Igreja Missionária do Kopimismo

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A Igreja Missionária do Kopimismo, fundada pelo estudante de filosofia Isak Gerson,[1] é uma congregação de compartilhadores de arquivo que reivindicam que copiar informação é uma virtude sagrada.[2][3][4] A Igreja, criada na Suécia, foi oficialmente reconhecida pela Agência de Serviços Administrativos, Jurídicos e Financeiros ("kammarkollegiet") como uma comunidade religiosa, depois de três tentativas de solicitação.[1][5]

Princípios[editar | editar código-fonte]

Os seguidores da religião são chamados "Kopimistas" de "copie me". Um "Kopimista" é uma pessoa que tem uma crença filosófica de que toda a informação deve ser distribuída livremente e sem restrições. Essa filosofia se opõe à monopolização do conhecimento em todas as suas formas, tais como direitos autorais, e encoraja a pirataria de todos os tipos de mídia, incluindo música, filmes, programas de TV e softwares.[6]


De acordo com a igreja, "Em nossa crença, a comunicação é sagrada".[2] Nenhuma crença em deuses ou fenômenos sobrenaturais é mencionado em seu web site. CTRL + C e CTRL + V, as teclas do computador de atalho para "Copiar" e "Colar" são consideradas símbolos sagrados. Assim, apesar de rejeitar a figura de Deus ou dos fenômenos sobrenaturais, há uma sacralidade nessa experiência que justifica a autodenominação de religião. Carlos E. S. Aguiar[7] sugere que mais idôneo seria denominar essa experiência como ciberreligiosidade pois trata-se de uma experiência nativa das redes digitais e resultado dessa nova cultura e não uma religião institucional e organizada hierarquicamente.

O Kopimismo pode ser descrito pelos seguintes princípios:[8]

  • Todo o conhecimento a todos
  • A busca do conhecimento é sagrada
  • A circulação do conhecimento é sagrada
  • O ato de copiar é sagrado.

De acordo com a Constituição Kopimista:[9]

  • Cópia da informação é eticamente correta.
  • Divulgação da informação é eticamente correta.
  • "Copymixing" (o ato de modificar uma cópia) é um tipo sagrado de cópia, mais ainda do que a própria cópia digital perfeita, porque ela se expande e aumenta a riqueza de informação existente.
  • Cópia ou modificação de informação produzida por outra pessoa é vista como um ato de respeito e uma forte expressão de aceitação e fé Kopimista.
  • A Internet é sagrada.
  • Código é lei.

Em 5 de janeiro de 2012, o Kopimismo foi aceito pela Suécia como uma religião legítima.

Primeiro casamento[editar | editar código-fonte]

Em 28 de abril de 2012, a Igreja Missionária do Kopimismo realizou seu primeiro casamento.[10] O casamento ocorreu em Belgrado, Sérvia, entre uma mulher romena e um italiano. A cerimônia foi conduzida por um homem vestindo uma máscara de Guy Fawkes, cuja voz foi distorcida por um modulador de voz.

A igreja disse: "Estamos muito felizes hoje. O amor é principalmente sobre partilhar. Um casal casado compartilha tudo um com o outro. Felizmente, eles vão copiar e modificar algumas células de DNA e criar um novo ser humano. Esse é o espírito do Kopimismo. Sinta o amor e compartilhe essa informação. Copie toda a sua santidade."

O líder missionário da Igreja do Kopimismo, Isak Gerson, participou como testemunha durante o casamento.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «Sweden recognises new file-sharing religion Kopimism». BBC News. 5 de janeiro de 2012. Consultado em 5 de janeiro de 2012 
  2. a b Jackson, Nicholas (10 de abril de 2011). «The Information Will Get Out: A New Religion for File-Sharers». The Atlantic. Consultado em 25 de abril de 2011 
  3. «File-Sharers Await Official Recognition of New Religion». TorrentFreak. 10 de abril de 2011. Consultado em 25 de abril de 2011 
  4. Citrome, Michael (14 de abril de 2011). «NETWORTHY: Copy, paste, amen». Montreal Mirror. Consultado em 25 de abril de 2011 
  5. «File-Sharing Recognized as Official Religion in Sweden». TorrentFreak. 4 de janeiro de 2012. Consultado em 5 de janeiro de 2012 
  6. Worman, Jenny (4 de janeiro de 2012). «Sweden Recognizes File Sharing as a Religion». RevoluTimes. Consultado em 2 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 11 de janeiro de 2012 
  7. Aguiar,Carlos Eduardo Souza. . Da Ciber-religião para a ciber-religiosidade. In: Emerson Sena da Silveira; Valter Avellar. (Org.). Espiritualidade e sagrado no mundo cibernético. 1ed.São Paulo: Edições Loyola, 2014, v. , p. 73-90. [S.l.: s.n.] p. http://fr.scribd.com/doc/238573739/Da-ciber-religia-o-para-a-ciber-religiosidade 
  8. «Welcome to the missionary church of kopimism». Consultado em 2 de fevereiro de 2012 
  9. «Kopimist Constitution». The First Church of Kopimism for the USA. 2012. Consultado em 1 de abril de 2012. Arquivado do original em 13 de maio de 2012 
  10. «First Kopimist Wedding». 28 de abril de 2012. Consultado em 10 de maio de 2012 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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