Chorozinho-do-aripuanã

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macho
macho
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Thamnophilidae
Gênero: Herpsilochmus
Espécie: P. stotzi
Nome binomial
Ptilinopus stotzi
Whitney et al., 2013

Chorozinho-do-aripuanã (nome científico: Herpsilochmus stotzi) é uma espécie de ave pertencente à família dos tamnofilídeos, endêmica do Brasil.[2]

Seu nome popular em língua inglesa é "Aripuana antwren".[3]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

O chorozinho-do-aripuanã foi descoberto em 1986 e na época era considerado uma subpopulação do chorozinho-de-chapéu-preto (H. atriacapillus). Foi reconhecido como uma espécie e assim descrito em 2013, momento em que passou a obter reconhecimento por sistemas taxonômicos regionais e mundiais. Seu epíteto específico homenageia o descobridor Douglas Stotz.[4][5][6][7][8][9]

O chorozinho-do-aripuanã é monotípico.[7]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O chorozinho-do-aripuanã possui entre 11 a 12 centímetros (4,3 a 4,7 in) de comprimento e pesa cerca de 11 gramas (0,39 oz). Os machos adultos possuem a coroa e a nuca pretas, um supercílio longo e esbranquiçado e uma faixa preta no olho. O resto da parte superior é cinza. Suas asas são pretas com pontas brancas nas coberturas e bordas brancas nas penas de voo. Sua cauda é preta com grandes pontas de penas brancas e bordas brancas na parte externa. O peito e a barriga são esbranquiçados. As fêmeas adultas possuem testa alaranjada e coroa preta com listras brancas. Suas partes superiores são cinzas. O restante da parte inferior é mais branca que a do macho.[10][5][6]

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

O chorozinho-do-aripuanã foi descrito pela primeira vez na área entre os rios Aripuanã e Machado, em Rondônia. Agora é conhecido um pouco mais amplamente ao longo da margem direita do Rio Madeira e ao longo do Rio Roosevelt, na maior parte de Rondônia, sudeste do Amazonas e noroeste do Mato Grosso. Habita principalmente floresta campinarana antiga em solo pobre em nutrientes. As árvores raramente excedem 20 metros (66 pé) de altura. Também pode ser visto em terra firme alta e não perturbada, onde favorece áreas com palmeiras Lepidocaryum tenue.[10][5]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

Movimento[editar | editar código-fonte]

Acredita-se que seja residente o ano todo em toda a sua área de distribuição.[10]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Sua alimentação é conhecida apenas pelo conteúdo estomacal dos exemplares obtidos, que eram restos de insetos e aranhas. Forrageia sozinho, em pares e em grupos familiares, optando principalmente na copa, recolhendo presas da vegetação.[10][11]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Acredita-se que nidifica em julho e agosto, mas nada mais se sabe sobre sua biologia reprodutiva.[10]

Vocalização[editar | editar código-fonte]

O canto do chorozinho-do-aripuanã é um "trinado suave, ronronante e ondulante que desacelera fortemente o tempo todo". O canto faz parte da evidência de seu tratamento como espécie, pois carece de notas distintas antes do trinado que outros visualmente semelhantes de seu gênero possuem, e o trinado tem um ritmo diferente dos deles. Seu chamado ouvido com mais frequência é um "tchwee" e também emite "uma 'mastigação' muito curta e nítida" individualmente ou em série.[10][5][6]

Conservação[editar | editar código-fonte]

A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) avaliou o chorozinho-do-aripuanã como sendo de menor preocupação.[12] Tem uma distribuição pequena e um tamanho populacional desconhecido, o qual se presume que esteja diminuindo.[12] Ademais, parte de sua área de distribuição encontra-se legalmente protegida, estando ainda presente em territórios indígenas.[10]

Referências

  1. BirdLife International (2017). «Herpsilochmus stotzi». IUCN. The IUCN Red List of Threatened Species. 2017: e.T103657677A119209215. doi:10.2305/IUCN.UK.2017-3.RLTS.T103657677A119209215.en 
  2. Eduardo Carvalho (16 de maio de 2013). «Cientistas descobrem 15 novas espécies de aves na Amazônia». G1. Consultado em 10 de maio de 2024 
  3. Whitney, B.M.; Cohn-Haft, M.; Bravo, G.A.; Schunck, F.; Silveira, L.F. (2013). «A new species of Herpsilochmus antwren from the Aripuanã-Machado interfluvium in central Amazonian Brazil» (PDF). In: del Hoyo, J.; Elliott, A.; Sargatal, J.; Christie, D.A. Handbook of the Birds of the World. Special Volume: New Species and Global Index. Barcelona: Lynx Edicions. pp. 277–281. ISBN 978-84-96553-88-0 
  4. Stotz, D. F., S. M. Lanyon, T. S. Schulenberg, D. E. Willard, A. T. Peterson, and J. W. Fitzpatrick (1997).
  5. a b c d Whitney, B.M.; Cohn-Haft, M.; Bravo, G.A.; Schunck, F.; Silveira, L.F. (2013). «A new species of Herpsilochmus antwren from the Aripuanã-Machado interfluvium in central Amazonian Brazil». In: del Hoyo; Elliott; Sargatal; Christie. Handbook of the Birds of the World. Special Volume: New Species and Global Index. Barcelona: Lynx Edicions. pp. 277–281. ISBN 978-84-96553-88-0 
  6. a b c South American Classification Committee (29 de dezembro de 2013). «Proposal (#585) to South American Classification Committee – Recognize newly described Herpsilochmus stotzi». Consultado em 28 de fevereiro de 2024 
  7. a b Gill; Donsker, David; Rasmussen, eds. (janeiro de 2024). «Antbirds». IOC World Bird List. Consultado em 4 de janeiro de 2024 
  8. Clements, J. F., P.C. Rasmussen, T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, T. A. Fredericks, J. A. Gerbracht, D. Lepage, A. Spencer, S. M. Billerman, B. L. Sullivan, and C. L. Wood.
  9. HBW and BirdLife International (2023).
  10. a b c d e f g del Hoyo, J., N. Collar, and G. M. Kirwan (2020).
  11. Zimmer, K., M.L. Isler, and C. J. Sharpe (2020).
  12. a b (2004). Aripuana Antwren (em inglês). IUCN 2021. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2021. Página visitada em 10 de maio de 2024..