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Goyazes: diferenças entre revisões

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É o nome usado para designar os [[índios]] bananais que habitavam primeiramente a região do [[rio Orinoco]], antes da [[descoberta do Brasil]]. Grande parte fugiu após a invasão dos [[Caraíbas (etnia)]], transpondo o [[rio Amazonas]], para a região do [[rio Araguaia]], onde hoje é o estado de [[Goiás]], e alí proliferaram e possuíram a região. A extinção desses índios foi no [[século XVIII]].
É o nome usado para designar os [[índios]] bananais que habitavam primeiramente a região do [[rio Orinoco]], antes da [[descoberta do Brasil]]. Grande parte fugiu após a invasão dos [[Caraíbas (etnia)]], transpondo o [[rio Amazonas]], para a região do [[rio Araguaia]], onde hoje é o estado de [[Goiás]], e alí proliferaram e possuíram a região. A extinção desses índios foi no [[século XVIII]].
Uma breve alusão aos índios Goyá é introduzida por [[Sérgio Buarque de Holanda]] em Raízes do [[Brasil]]. Ele menciona que era crença corrente no primeiro século da colonização que as partes centrais na [[América do Sul]] eram habitadas por uma fabulosa nação de [[pigmeus]], identificada mais tarde com os Goyá.
Uma breve alusão aos índios Goyá é introduzida por [[Sérgio Buarque de Holanda]] em Raízes do [[Brasil]]. Ele menciona que era crença corrente no primeiro século da colonização que as partes centrais na [[América do Sul]] eram habitadas por uma fabulosa nação de [[pigmeus]], identificada mais tarde com os Goyá.
[[Luiz Antônio da Silva e Souza]] faz uma descrição elaborada em 1812, estando o processo de chegada das primeiras grandes [[entradas e bandeiras]] ainda vivo na memória transmitida pela tradição oral, a obra de Souza e Silva tem o valor de confirmar que, desde a criação da Capitania de Goiás, a “nação dos Goyazes” somente existia como uma vaga lembrança no imaginário coletivo. Silva e Souza compôs o verbete que condensa a definição que, desde o século XXX, é dedicada geralmente para o temo goyá: “Nação mais branca que o ordinário dos índios desta capitania, e domiciliária no lugar da vila e pelas vizinhanças da Serra Dourada, pacífica e já extinta”.
>>João Grilo<< faz uma descrição elaborada em 1812, estando o processo de chegada das primeiras grandes [[entradas e bandeiras]] ainda vivo na memória transmitida pela tradição oral, a obra de Souza e Silva tem o valor de confirmar que, desde a criação da Capitania de Goiás, a “nação dos Goyazes” somente existia como uma vaga lembrança no imaginário coletivo. Silva e Souza compôs o verbete que condensa a definição que, desde o século XXX, é dedicada geralmente para o temo goyá: “Nação mais branca que o ordinário dos índios desta capitania, e domiciliária no lugar da vila e pelas vizinhanças da Serra Dourada, pacífica e já extinta”.
O intelectual cuiabano Joaquim Francisco de Mattos estruturou uma inovadora argumentação, bastante provocadora e radicalmente oposta às expostas. O autor é do parecer de que o nome guayazes/goyazes foi dado erradamente pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, filho, aos índios kayapó. Segundo ele, esta confusão teria seus alicerces em uma crendice que circulava entre os bandeirantes paulistas consistente em supor que na margem mineira do rio Grande existiria uma tribo tupi de nome “Guayana”. Mattos não nega a existência dos goyá, mas situa seu hábitat entre a boca do sertão – a região de Campinas, SP – e o rio Grande. Além disso, baseando-se em Taunay, o autor acredita que os goyá teriam sido praticamente extintos no século XVI devido a sucessivos andaços de cólera. Assim, a anedota surgida quando Bartolomeu Bueno da Silva, pai, usou do estratagema de prender fogo na aguardente para ameaçar o gentio teria sucedido na região limítrofe com São Paulo do atual Estado de Minas Gerais e não nas beiras do rio Vermelho.
O intelectual cuiabano Joaquim Francisco de Mattos estruturou uma inovadora argumentação, bastante provocadora e radicalmente oposta às expostas. O autor é do parecer de que o nome guayazes/goyazes foi dado erradamente pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, filho, aos índios kayapó. Segundo ele, esta confusão teria seus alicerces em uma crendice que circulava entre os bandeirantes paulistas consistente em supor que na margem mineira do rio Grande existiria uma tribo tupi de nome “Guayana”. Mattos não nega a existência dos goyá, mas situa seu hábitat entre a boca do sertão – a região de Campinas, SP – e o rio Grande. Além disso, baseando-se em Taunay, o autor acredita que os goyá teriam sido praticamente extintos no século XVI devido a sucessivos andaços de cólera. Assim, a anedota surgida quando Bartolomeu Bueno da Silva, pai, usou do estratagema de prender fogo na aguardente para ameaçar o gentio teria sucedido na região limítrofe com São Paulo do atual Estado de Minas Gerais e não nas beiras do rio Vermelho.
[[Bartolomeu Bueno da Silva]], o filho, se encontrou primeiramente com os Goyazes, e foi deles que tirou o nome do estado de [[Goiás]], primeiramente chamado Moxoteteu.
[[Bartolomeu Bueno da Silva]], o filho, se encontrou primeiramente com os Goyazes, e foi deles que tirou o nome do estado de [[Goiás]], primeiramente chamado Moxoteteu.

