Haloragaceae

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaHaloragaceae
Myriophyllum spicatum
Myriophyllum spicatum
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Saxifragales
Família: Haloragaceae
Géneros
Ver texto.

Haloragaceae é uma família de plantas angiospérmicas (plantas com flor - divisão Magnoliophyta), pertencente à ordem Saxifragales que por sua vez compõe a classe Magnoliopsida (Dicotiledóneas) pois os embriões apresentam dois ou mais cotilédones.

As Halogaraceae são ervas perenes, ou seja, possuem um ciclo de vida longo e portanto, raramente são anuais. Estão presentes em habitat aquático e terrestre, estando distribuídas principalmente no Hemisfério Sul, com maior incidência na Austrália.

Morfologia[editar | editar código-fonte]

Essas plantas apresentam caules longos que podem ser rastejantes ou eretos. Apresentam folhas simples nas espécies terrestres e lobadas nas espécies aquáticas. Suas folhas apresentam estípulas, são dispostas em cruz ou alternadas[1].

A inflorescência é do tipo dicásio, composta por 1 a 5 flores que surgem a partir da axilas de brácteas primárias semelhantes a folhas. Suas flores são pequenas, possuem simetria radial (actnomorfas), podem ser bissexuais ou unissexuais sendo que temos a ocorrência de protandria, cálice composto por 2-4 sépalas e possuem cerca de 2-8 estames curtos e delgados[1].

A dispersão do pólen ocorre tanto pelo vento (anemofilia) como por insetos (entomofilia). Apresentam ovário ínfero com 1-2 ou 4 células com a presença de septos sólidos ou praticamente ausentes. Os óvulos se desenvolvem a partir da placentação apical do tipo anátropo[1].

A fruta é semelhante a uma noz ou drupa, indeiscente pois não ocorre sua abertura após a maturação, com 1 semente. O pericarpo é membranoso ou endocarpo lenhoso. Exocarpo é membranoso ou inchado e espinhoso. As sementes apresentam testa delgada, embrião cilíndrico, rodeado por albúmen espesso e branco[1].

Distribuição[editar | editar código-fonte]

As Haloragaceae estão amplamente distribuídas em regiões temperadas e subtropicais de todos os continentes, inclusive, algumas espécies de Myriophyllum são encontradas no Ártico, no entanto, são principalmente encontradas no Hemisfério Sul com uma concentração com cerca de 70% das espécies em torno da Austrália, Nova Zelândia e Tasmânia [2].

Origem e Evolução[editar | editar código-fonte]

Estudos utilizando sequências de DNA de ITS, matK e os íntrons trnK 50 e trnK 30 obtidos de 102 espécies representantes dos 8 gêneros de Haloragaceae para a datação Bayesiana, sugere que a primeira diversificação das Haloragaceae existentes ocorreu na Austrália, durante o período Eoceno (37,3 a 56,3 Ma)[1].

A diversificação dessa família teria se iniciado no hemisfério sul como resultado de eventos de vicariância entre Austrália, América do Sul e Nova Zelândia. Além disso, os resultados também indicaram múltiplas rotas de dispersão para a Ásia durante o Mioceno e consequente dispersão para Europa e América do Norte[1].

Espécies[1][editar | editar código-fonte]

