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Mosteiro de Santa Maria de Cárquere: diferenças entre revisões

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Revisão das 17h59min de 14 de março de 2014

O mosteiro de Cárquere é um mosteiro localizada em Resende, Viseu. Tornou-se Monumento Nacional em 16 de junho de 1910, pelo Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136, de 23-06-1910.[1]

É também conhecida por Igreja de Santa Maria de Cárquere e Igreja Matriz de Nossa Senhora-Cárquere[1]

História

Igreja Matriz de Cárquere

Santa Maria de Cárquere vem referido na Crónica de 1419 como local da cura milagrosa de D. Afonso Henriques. Egas Moniz da casa de Ribadouro teria pedido ao conde D. Henrique, que o deixasse ser o aio da descendência que esperava de Dª Teresa, independentemente de vir a ser um filho varão ou uma filha.

Nasceu então D. Afonso Henriques mas, segundo a "lenda", o infante recém nascido apresentava uma má formação nas pernas que fazia temer o pior: "Quando veio o tempo que a Rainha houve seu filho grande e fermoso mais que não podia mais ser moço da sua idade, senão tam soomente que tinha as pernas encolheitas, em guisa que todos dezião, assi mestres como os outros, que nunqua mais podia ser são delas".[2]

Recebendo Egas Moniz a incumbência que tinha rogado ao conde ao ser nomedao aio encarregado da educação do infante, ficou muito sensibilizado pela maleita do recém nascido: "E, quando Egas Monis vio tam bella criatura e o vio assim tolheito, ouve dela mui grande doo, pero, confiando em Deus que lhe poderia dar saude, tomou o moço e feze-o criar tam bem e tam honradamente como se fizera se fora são".[2]

Então, quando a criança tinha cinco anos, o "milagre" aconteceu e Santa maria "apareceu ao aio dizendo-lhe que buscasse um lugar onde existia uma igreja inacabada que lhe era dedicada e aí fizesse vigília e no altar colocasse a criança que seria curada.

Egas Moniz assim procedeu e a criança foi curada. Diz-se então que, por força deste milagre, foi construído nesta igreja o mosteiro por D. Henrique: "E por este milagre que asi aconteçeo foi depois feito em esta igreja o mosteiro de Cárcere".[2]

Contexto Geográfico/ Histórico, Ocupação pré-romana, Síntese.

A primeira referência à Lusitânia foi feita nas Histórias de Políbio. Apiano reata-nos que Oxthracai, maior cidade dos lusitanos, foi destruída em 152 a.C. Apesar das fronteiras da Lusitânia não coincidirem perfeitamente com as de Portugal de hoje, os povos que habitaram aquela região são uma das bases etnológicas dos portugueses do centro e sul.

A povoação de Cárquere sempre pertenceu à província Lusitânia cujo limite norte era precisamente o rio Douro “A Durio, Lusitania incipit” (Plinio IV). Segundo, e posteriormente à leitura e análise da inscrição na ponte romana de Alcântara (situada nas margens do rio Guadiana, a pouco mais de meia centena de quilómetros de Badajoz e Elvas), toda a província (da Lusitânia) divide-se em três circunscrições, as de Emerita, Pax e Scallabis. Contém ao todo 46 povoações, entre os quais 5 colónias, um município de cidadãos Romanos, 3 com os antigos direitos Latinos e 26 que são tributárias.

Um grupo de arqueólogos (entre os quais Jorge de Alarcão) reuniu-se num Seminário em Paris no Centre National de Recherche Scientifique em 8 e 9 de Dezembro de 1988 e procurou definir os limites da Lusitânia no tempo dos Romanos. Esses limites resultaram também nos limites dos três conventi em que a Lusitânia se dividia. Eis das conclusões o que nos interessa:

  1. Definiu-se que um dos conventi Conventus Emeritensis (em Portugal) seria dividido por uma linha saindo a sul de Ammaia (S. Salvador de Aramenha, Marvão) que, caminhando para norte, iria passar no final sudoeste da Serra da Estrela e continuaria em linha recta até ao rio Douro a oeste de Cárquere (Resende), de modo a incluir a zona dos Paesuri.
  2. Segundo este investigador Cárquere seria então território dos Paesuri no entanto crê-se também na possibilidade de pertence a um outro povo de nome Coilarni.