Direitos Reservados a:João Grilo
== {{Bibliografia}} ==
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* Artigo do professor da Faculdade de Artes Visuais da UFG: http://www.proec.ufg.br/revista_ufg/junho2006/textos/indiosgoya.htm
* Artigo do professor da Faculdade de Artes Visuais da UFG: http://www.proec.ufg.br/revista_ufg/junho2006/textos/indiosgoya.htm

Revisão das 19h41min de 11 de março de 2014

É o nome usado para designar os índios bananais que habitavam primeiramente a região do rio Orinoco, antes da descoberta do Brasil. Grande parte fugiu após a invasão dos Caraíbas (etnia), transpondo o rio Amazonas, para a região do rio Araguaia, onde hoje é o estado de Goiás, e alí proliferaram e possuíram a região. A extinção desses índios foi no século XVIII. Uma breve alusão aos índios Goyá é introduzida por Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil. Ele menciona que era crença corrente no primeiro século da colonização que as partes centrais na América do Sul eram habitadas por uma fabulosa nação de pigmeus, identificada mais tarde com os Goyá. >>João Grilo<< faz uma descrição elaborada em 1812, estando o processo de chegada das primeiras grandes entradas e bandeiras ainda vivo na memória transmitida pela tradição oral, a obra de Souza e Silva tem o valor de confirmar que, desde a criação da Capitania de Goiás, a “nação dos Goyazes” somente existia como uma vaga lembrança no imaginário coletivo. Silva e Souza compôs o verbete que condensa a definição que, desde o século XXX, é dedicada geralmente para o temo goyá: “Nação mais branca que o ordinário dos índios desta capitania, e domiciliária no lugar da vila e pelas vizinhanças da Serra Dourada, pacífica e já extinta”. O intelectual cuiabano Joaquim Francisco de Mattos estruturou uma inovadora argumentação, bastante provocadora e radicalmente oposta às expostas. O autor é do parecer de que o nome guayazes/goyazes foi dado erradamente pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, filho, aos índios kayapó. Segundo ele, esta confusão teria seus alicerces em uma crendice que circulava entre os bandeirantes paulistas consistente em supor que na margem mineira do rio Grande existiria uma tribo tupi de nome “Guayana”. Mattos não nega a existência dos goyá, mas situa seu hábitat entre a boca do sertão – a região de Campinas, SP – e o rio Grande. Além disso, baseando-se em Taunay, o autor acredita que os goyá teriam sido praticamente extintos no século XVI devido a sucessivos andaços de cólera. Assim, a anedota surgida quando Bartolomeu Bueno da Silva, pai, usou do estratagema de prender fogo na aguardente para ameaçar o gentio teria sucedido na região limítrofe com São Paulo do atual Estado de Minas Gerais e não nas beiras do rio Vermelho. Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, se encontrou primeiramente com os Goyazes, e foi deles que tirou o nome do estado de Goiás, primeiramente chamado Moxoteteu.

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