReader Web». memoria.bn.gov.br. Consultado em 19 de agosto de 2024
- ↑ http://www.2i9.com.br, 2i9 NEGÓCIOS DIGITAIS-. «Acordo socioambiental assegura preservação de imóveis históricos em Maceió». Tribuna Hoje. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ a b «A União : Revista Mensal da Sociedade Perseverança e Auxilio dos Caixeiros de Maceió (AL) - 1883 a 1888 - DocReader Web». memoria.bn.gov.br. Consultado em 19 de agosto de 2024
- ↑ a b «Almanak da Provincia das Alagoas (AL) - 1873 a 1880 - DocReader Web». memoria.bn.gov.br. Consultado em 19 de agosto de 2024
- ↑ Ticianeli (7 de agosto de 2023). «Primeiros anos do futebol em Alagoas». História de Alagoas. Consultado em 19 de agosto de 2024
- ↑ «O Paiz (RJ) - 1910 a 1919 - DocReader Web». memoria.bn.gov.br. Consultado em 22 de agosto de 2024
- ↑ «A Razão (RJ) - 1916 a 1921 - DocReader Web». memoria.bn.gov.br. Consultado em 19 de agosto de 2024
- ↑ «Diario de Pernambuco (PE) - 1920 a 1929 - DocReader Web». memoria.bn.gov.br. Consultado em 19 de agosto de 2024
- ↑ Schumaher, Schuma (2004). Gogó de Emas: a participação das mulheres na história do Estado de Alagoas. [S.l.]: REDEH
- ↑ «Diário da Manhã - Ano 1936 - DocReader Web». 200.238.101.22. Consultado em 7 de setembro de 2024
- ↑ «Jacintho josé Nunes Leite». www.familysearch.org. Consultado em 23 de agosto de 2024