Cárquere é apontada como a capital dos Paesuri (Alarcão, 1988 e 1900), apresentando-se como centro de importância superior à de Lamego, todavia segundo igual autor Cárquere poderia ser também um vicus (povoado civil geralmente situado nas proximidades de uma unidade administrativa concreta) o que não parece deveras verificar-se devido à número de epígrafes funerárias ali encontradas (Alarcão 1900).

Joaquim Caetano Pinto em “Resende Monografia Do Seu Concelho” classifica a estância de Cárquere como “a mais importante de quantas se encontram nas margens do rio Douro nacional, logo após à de Numão.”

História Pós ocupação romana.

O Mosteiro de Santa Maria de Cárquere era masculino e pertencia aos Cónegos Regulares de Santo Agostinho, a data da fundação do Mosteiro permanece incerta, porém em 1099, a igreja terá sido reconstruída. Sabe-se que o Mosteiro de Cárquere ficou sob a dependência do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.

Em 1146, morreu D. Egas Moniz de Ribadouro, deixando ao Mosteiro significativo legado em testamento.

A remota origem do Mosteiro de Santa Maria de Cárquere propicia especulações quanto à sua edificação: na época período suevo-visigótica (séc. VI/VII), durante a reconquista cristã aos mouros (séc. IX-XI), a fundação do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, em 1131.

A lenda associa o Mosteiro de Santa Maria de Cárquere à cura do infante D. Afonso, futuro primeiro rei de Portugal. O Conde D. Henrique seria o responsável pela sua construção em agradecimento a Nossa Senhora de Cárquere pela cura realizada nas pernas de D. Afonso Henriques. Milagre que, segundo alguns historiadores, foi um meio de encobrir a verdadeira filiação D. Afonso Henriques. Em 1279, por bula do papa Nicolau III, os cónegos regulares que habitavam o Mosteiro, foram confirmados como imediatos à Sé Apostólica. No âmbito dos privilégios recebidos, foi-lhes dada a faculdade para elegerem o seu prior. Em 1511, por carta do papa Leão X, foi excomungado D. João, abade de São Salvador de Travanca, da Ordem de São Bento, por motivo de não querer largar e entregar o Mosteiro de Santa Maria de Cárquere a Francisco Suzarte, familiar do papa Júlio II, do qual recebera uma bula dando-lhe o Mosteiro em comenda, por morte de Diogo Coelho, prior de Cárquere. Em 1541, D. João III doou o Mosteiro de Santa Maria de Cárquere ao Colégio de Coimbra dos Padres da Companhia de Jesus.

Em 1561, por breve do papa Pio IV, o cardeal D. Henrique anexou-lhe as rendas da mesa prioral, com a condição de não se reduzir o número de cónegos para a celebração do ofício divino.

O Padre Mestre Simão, querendo ter um mosteiro em Lisboa, preferiu trocar Santa Maria de Cárquere pelo de Santo Antão, o Velho, da Ordem dos Cónegos de Santo Antão de França, que o bispo de Lisboa, D. Ambrósio Pereira, cónego regrante de Santa Cruz, tinha em comenda. O Padre Mestre Simão pediu ao rei que solicitasse ao núncio Aloísio Lipomano, a união do Mosteiro de Santo Antão à Companhia de Jesus. D. Ambrósio tomou posse do priorado-mor de Cárquere, reformou-o no espiritual e no temporal com o acordo do prior castreiro e dos seus cónegos, e para a reformação mandou vir dois cónegos de Santa Cruz, renunciando o priorado-mor no tesoureiro, D. António Nogueira, e confiando-lhe a união à Congregação. Recolheu-se no Mosteiro de Grijó, falecendo em 1559, e foi sepultado no Mosteiro de Cárquere, no lado esquerdo da capela-mor.

