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Iáia ibne Abdalazize

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Iáia I.
Iáia ibne Abdalazize
Emir hamádida
(sob o califa abássida desde 1148/1149)
Reinado 1121/1122 ou 1124/1125-1152
Antecessor(a) Abdalazize ibne Almançor
Sucessor(a) Abde Almumine (almóada)
 
Nascimento século XII
Morte 1161/1162
Casa hamádida
Pai Abdalazize ibne Almançor
Religião Islamismo

Iáia ibne Abdalazize (Yahya ibn Abd al-Aziz) foi o último emir do Reino Hamádida de 1121/1122 ou 1124/1125 até 1152, quando seu país foi conquistado pelo Califado Almóada sob o califa Abde Almumine (r. 1133–1163). Enfrentou vários rebeldes e fez uma grande expedição contra a Ifríquia, sede do Reino Zírida, em decorrência da crescente presença do rei da Sicília Rogério II (r. 1105–1130).

Ruínas do Alcalá dos Banu Hamade

Iáia era filho do emir Abdalazize (r. 1104–1121), a quem sucedeu em 1121/1122 ou 1124/1125. Em 1128, expulsou o rebelde coraçane Amade ibne Abdalazize de Túnis, na Ifríquia, e deportou-o para Bugia, onde posteriormente morreu, e entregou a cidade um de seus tios; ela ficou sob poder hamádida até 1148/1149. Em data incerta, o exército hamádida tomou a cidadela de Tozir, cujo chefe rebelde foi preso em Argel, onde morreu. Em 1135, Iáia lançou ataque marítimo e terrestre contra Mádia, pois Haçane (r. 1121–1148), o último emir zírida, estava cedendo às exigências do rei da Sicília Rogério II (r. 1105–1154), irritando alguns clãs árabes e os habitantes. Mas a expedição falhou, pois Haçane obteve apoio de alguns contingentes árabes e uma frota siciliana.[1]

Em cerca de 1141/1142, Iáia se esforçou para chegar a bons termos com o califa fatímida Hafiz (r. 1130–1149), mas no fim aceitou a suserania do Califado Abássida, pois em 1148/1149 cunhou moedas em Bugia com o nome do califa Almoctafi II (r. 1136–1160). Em 1143, os normandos sicilianos massacraram os habitantes de Jijel e em 1144/1145 a frota siciliana atacou Brechk, entre Cherchel e Tenés. Em 1148, Haçane foi expulso de Mádia pelo almirante Jorge de Antioquia e deslocou-se para Argel, onde Iáia manteve-o sob custódia para impedir que contactasse o califa Abde Almumine (r. 1133–1163), que dada sua crescente influência no Magrebe estava causando preocupação em Iáia.[1]

Em 1148/1149, Iáia transferiu seus tesouros do Alcalá dos Banu Hamade a Bugia. Em 1152, Abde Almumine lançou a campanha de conquista do Magrebe Central e capturou Tremecém, Miliana, Argel (onde Haçane e do emir atebaje se submeteram) e então Bugia, que caiu em agosto. Iáia fugiu para Anaba e então Constantina. Abde Almumine enviou seu filho Abedalá para capturar o Alcalá dos Banu Hamade, que foi conquistado à força, saqueado e sua população massacrada. Abedalá então se dirigiu para Constantina, onde uma sangrenta batalha foi travada e Iáia foi obrigado a se render. O emir foi levado a Bugia, onde o califa tratou ele e sua família com delicadeza antes de levá-los para Marraquexe, onde receberam grandes pensões e Iáia pôde viver em amplo lazer para se dedicar à caça, sua atividade favorita. Iáia acompanhou o califa para Salé em 1153/1154, onde morreu em 1161/1162.[1][2]

Referências

  1. a b c Idris 1986, p. 138.
  2. Saidi 2010, p. 43.
  • Idris, H. R. (1986). «Hammadids». The Encyclopedia of Islam, New Edition, Volume III: H–Iram. Leida e Nova Iorque: Brill. ISBN 90-04-09419-9 
  • Saidi, O. (2010). «2 - A unificação do Magreb sob os Almóadas». In: Niane, Djibril Tamsir. História Geral da África IV - África do Século XII ao XVI. Paris; São Carlos: UNESCO; Universidade de São Carlos