Fernando Spencer

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Fernando José Spencer Hartmann (Recife, 17 de janeiro de 1927 — 17 de março de 2014) foi um cineasta e jornalista brasileiro.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Foi cronista de cinema do Diário de Pernambuco por 40 anos e, entre outras atividades, presidiu a Associação Brasileira de Documentaristas, além de ocupar o cargo de diretor da Divisão de Teatro e Cinema da Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura do Recife, na década de 1970. Em 1980, assumiu a coordenação da cinemateca da Fundação Joaquim Nabuco onde trabalhou até o ano 2000, quando se aposentou.[2]

O interesse pelo cinema começou ainda criança, quando seu pai o levava para assistir O Gordo e o Magro e Carlitos. Na adolescência, passou a freqüentar o cinema Ellite, no bairro de Casa Forte, onde fez amizade com o zelador e conseguia ver os filmes de graça, mas, em troca, ele tinha que limpar o cinema após as sessões. Conhecido como o “cineasta das três bitolas” (16mm, 35mm e super 8), foi com os filmes em super 8 que ganhou destaque, presenteando Pernambuco com um acervo de imagens, muitas delas certamente únicas, sobre o cotidiano, o imaginário, a memória e a cultura do Estado. Foi Spencer, por exemplo, que revisitou o Ciclo do Recife em cinco filmes, entre eles Memorando Ciclo do Recife (1982).[3]

Spencer também se interessou pela cultura popular, filmando Toré, a Nossa Senhora das Montanhas (1976). Esta produção mostra a dança dos índios xucurus na vila de Cimbres, no município de Pesqueira, local do senado da Câmara, fundado em 1762. Também se dedicou à adaptação de obras literárias para o cinema. Reconhecido não somente como roteirista e diretor, mas, especialmente, como pesquisador do cinema pernambucano, Fernando Spencer foi agraciado com o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2007.[4]

Filmografia[editar | editar código-fonte]

  • Caboclinhos do Recife (Super-8, 10m), melhor filme do I Festival Brasileiro de Cinema Super 8, Curitiba, PR, 1974.
  • Valente é o galo (Super-8, 10 m),, melhor filme da III Jornada Brasileira de Curta Metragem da Bahia, 1974;
  • Bajado – um artista de Olinda (Super-8, col., 10 m), 1975;
  • O teu cabelo não nega (Super-8, col., 10 m), 1975;
  • Domingo de fé (Super-8, col., 10 m., 1976),
  • Quem matou Marilyn, melhor montagem do IV Festival de Cinema Nacional de Sergipe, 1976;
  • Toré a Nossa Senhora das Montanhas (Super-8, col., 10 m), melhor fotografia do IV Festival de Cinema Nacional de Sergipe, 1976;
  • Farinhada (Super-8, col., 10 m), 1977;
  • A eleição do Diabo e a posse de Lampião no Inferno (Super-8, col., 10 m), 1977;
  • Frei Damião: um santo no Nordeste? (Super-8, col., 10 m), 1977;
  • Adão foi feito de barro (16 mm., col., 13 m), 1978. Ampliado para 35 mmpor haver sido selecionado pelo Conselho Nacional de Cinema – CONCINE,
  • RH positivo, melhor direção do Festival de Cinema do departamento Cultural do Centro Médico Cearense;
  • As corocas se divertem, melhor filme de comunicação e 2º melhor filme do VI Festival Nacional de Cinema de Sergipe, 1978;
  • Noza - santeiro do Carirí (16 mm., col., 10 m.), selecionado pelo CONCINE, Prêmio: Argumento, FUNARTE, 1979;
  • Cinema Glória, 3º lugar no VII Festival Nacional de Sergipe, 1979 (em parceria com Feliz Filho);
  • Eróticos Corbinianos, melhor filme na V Jornada de Cinema do Maranhão, 1981;
  • Santa do Maracatu (16 mm., col., 10 m), melhor filme e melhor montagem do IX Festival de Cinema Nacional de Sergipe, 1981;
  • Memorando Ciclo do Recife, melhor filme do concurso da TV Tropical, Recife, 1982;
  • Estrelas de celulóide, prêmio especial do Júri (Candango de Ouro) no XX Festival Brasileiro de Cinema de Brasília, 1987;
  • O último bolero no Recife, prêmio da Fundação de Cultura do Recife no I Concurso de Roteiro de Cinemas e Vídeo, 1987;
  • Trajetória do frevo (35 mm., col., 9 m), prêmio da Fundação de Cultura do Recife no I Concurso de Roteiro de Cinema e Vídeo, 1987;
  • Evocações Nelson Ferreira, melhor filme na Jornada Latino-Americana de Cinema e Vídeo, Maranhão, 1987. Melhor filme do III Festival de

Cinema dos Países de Língua Portuguesa, Aveiro, Portugal, 1988 (em parceria com Flávio Rodrigues);

  • A arte de ser profano (vídeo, 14 m), sobre os pastoris profanos de Pernambuco, 1999.
  • Almery, a estrela (vídeo digital), com o apoio da Diretoria de Cultura, da Fundação Joaquim Nabuco, lançado no Recife, em abril de

2007.[2]

Referências

  1. «Fernando Spencer» 
  2. a b GASPAR, Lúcia. Fernando Spencer. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/. Acesso em 26 out. 2012.
  3. Amorim, Maria Alice (2010). Patrimônios Vivos de Permambuco. Recife: FUNDARPE 
  4. Bezerra, C.P.A. et al. Mostra Patrimônios Vivos de Pernambuco. Recife: FUNDARPE, 2010.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]