Harmonia Rosales

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Harmonia Rosales
Harmonia Rosales
Nascimento 1984
Chicago
Alma mater
  • Glenville State University
Ocupação artista

Harmonia Rosales (Chicago, 1984) é uma artista norte-americana de ascendência afro-cubana[1][2][3] Sua obra reinterpreta pinturas clássicas da Renascença, substituindo as figuras brancas por pessoas negras.[4]

Sua primeira mostra individual, intitulada Black Imaginary to Counter Hegemony, foi exibida na galeria Simard Bilodeau Contemporary de Los Angeles.[2][5]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Rosales nasceu em Chicago e cresceu em Champaign. Foi incentivada por seus pais a se interessar por artes visuais.[6] Frequentou a Glenville State College na Virgínia Ocidental.[2]

Ao crescer, gostava de muitas das pinturas clássicas da Renascença italiana.[7] Sua família era muito tradicional e dizia-lhe de que precisaria um homem que a sustentasse. Quando cresceu, se casou com seu namorado da escola com quem teve uma filha. Após dar-se conta de que a relação não daria certo, se divorciou e ficou praticamente sem nenhuma posse material em seu poder.[8]

Estilo artístico[editar | editar código-fonte]

Rosales trabalha reinterpretando obras-primas renascentistas, substituindo os temas principais dos quadros por heroínas negras; ela diz que “religião e poder andam de mãos dadas” e os colonizadores têm usado a religião para “manipular e controlar”.[9][10][11]

Rosales diz que "fomos acostumados a ter a ideia de Deus como um homem branco." Esta visão dela a fez se sentir excluída deste mundo da arte dominada pela visão eurocêntrica que, por sua vez, é a inspiração de suas pinturas.[7] Rosales assinala que com sua obra espera ser capaz de empoderar pessoas com a arte, mesmo que seja um pequeno grupo de pessoas e dar às mulheres negras "obras de arte que reflitam sua beleza que tem sido ignorada durante tanto tempo".[12][13]

"Escolhi recriar estas imagens para estimular a pergunta… Por quê? por que seguimos tendo como referente icônico de Deus a imagem masculina branca? Por que a santidade, pureza e poder tem que ser uma imagem feminina branca, com traços europeus, e ainda mais ser o cânone da beleza durante tanto tempo? O que isso ensina a nossas futuras gerações? Então, que melhor maneira de explicar visualmente isto do que imaginar estas pinturas com as imagens menos representadas na sociedade americana? Uma mulher negra muito escura em seu estado natural e formoso…. Porque todo mundo deve ser visto como igual."[13]

Pinturas[editar | editar código-fonte]

Uma de suas muitas obras é O nascimento de Oxum, um óleo sobre tela que reimagina a obra de Sandro Botticelli, O nascimento de Vênus, colocando Oxum, a orixá iorubá da fertilidade, sensualidade e prosperidade, numa concha do mar rodeada de anjos negros, em contraste com a pintura de Botticelli, onde uma Vênus branca, a deusa do amor, beleza e fertilidade, está numa concha de mar rodeada de anjos brancos. Nesta pintura, Oxum tem vitiligo, representado por camadas de ouro.[12] Sobre esta pintura, Rosales diz “Tradicionalmente vemos Vênus como essa linda mulher de cabelos esvoaçantes. Meu cabelo nunca esvoaçou, então eu me pergunto por que essa deveria ser uma pintura da mulher mais bonita do mundo? Então eu a mudei e a fiz ter vitiligo porque as imperfeições são lindas".[14] Também diz que criou este trabalho pensando em sua filha para lhe mostrar que as mulheres negras e seu cabelo natural são formosos.

Outra das obras de Rosales foi A criação de Deus, uma obra de arte de 2017, na qual ela recria a Criação de Adão de Michelangelo, retratando tanto a Deus quanto a Adão como mulheres negras.[15]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Harmonia Rosales Biography – Harmonia Rosales on artnet». www.artnet.com. Consultado em 10 de março de 2019 
  2. a b c Swartz, Tracy. «Chicago native finds fame by replacing white men in classic art with black women». chicagotribune.com (em inglês). Consultado em 10 de março de 2019  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Swartz" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  3. Nast, Condé. «This Artist Painted God as a Black Woman – And it's Gone Viral». Teen Vogue (em inglês). Consultado em 10 de março de 2019 
  4. «A pintora que recria obras clássicas trocando pessoas brancas por negras». Nexo Jornal. Consultado em 11 de setembro de 2021 
  5. «Artists / Collections Harmonia Rosales : RJD Gallery». Consultado em 10 de março de 2019 
  6. Blackmon, Michael. «This Woman Reimagined Michelangelo's "The Creation Of Adam" With Black Women And It's Beautiful». BuzzFeed (em inglês). Consultado em 10 de março de 2019 
  7. a b Wanshel, Elyse (18 de maio de 2017). «Artist Reimagines Michelangelo's 'Creation' Painting To Honor Black Women». HuffPost (em inglês). Consultado em 6 de junho de 2019 
  8. «Afro-Cuban Artist Used Her Divorce To Create Her First Solo Art Show». Fierce (em inglês). 11 de outubro de 2017. Consultado em 6 de junho de 2019 
  9. «racial art». Julia Hendrickson (em inglês). Consultado em 6 de junho de 2019 
  10. «Harmonia Rosales plasma a mujeres negras en su arte». All City Canvas (em espanhol). 21 de fevereiro de 2020. Consultado em 30 de junho de 2021 
  11. Dazed (5 de setembro de 2018). «Harmonia Rosales repaints classic artworks to show God is a black woman». Dazed (em inglês). Consultado em 6 de junho de 2019 
  12. a b Ruiz, Ada (15 de dezembro de 2018). «Harmonia Rosales: Black Femininity in Classical Artworks - Los Angeles Art College | Fine Art | Concept Art | Degrees | Community Classes». Los Angeles Art College | Fine Art | Concept Art | Degrees | Community Classes (em inglês). Consultado em 6 de junho de 2019  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome ":2" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  13. a b «Harmonia Rosales: la historia del arte reescrita con óleos, resistencia y diversidad». MOR.BO (em espanhol). 15 de maio de 2017. Consultado em 30 de junho de 2021 
  14. Kelley, Sonaiya (21 de setembro de 2017). «Words and Pictures: Viral artist Harmonia Rosales' first collection of paintings reimagines classic works with black femininity». latimes.com. Consultado em 6 de junho de 2019 
  15. Müntz, Eugène, 1845-1902 (2010). Michelangelo : 1475-1564. New York: Parkstone International. ISBN 9781781608579. OCLC 945753781