Guerra dos Camarões

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Guerra dos Camarões
Descolonização da África
Data 1955 (1955)–1964 (1964)
Local Camarões franceses (posteriormente Camarões)
Desfecho
  • Independência dos Camarões através do estabelecimento de um regime pró-francês sob Ahmadou Ahidjo[1]
  • Derrota dos insurgentes da UPC
Beligerantes
Fase da Guerra da Independência (1955-1960)
 França (1955-1960)
Fase da Guerra Civil (1960-1964)
República Federal dos Camarões
 França
União das Populações dos Camarões
Milícias Aliadas
Comandantes
França Pierre Messmer
França Max Briand
França Jean Lamberton
Ahmadou Ahidjo
Ruben Um Nyobè  
Félix-Roland Moumié Predefinição:Assassinated
Ernest Ouandié  Executado
61.300-76.300 civis mortos

A Guerra dos Camarões, também conhecida como Guerra Bamileke ou Guerre Cachée ("Guerra Oculta"),[2] refere-se a luta pela independência camaronesa entre o movimento nacionalista dos Camarões e a França. O movimento foi liderado pela União das Populações dos Camarões (UPC) que se opunha a qualquer continuação das relações de dominação com o poder colonial francês. Mesmo após a independência, a rebelião prosseguiu, moldando a política contemporânea.

A guerra começou com tumultos em 1955 e continuou depois que Camarões conquistou a independência em 1960. Após a independência, o primeiro presidente de Camarões, Ahmadou Ahidjo, solicitou a continuação da intervenção militar francesa para combater os rebeldes. A rebelião da UPC foi amplamente esmagada pelas Forças Armadas Camaronesas e pelo Exército Francês em 1964.[3][4] Esta guerra é muitas vezes esquecida porque ocorreu no auge do maior conflito colonial da França, a Guerra da Argélia.[5]

Acredita-se que a guerra tenha produzido cerca de 61.300 a 76.300 mortes de civis, de acordo com estimativas da embaixada britânica montada em 1964, com 80% dos mortos sendo da região de Bamileke. O general Max Briand, comandante de todas as forças militares francesas em Camarões, deu uma estimativa de 20.000 pessoas mortas na região de Bamileke somente em 1960. Algumas estimativas modernas de mortes chegam a centenas de milhares ou até milhões, mas acredita-se que não sejam confiáveis. No geral, estimar o número de mortes é difícil, pois a administração francesa não manteve registros meticulosos do número de pessoas mortas.[3]

Referências

  1. «The Forgotten Cameroon War» 
  2. Deltombe, Thomas (2011). Kamerun! Une guerre cachée aux origines de la Françafrique (1948 - 1971). Paris: La Découverte. 114 páginas. ISBN 978-2-7071-5913-7 
  3. a b Teretta, Meredith. "Nation of Outlaws, State of Violence: Nationalism, Grassfields Tradition, and State Building in Cameroon". Athens OH: Ohio University Press. Page 178-179.
  4. Indépendance du Cameroun: sur les traces de la "sale guerre" de l'armée française. Le Point . (28/12/2019)
  5. Elizabeth Rechniewski (24 de outubro de 2014). «A Small War in Cameroon». Small Wars Journal