Em 1561 com o falecimento de D. António Nogueira, o Mosteiro passou definitivamente para a posse dos Padres da Companhia de Jesus.

Em 1576, o papa Gregório XIII mandou extinguir o Mosteiro de Santa Maria de Cárquere e aplicar as rendas da mesa conventual ao referido colégio.

Mais tarde, seria instalado no Mosteiro um hospício para gente pobre.

Em 1562, pela bula «Ad Apostolicae Dignitatis» do papa Pio IV, foram concedidos ao Colégio dos Jesuítas de Coimbra todos os benefícios e bens do Mosteiro de Cárquere, logo que vagasse o cargo de prior-mor.

Em 1576, o papa Gregório XIII mandou extinguir o Mosteiro de Santa Maria de Cárquere e aplicar as rendas da mesa conventual ao referido colégio.

Em 1578, por bula de Gregório XIII, foi confirmada a bula de Pio IV, ficando o Mosteiro de Cárquere e seus bens subordinados ao Colégio de Coimbra, com a condição de não se reduzir o número de dois cónegos para a celebração do ofício divino.

Em 1848, a 25 de Janeiro, por ofício do Ministério do Reino foram expedidas circulares aos governadores civis do Porto, Braga, Coimbra e Évora, sobre os documentos e preciosidades dos cartórios dos extintos conventos, especialmente dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho e da Ordem de São Bento. Pedido que viria a ser reiterado pelo mesmo Ministério a 4 de Maio do mesmo ano.

Em 1862, a 3 de Dezembro, por ofício do Ministério da Fazenda solicitava-se que o requerido pelo Ministério Reino, relativamente aos documentos anteriores a 1600, existentes nos cartórios das repartições de Fazenda dos Distritos do Porto, Braga, Viana e Coimbra, fosse entregue a Augusto Soromenho.

Em 1863, a 17 de Janeiro, foi produzida uma cópia da Portaria do Ministério do Reino de 26 de Dezembro de 1862, para os governadores civis receberem e fazerem entrar na Torre do Tombo os cartórios dos cabidos do Porto, Braga, Guimarães e Lamego, assim como os dos extintos conventos que se achassem nas repartições de Fazenda do Porto, Braga, Viana do Castelo e Coimbra.

Em 1871, a 1 de Abril, proveniente da Direcção-Geral dos Próprios Nacionais, o único documento deste fundo foi entregue ao Arquivo da Torre do Tombo.

No final da década de 1990, foi abandonada a arrumação geográfica por nome das localidades onde se situavam os conventos ou mosteiros, para adoptar a agregação dos fundos por ordens religiosas.

Espólio Arquitectónico/Artístico

No reinado de D. Manuel recebeu importantes obras de renovação arquitetónica.

Em 1910 foi classificada como Monumento Nacional.

Num plano recuado, contíguo à cabeceira do templo está a ducentista torre sineira quadrangular, terminada por ameias, o que lhe confere uma estrutura arquitetónica militar.

A cabeceira foi remodelada nos finais do século XIII/ começos do século XIV, enquanto o corpo do templo seria objeto de renovação no reinado de D. Manuel I.

Para além das sólidas e austeras dependências conventuais contíguas à igreja, Nossa Senhora de Cárquere deixa ver na fachada de granito um portal manuelino moldurado e desenhando um arco de querena que repousa em colunelos capitelizados. Acima deste portal abre-se um óculo, sendo a empena rematada por uma estrutura triangular.

O interior conserva pareda ambiência românica, ao mesmo tempo que mostra os acrescentos do período gótico e do reinado manuelino, nomeadamente nas abóbadas nervuradas, nos diversos arcos e colunas capitelizadas, sobressaindo ainda a rutilante e grandiosa decoração de talha dourada barroca.

Contígua à sacristia da igreja está a capela funerária dos senhores de Resende, guardando no seu espaço diversos túmulos desta importante família local.

Edificada nos séculos XIII-XIV a capela-mor é coberta por uma abóbada de ogivas de cruzaria, contrastando com a exuberância dourada da talha barroca da sua composição retabular.