  • Haloragis trigonocarpa
  • Hatoragis erecta
  • Haloragis exalata
  • Haloragis stricta
  • Haloragis eyreana
  • Haloragis glauca
  • Haloragis aspera
  • Halogaris dura
  • Haloragis heterophylla
  • Haloragis acutangula
  • Haloragis foliosa
  • Haloragis hamata
  • Haloragis digyna
  • Haloragis serra
  • Haloragis masatierrana
  • Trihaloragis hexandrus
  • Haloragodendron glandulosum
  • Haloragodendron lucasii
  • Haloragodendron gibsonii
  • Haloragodendron bauerlenii
  • Haloragodendron monospermum
  • Haloragodendron racemosum
  • Gonocarpus elatus
  • Gonocarpus longifolius
  • Gonocarpus teucrioides
  • Gonocarpus humilis
  • Gonocarpus mezianus
  • Gonocarpus oreophilus
  • Gonocarpus tetragynus
  • Gonocarpus salsoloides
  • Gonocarpus urceolatus
  • Gonocarpus scordioides
  • Gonocarpus nodulosus
  • Gonocarpus chinensis
  • Gonocarpus leptothecus
  • Gonocarpus acanthocarpus
  • Gonocarpus ephemerus
  • Gonocarpus pusillus
  • Gonocarpus paniculatus
  • Gonocarpus trichnostachyus
  • Gonocarpus benthamii
  • Gonocarpus cordiger
  • Gonocarpus intricatus
  • Gonocarpus montanus
  • Gonocarpus micranthus
  • Gonocarpus eremophyllus
  • Myriophyllum votschii
  • Myriophyllum lophatum
  • Myriophyllum alpinum
  • Myriophyllum limnophilum
  • Myriophyllum drummondii
  • Myriophyllum echinatum
  • Myriophyllum simulans
  • Myriophyllum variifolium
  • Myriophyllum petraeum
  • Myriophyllum crispatum
  • Myriophyllum ussuriense
  • Myriophyllum papillosum
  • Myriophyllum trachycarpum
  • Myriophyllum coronatum
  • Myriophyllum filiforme
  • Myriophyllum laxum
  • Myriophyllum tenellum
  • Myriophyllum humile
  • Myriophyllum heterophyllum
  • Myriophyllum hippuroides
  • Myriophyllum pinnatum
  • Myriophyllum farwellii
  • Myriophyllum latifolium
  • Myriophyllum muricatum
  • Myriophyllum dicoccum
  • Myriophyllum lapidocola
  • Myriophyllum amphibium
  • Myriophyllum pedunculatum
  • Myriophyllum tillaeoides
  • Myriophyllum trifida
  • Myriophyllum sbiricum
  • Myriophyllum spicatum
  • Myriophyllum alterniflorum
  • Myriophyllum caput-medusae
  • Myriophyllum salsugineum
  • Myriophyllum verrucossum
  • Myriophyllum balladoniense
  • Myriophyllum quitense
  • Myriophyllum triphyllum
  • Myriophyllum robustum
  • Myriophyllum decussatum
  • Myriophyllum verticillatum
  • Myriophyllum oguraense
  • Myriophyllum matogrossense
  • Myriophyllum aquaticum
  • Laurenbergia minor
  • Laurenbergia repens
  • Laurenbergia tetrandra
  • Proserpinaca pectinata
  • Proserpinaca palustris
  • Meionectes brownii
  • Meionectes teunifolia
  • Glischrocaryon behrii
  • Glischrocaryon roei
  • Glischrocaryon flavescens
  • Glischrocaryon aureum

Espécies de ocorrência no Brasil[editar | editar código-fonte]

  • Laurenbergia tetrandra. Domínios: cerrado e mata atlântica. Distribuição geográfica: Nordeste (PE, BA), Centro-Oeste (DF, MS), Sudeste (ES, RJ, SP), Sul (PR, SC, RS) [3].
  • Myriophyllum aquaticum. Domínios: cerrado e mata atlântica. Distribuição geográfica: Nordeste (BA), Sudeste (SP), Sul (PR, SC, RS)[3].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g Chen, Ling-Yun; Zhao, Shu-Ying; Mao, Kang-Shan; Les, Donald H.; Wang, Qing-Feng; Moody, Michael L. (setembro de 2014). «Historical biogeography of Haloragaceae: An out-of-Australia hypothesis with multiple intercontinental dispersals». Molecular Phylogenetics and Evolution: 87–95. ISSN 1055-7903. doi:10.1016/j.ympev.2014.04.030. Consultado em 28 de junho de 2021 
  2. Praglowski, J. (janeiro de 1970). «The Pollen Morphology of the Haloragaceae with Reference to Taxonomy». Grana (3): 159–239. ISSN 0017-3134. doi:10.1080/00173137009427397. Consultado em 28 de junho de 2021 
  3. a b FELIPE BIANCHI ABTIBOL, LUIZ. «TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA DIRETA NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL: ESTUDO DE CASO NO INSTITUTO DE PESQUISAS JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO». Consultado em 28 de junho de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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