Gennet Corcuera

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Gennet Corcuera
Conhecido(a) por Primeira surdocega com título universitário europeu
Nascimento 1980
Etiopia
Nacionalidade Espanhola

Gennet Corcuera (Etiópia, 1980) é uma professora de educação especial espanhola, de origem etíope. Conhecida por ser a primeira universitária surdocega de nascimento, que se licenciou em uma universidade europeia.[1]

Biografía[editar | editar código-fonte]

Infância e adoção[editar | editar código-fonte]

Gennet nasceu em Etiópia, onde viveu com sua família por dois anos, até que seus pais decidiram deixá-la em um orfanato de freiras em Addis Abbeba, onde ela era a única surdocega; nesse orfanato ela sofreu muito e enfrentou diversas doenças.

Sua vida mudou quando Carmen Corcuera, por aquele então sogra do embaixador de Espanha no país (Etiópia) naquele momento. E o giro foi radical. Após adotá-la, transladou-se a Madri com ela, onde pôde estudar em um colégio da ONZE e mais tarde se licenciar em Educação Especial.[1]

Gennet chegou a Espanha com pouco mais de sete anos, depois começou a estudar no colégio da ONZE Antonio Vicente Mosquete, onde aprendeu a se expressar, a ler em braile e a utilizar a linguagem datilológica e oral através de uma logopedia.

Até finalizar a ESO, (equivalente ao primeiro grau do sistema se ensino espanhol) compartilhou salas com estudantes surdocegos. Mas o bachillerato (equivalente ao segundo grau) o realizou no instituto Leandro Fernández Moratín, em Pastrana (Guadalajara), onde, pela primeira vez, compartilhou salas com estudantes e professores alheios ao sistema de educação especial para descapacitados.

“Ao princípio tinha muitíssimo medo”, admite, mas uma vez que finalizou o primeiro curso, sempre com ajuda de um mediador em classe, se sentiu “bem mais contente”, sobretudo porque muitos de seus colegas aprenderam a se comunicar com ela.

O segundo curso de bachillerato “foi bem mais difícil” e chegou a pensar em “abandonar tudo”. “Tive que dividir os cursos em dois, recebia classes de apoio dos professores pela tarde. Estava cansadíssima, mas a ONZE pediu-me faz favor que continuasse”.

Passou as provas de Selectividad (equivalente ao Vestibular) com uma nota mais que boa, 7,28, passando “as mesmas perguntas e os mesmos exames” que seus colegas. Se bem que dispunha de mais tempo, porque ela “tinha que contestar com o Braile Lite”, um sistema que permite a escritura e a revisão oral do escrito para pessoas cegas.

Posteriormente, conseguiu licenciar numa universidade espanhola, uma meta que atingiu vencendo medos e com muito esforço, ajudada por mediadores, colegas e professores.

«Espero que meu caso anime a outros e abra a sociedade à surdocegueira»

Meu nome é Gennet, o filme[editar | editar código-fonte]

O diretor do filme “Me llamo Gennet, la película” (Meu nome é Gennet, o filme)t[2] é Miguel Ángel Tobías, criador do formato Espanhóis no mundo, que confessa que leu a história de Gennet Corcuera num jornal e pensou que deveria contá-la. «Li a história de Gennet num jornal faz cinco anos. É a primeira pessoa com surdocegueira em Europa que consegue um título universitário, 115 anos após a americana Hellen Keller. Supus que alguém faria um filme disto, mas passaram dois anos e ninguém a fez». De modo que, pôs-se em contacto com Gennet através de uma amiga em comum. Quando lhe propôs contar sua história, a protagonista do filme disse sim sem pensar, já que queria realizar uma homenagem a sua mãe, que havia falecido recentemente. Ademais, declarou que:

«É uma oportunidade de apresentar a sordocegueira à sociedade e demonstrar que os surdocegos somos capazes de fazer qualquer coisa»

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «Gennet Corcuera, primera sordociega que estudiará en una universidad española». El Mundo. Madrid. Consultado em 17 de julho de 2022 
  2. «Me llamo Gennet». filmaffinity.com. 2018. Consultado em 17 de julho de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]