Duas imagens de maior qualidade ressaltam do espólio deste templo. A primeira é uma escultura miniatural da padroeira em marfim, a segunda peça é uma escultura gótica do século XIV, em pedra calcária e alusiva a Nossa Senhora a Branca.

Cárquere, território inerente a Resende, na "Boca" da Historiografia

“O Montemuro, em cuja vertente setentrional se debruça o Concelho de Resende, era uma das grandes serras da Lusitânia, e esta uma das grandes divisões em que a Península Ibérica estava antigamente dividida e que, sendo a mais afastada dos centros de cultura mediterrânea, era a menos desenvolvida e a mais segregada do trato do mundo culto de então. Antes da invasão dos Romanos, a Lusitânia tinha por limites ao sul o rio Tejo, e estendia-se para Norte até ao mar cantábrico, abrangendo assim, com a Galiza, todo o noroeste da Península Ibérica. Quando os Romanos, após a batalha de Zama, trataram da conquista definitiva da nossa Península, acabaram por assinalar como limites à Lusitânia o Douro ao norte e o Guadiana ao sul, de modo que as terras de entre Douro e Tejo, com elas o território do nosso actual Concelho de Resende, sempre fizeram parte da Lusitânia.”

“Os Romanos acabaram por dividir a Península em duas grandes circunscrições administrativas: a Hispânia Citerior ou Tarraconense, incluindo a Galiza e as Astúrias, com Tarragona por capital; e a Hispânia Ulterior, compreendendo a Lusitânia e a Bética, tendo a Lusitânia por capital Mérida. As terras de Resende debruçadas sobre o Douro, assim como as outras da sua margem esquerda, linha fronteiriça e ponto estratégico de primeira ordem, tiveram de suportar durante muitos séculos as duras lutas dos povos invasores, principalmente as da Reconquista dos Cristãos sobre os Mouros”

“Ligado à nossa terra anda o nome de um general romano – Gerôncio – nome com que ficou sendo conhecida na Idade Média a vertente setentrional da serra de Montemuro, desde a serra das Meadas, a leste, até ao curso inferior do Paiva, a oeste, nos atuais concelhos de Cinfães e Resende, território documentado desde o século X em várias escrituras publicadas no Portugaliae Manumenta Historica.”

“A paz romana obrigava os nossos antepassados a descerem do alto dos seus ninhos de águias – as citânias – para as terras fundas, para os vales e planícies”

“Esses povos perdidos em recessos impenetráveis e pouco menos que inacessíveis, viviam à margem do mundo civilizado de então. E contudo os Romanos aí penetraram, como no-lo provam à saciedade os achados arqueológicos, principalmente os de Cárquere, embora essa romanização se apresente rudimentar e tardia. Mas embora lenta e tardia, em lugares tão inacessíveis, ela ganhou de tal modo raízes, que passados cinco séculos os Lusitanos haviam trocado usos e costumes e a própria língua, hoje extinta, pela língua, usos e costumes dos romanos, cujos ídolos e crenças juntaram aos ídolos e crenças dos seus antepassados, acabando por abraçar a fé cristã”

“Esta estância é, sem dúvida, a mais importante de quantas se encontram nas margens do rio Douro nacional, logo após à de Numão. A estância ocupa relativamente uma vasta extensão, pois estende-se desde o Medorno, o primitivo castro, em direção apo sul, e foi aproveitada pelos romanos como ponto estratégico de primeira ordem, a dominar."

Depredações em Cárquere

“Dezenas e dezenas de lápides funerárias, truncadas, partidas, centenas de moedas romanas e tantas outras relíquias, ecos do passado! Algumas estão guardadas em museus – em Lisboa, no Porto, em Guimarães -, mas quantas dispersas, perdidas para sempre ou alienadas em mãos de gente ignara!

