Fronteira Butão–China
Fronteira Butão–China | |
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Delimita: | Butão China |
Comprimento: | 470 km Posição: 168 |
Criação: | 1949 |
A fronteira entre o Butão e a China é uma linha sinuosa de 470 km de extensão, sentido sul-norte-leste, que separa o norte do Butão da província do Tibete, China. Estende-se entre duas fronteiras triplas formadas pelos dois países com a Índia. Fica nas proximidades dos paralelos 28º e 29º N, na parte leste do Himalaia e abriga o monte Kula Kangri, que segundo algumas fontes é o ponto culminante do Butão (segundo outras é o Gangkhar Puensum).
Esta fronteira encontra-se completamente fechada desde 1962, na sequência de uma disputa não resolvida entre os dois países.[1] Doklam, região localizada na tríplice junção entre ambos e a Índia, está no centro dessa disputa territorial.[2]
Desde meados da década de 2010, a China segue uma política de colonização ilegal no Butão, estabelecendo aldeias povoadas por cidadãos chineses, independentemente da fronteira.[3].
Disputa fronteiriça
[editar | editar código-fonte]O Reino do Butão e a República Popular da China não mantêm relações diplomáticas oficiais e as relações têm sido historicamente tensas.[4][5]
A fronteira do Butão com o Tibete nunca foi oficialmente reconhecida e demarcada. Por um curto período de tempo, a República da China sustentou oficialmente uma reivindicação territorial sobre algumas partes do Butão, que foi mantida mesmo após a tomada de poder na China continental pelo Partido Comunista da China durante a Guerra Civil Chinesa. Com o aumento de soldados do lado chinês na fronteira sino-butanesa, após o Acordo de Dezessete Pontos entre o governo tibetano local e o governo central da República Popular da China, o Butão retirou seu representante de Lhasa.[6]
A rebelião tibetana de 1959 e a chegada do décimo quarto Dalai Lama à vizinha aliada Índia tornaram necessário estabelecer segurança na fronteira sino-butanesa. Estima-se que 6.000 tibetanos fugiram para o Butão e receberam asilo, embora o país posteriormente tenha fechado sua fronteira com a China, temendo que mais refugiados chegassem.[7]
Em 1998, China e Butão assinaram um acordo bilateral para manter a paz na fronteira. No acordo, a China afirmou seu respeito pela soberania e integridade territorial do Butão, e ambos os lados buscaram construir laços com base nos Cinco Princípios da Coexistência Pacífica.[5] No entanto, a construção de estradas pela China no que o Butão afirma ser território butanês, supostamente em violação do acordo de 1998, causou algumas tensões.[5]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- L’Himalaya, « nouvelle frontière » de la Chine, Thierry Mathou, Ed. La découverte ISBN 9782707152510
Referências
- ↑ "Bhoutan : sécurité", ministère français des Affaires étrangères
- ↑ Ankit Panda (13 de julho de 2017). «The Political Geography of the India-China Crisis at Doklam». thediplomat.com (em inglês)
- ↑ Robert Barnett (7 de maio de 2021). «China Is Building Entire Villages in Another Country's Territory» (em inglês). Foreign Policy.
- ↑ «A New Bhutan Calling». outlookindia.com
- ↑ a b c «Bhutan-China Relation» (em inglês). Cópia arquivada em 24 de outubro de 2002
- ↑ «Elections in the Himalayan Kingdom: New Dawn of India-Bhutan Relations». ipcs.org. Institute of Peace & Conflict Studies
- ↑ «Country profile | Bhutan: a land frozen in time». news.bbc.co.uk. BBC News