Golpe Nojeh

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Golpe Nojeh (em persa: کودتای نوژه Kūdetā-ye Nōžeh) foi um plano para derrubar a recém-criada República Islâmica do Irã e o governo de Abolhassan Banisadr e Ayatollah Khomeini. O plano envolveu oficiais e soldados da infantaria, força aérea, exército e o serviço secreto, e foi amplamente interrompido pela prisão de centenas de oficiais [1], nos dias 9-10 de julho de 1980 na Base Aérea Nojeh, nas proximidades de Hamadã, [2] embora danos substanciais da sabotagem já haviam sido realizados, com apenas 28 tanques (de 159) operando na linha de frente na província do Khuzistão. O plano foi organizado pelo coronel Muhammad Baqir Bani-Amiri, um oficial reformado da Gendarmaria, com o último primeiro-ministro do Xá, Shahpour Bakhtiar, contribuindo com apoio financeiro e disponibilizando seus contatos e autoridade. [1] A articulação de Bakhtiar com os conspiradores no Irã era o empresário Manucher Ghorbanifar, que chefiou o ramo logístico da rede Niqab, que organizava a parte civil da conspiração. [1][2]

De acordo com o então presidente Abolhassan Banisadr, o governo descobriu oito grandes células e expôs o plano dos conspiradores, levando às prisões: "o plano deveria dar a aparência de um golpe de Estado para restaurar o xá, enquanto o verdadeiro objetivo era fornecer um pretexto para cobrir a invasão iraquiana. Segundo as informações que recebemos, os conspiradores haviam montado um acampamento militar na [cidade iraquiana de] Sulimanieh e planejavam inflamar uma revolta curda e organizar manifestações em todo o Irã. Sua estratégia era simples: desordens internas seriam primeiro dispersas pelas forças militares iranianas, de modo que no primeiro dia do ataque iraquiano Saddam poderia ocupar toda a parte ocidental do país". [1]

Khomeini ordenou que os presos por envolvimento no golpe fossem executados, mas Banisadr usou artifícios legais para adiar as execuções, e quando o Iraque invadiu, a maior parte seria libertada com a promessa de um retorno ao serviço ativo. [1] 144 participantes seriam, entretanto executados, e nos meses seguintes 2.000-4.000 militares demitidos. [2] Houve uma tentativa de assassinato contra Shapour Bakhtiar em Paris em 18 de julho, [2] e em 22 de julho Ali Tabatabaei, o antigo adido da imprensa iraniana nos Estados Unidos, foi assassinado em Bethesda, Maryland. [3]

Referências

  1. a b c d e Kenneth R. Timmerman (1988), Fanning the Flames: Guns, Greed & Geopolitics in the Gulf War, Chapter 5: Thou Shalt Not Threaten American Interest, The Iran Brief
  2. a b c d Mark J. Gasiorowski (2002), "The Nuzhih Plot and Iranian Politics Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.", Int. J. Middle East Stud. 34 (2002), 645–666. DOI: 10.1017.S0020743802004038
  3. PBS, 6 August 2011, 'A Darker Horizon': The Assassination of Shapour Bakhtiar
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Nojeh coup plot».