E a marcha de destruição não cessa. Onde está o altaneiro penedo que se erguia ao lado do Medorno de Cárquere, a cuja parte mais elevada as cachopas atiravam pedrinhas que lhes garantiam um bom marido, se a pedra viesse abaixo? Onde, uma gárgula zoomórfica que eu vi em Cárquere, de mistura com o entulho de uma construção, onde, um capitel coríntio, abandonado a esmo, provas do estilo românico da primitiva igreja desta freguesia, anterior ao manuelino do século XVI? Onde, uma das colunas românicas que o arqueólogo Eugénio Jalhay, S.J., fotografou e publicou em Lápides romanas da região de Cárquere, e que eu fui encontrar quebrada e de mistura com o entulho das referidas obras?”

Caminhos romanos sublinhados em Cárquere

Ligando Viseu - Castro Daire - Lamego (LAMECUM?), de Norte a Sul segue por Cárquere uma via secundária ligando Viseu ao Douro comprovada pela excepcional construção da Calçada Romana de Almargem na descida para do rio Vouga, uma das mais interessantes em Portugal. O traçado proposto segue para Castro Daire, de onde derivava o caminho para Cinfães pela Serra do Montemuro rumo à travessia do Douro em Porto Antigo, seguindo depois para o Mezio, onde derivava o caminho para Cárquere rumo à travessia do rio Douro em Caldas de Aregos. Estas travessias do Douro estão descritas no sentido norte-Sul nos Itinerários Braga-Mérida.

Cárquere terra de Muçulmanos? (Tenra investigação).

A origem do nome "Cárquere" recai sobre forte discussões. "A origem do topónimo “Cárquere” é muito discutida. Segundo Pinho Leal, tem origem na palavra portuguesa “carque” (carqueja), mas o Professor Doutor Albino de Almeida Matos afirma que vem do genitivo latino “Carcavi”. (http://carquere.jfreguesia.com/historia.php).

No entanto, e considerando Cárquere como singular caso na história de Lamego, os historiadores muçulmanos chamam-lhe Karkar, nome idêntico ao de uma povoação Síria. Nas proximidades há vestígios de época romana e deve ter sido importante fortificação, a avaliar pela sua imponente torre e pelo facto de ter servido de refúgio a guerreiros como Ibn Maruan e Al- Surumbaqui. O facto de sabermos hoje que estes guerreiros muladis se refugiaram nesta fortaleza, leva a que sejamos forçados a dar razão a Correia de Campos, quando afirma que ábside da igreja de Cárquere seja uma pré-existência e não um acrescento. A hipótese de esta parte do edifício poder ter sido um morábito ou mesmo uma mesquita, não será pois de rejeitar. A constatação, facilmente verificável no local, de que a janela, em arco de ogiva voltada a sul vem reforçar esta ideia. De facto se a ábside fosse construção posterior ao corpo da igreja esta porta não faria sentido pois não só seria desnecessária como iria mesmo prejudicar a celebração eucarística isto para além de ser algo completamente inédito em termos da arquitectura da época.

Escavações arqueológicas em Cárquere

Em 1998 e 1999 forma realizadas escavações na área geográfica do Carvalhal, infelizmente os relatórios elaboradas das mesmas ainda não me foram revelados, trata-se de informação que tratarei de publicar e tratar posteriomente.

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Bibliografia/ Ligações

http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=1459213

Resende : monografia do seu concelho / Joaquim Caetano Pinto PUBLICAÇÃO: Braga : [s.n.], 1982 

DUARTE, Joaquim Correia - Resende na Idade Média: notas e documentos.

JORGE DE ALARCÃO. REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia .volume 4.número 2.2001

http://arqueologia.igespar.pt/?sid=trabalhos.resultados&subsid=2527209&vp=46982.

http://carquere.jfreguesia.com/historia.php

CAMPOS, José A. Correia de - Monumentos da antiguidade árabe em Portugal, Lisboa, ed. autor, 1965.

(Vaz, 1976, 1989; Nóbrega, 2003a e 2003b; Vieira, 2004 e Lourenço, 2007).

http://viasromanas.planetaclix.pt/

Referências

  1. a b «Igreja Matriz de Cárquere - detalhe». IGESPAR. Consultado em 11 de setembro de 2012 
  2. a b c Da Crónica de Portugal de 1419 citada em Mattoso, José, 2007, D. Afonso Henriques